Uma das maiores falhas religiosas foi a lenda do
pecado original como sendo a relação sexual. O desejo mais benéfico se
converter em ofensa ao criador. A repressão sexual, que não fazia parte de
todas as religiões do passado, tornou-se a tônica da era cristã. Enquanto no
antigo Egito a relação sexual era rito religioso, a religião hebraica restringiu
tanto essa função vital, que, no sábado, dia sagrado dedicado ao criador, os
casais deveriam abster-se de relações sexuais. A masturbação também tem sido
considerada um pecado. A escritura hebraica fala de Onan, um hebreu que,
descontente com o dever de cumprir o levirato (casar-se com a viúva do irmão),
interrompia a relação no momento do orgasmo, jogando fora o semem, pelo que foi
divinamente condenado à morte. Embora Onan não se masturbasse, mas praticasse o
coito interrompido, o termo “onanismo” veio a significar masturbação, e o ato
tem sido visto como reprovável pelos religiosos.
O desejo sexual, característica de uma pessoa
sadia, foi paradoxalmente denominado pelos arautos do cristianismo de
fraqueza da carne, e, longe de considerarem os benefícios do sexo para a
cabeça humana, falou-se de concupiscência carnais que combatem contra a alma.
O catolicismo criou a interpretação de que o
pecado original foi a relação sexual, como se vê em uma reza católica: “Oh
Maria concebida sem o pecado original...” (Maria, a mãe de Jesus, tê-lo-ia
concebido por obra do Espírito Santo, sem a prática de relação sexual).
Deixando de lado a noção de pecado, voltando para
os efeitos biológicos, ainda em nossos dias, persiste a idéia de que os atletas
não devem fazer sexo na véspera da competição. As análises científicas do ato
sexual atualmente, a contrario senso, só têm demonstrado benefícios de
sua prática.
O exercício físico, aliado à sensação agradável
do orgasmo, melhora o metabolismo e fortalece o sistema imunológico. Há um
efeito regulador de vários hormônios do corpo. O bem-estar experimentado
através do orgasmo tem um efeito rejuvenecedor sobre todo o organismo,
equilibrando as funções de várias partes do corpo. O relaxamento resultante do
orgasmo melhora o sono, possibilitando um melhor desempenho cerebral na tarefa
de organizar os neurônios.
As glândulas sexuais são generosas na produção de
espermatozóides, e estocá-los não ajudam em nada. Os lutadores que abstêm de
relações sexuais nas vésperas das lutas não estão reservando tanta energia
quanto pensam. Quando estão treinando estão consumindo mais energia do que ao
fazer sexo. É verdade que uma relação sexual consome quantidade considerável de
calorias, mas não é deixando de gastar energia que se mantém o corpo forte. Ele
precisa consumir e repor constantemente para não se enfraquecer. O consumo
adequado adapta o corpo a repor melhor os desgastes. Somos uma máquina
eficiente para capacitar-se a executar tarefas cada vez mais difíceis cada vez
com mais facilidade, desde que condicionada gradativamente.
Como qualquer outro exercício agradável, a
relação sexual está nos preparando para o prolongamente das nossas atividades no
tempo" (de A Fonte da
Juventude).
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