CARNAVAL NO BRASIL
Em 28 de fevereiro de 1854 foi instalado o Carnaval de Rua
“O carnaval do Rio de Janeiro começou após a proibição do jogo do entrudo pelo
desembargador Siqueira, único dos nossos chefes de Polícia de quem a tradição
repete o nome com segurança e respeito.
Muito antes inauguraram-se os bailes mascarados, devidos os primeiros à
iniciativa da cantora Delmastro, que para aqui viera com a companhia lírica de
Madame Lagrange . Esses bailes tiveram lugar onde é hoje o teatro da Fênix
Dramática, que compreendia a grande chácara da Floresta. Sucederam-se a estes os
do Ângelo, na chácara da Rua do Conde, na Cidade Nova, e os do Nicola, no largo
do Rocio”. Festas e Tradições Populares do Brasil – Ediouro, Rio de Janeiro/RJ,
cerca de 1985, Melo Morais Filho.
Fatos curiosos marcam a história do Carnaval
Criado em 03/02/15 11h14 e atualizado em 10/02/15 06h33
Por Turminha do MPF
Você sabe da onde vem o nome “carnaval”? Para homenagear o deus Saturno, havia
uma festa na Roma Antiga chamada “Saturnais”. As escolas ficavam fechadas, os
escravos eram soltos e as pessoas saíam às ruas para dançar. Carros (chamados de
“carrum navalis” por serem semelhantes aos navios) levavam homens e mulheres em
desfile. Muitos dizem que pode ter sido daí a expressão “carnavale”.
Outras curiosidades marcam o histórico da festa:
A Igreja Católica não gostava muito de Carnaval. Só no ano 590, decidiu aceitar
como uma condição: exigiu, porém, que o dia seguinte (Quarta-Feira de Cinzas)
fosse dedicado ao arrependimento do pecados. De lá para cá, o Carnaval foi
mudando aos poucos. Na Idade Média, incluía sátiras aos poderosos. Os foliões se
protegiam de possíveis retaliações com a desculpa de que a festa os deixava
loucos (“folia”, em francês, significa loucura).
No Brasil o início da festa é conhecido como “grito de carnaval”. Antigamente os
clubes promoviam festas pré-carnavalescas com este nome. Nessas festas as
pessoas iam fantasiadas e cantavam e dançavam ao som de marchinhas de Carnaval.
A data em que se comemora o Carnaval é definida com base na Páscoa. A
Quarta-Feira de Cinzas sempre cai 46 dias antes do domingo da festividade, que é
a soma dos 40 dias que antecedem o Domingo de Ramos com os 6 dias da Semana
Santa.
O Carnaval Brasileiro é descendente do “Entrudo” português. No dicionário
“Entrudar” significa molhar com água,. E a farra era esta mesmo! No século 17,
os foliões se armavam de baldes e latas cheias de água. E todos acabavam
molhados. Até Dom Pedro II se divertia jogando água nos nobres. Acontecia aqui
antes do início da Quaresma e durava três dias. Com o passar dos anos, a
brincadeira ficou sem graça. Começaram a jogar água suja, ovo, farinha, laranjas
nas pessoas que passavam na rua. Em 1854, foi determinado que o entrudo tinha de
“ser seco para não estragar as roupas mais custosas e cuidadas e não provocar
desordens e confusão”. O entrudo à seco se transformou no Carnaval.
Em 1855 houve aquele que foi considerado o primeiro desfile de Carnaval. Uma
comissão de intelectuais formou um bloco chamado “Congresso das Sumidades
Carnavalescas”. Os participantes foram até o palácio de São Cristóvão pedir para
que a família real assistisse ao desfile. Dom Pedro II aceitou o convite. A
polícia do Rio de Janeiro autorizou o desfile de blocos pelas ruas em 1889.
Famosos personagens do Carnaval brasileiro têm origem européia, como Rei Momo,
Pierrô e Colombina.
A primeira escola de samba foi criada no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de
Janeiro, e chamava-se “Deixa Falar”. Anos depois, a escola mudou seu nome para
Estácio de Sá. A partir deste momento o carnaval de rua começou a ganhar um novo
formato. Com isso, no Rio de Janeiro e São Paulo, começaram a surgir novas
escolas de samba. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, iniciaram os
primeiros campeonatos para constatar qual escola de samba era a mais bela e
animada.
O nome do ritmo “samba” é de uma língua africana chamada banto, falada em
Angola. Há duas versões para sua origem: ou ela deriva do termo samba (bater
umbigo com umbigo), ou é uma junção de sam (pagar) e de ba (receber). Nas
antigas rodas de escravos se praticava a umbigada, dança em que dois
participantes davam bordoadas um no baixo-ventre do outro.
A Região Nordeste permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua como,
por exemplo, Recife. Já na Bahia, o carnaval de rua conta com a participação dos
trios elétricos, embalados por músicas dançantes, em especial pelo axé.