Se existisse um ser
onisciente que desse o conhecimento ao homem, como pensam os crentes, ele teria
capacitado os médicos desde o princípio para curar as doenças que só se curam
hoje e as que só terão cura no futuro.
Quando um crente
adoece, em vez de confiar simplesmente nas orações ao deus protetor, que são muitas, corre
apressadamente à procura dos médicos, e os poucos que acham que a ajuda divina
pura resolve acabam morrendo mais cedo do que morreriam se tivesse recorrido à
medicina.
Todavia, quando
questionamos o fato de eles dizerem que é seu deus que cura e procurarem os
médicos, eles dizem que esse deus é que dá o conhecimento aos médicos.
Que lógica poderíamos encontrar em uma afirmação dessa?
No tempo em que se
escreveu a Bíblia, que dizem ser inspirada por um ser onisciente, muito pouco
se sabia sobre curar as enfermidades existentes. Os que se diziam inspirados
por um ser oniscientes não tinham informações sobre como curar muitas
enfermidades que naquele tempo eram incuráveis e hoje têm cura. Todavia, ao
longo dos séculos, homens inteligentes e curiosos foram pesquisando e
descobrindo meios de curar ou evitar muitas doenças. As experiências e
descobertas de uns foram sendo transmitidas a outros, e esses foram
aperfeiçoando esses conhecimentos e descobrindo mais dados, o que foi ampliando
o conhecimento humano sobre a vida e a saúde. Com a invenção de máquinas
capazes de aumentar a visão e a análise de coisas microscópicas, descobrindo a
existência dos micróbios, seres esses que não estão na criação desse deus, mais
conhecimento se acumulou, e a medicina chegou aos nossos dias resolvendo muitos
problemas antes insolúveis.
Além da medicina, outras áreas científicas nos levaram a entender muitas coisas
que os homens que se diziam inspirados imaginavam de forma extremamente
equivocada, e descobrimos que o deus onisciente dos hebreus não sabia nada que
fosse além do conhecimento humano, dado que evidencia que esse ser dito
onisciente não passa de produto do pensamento atrasado dos povos daqueles dias.
A onisciência não entendia que a Terra não é o centro do universo, não está
assentada sobre as águas de um grande oceano (Salmos, 136: 6; Deuteronômio, 5:
8), e o Sol não gira em torno dela (Salmos, 19: 6),
mas ela gira em torno dele.
O fato de a Medicina ter-se desenvolvido com o acúmulo de conhecimento humano, e
ainda não existir cura para muitas doenças que poderão se tornar curáveis daqui
a algum tempo é incompatível com a suposição de que todo o conhecimento humano é
dado por um ser onisciente que criou tudo alguns milênios atrás.
Se existisse
esse ser, e o conhecimento humano viesse dele, o primeiro médico no passado já
teria tido capacidade para fazer mais do que os médicos de hoje, e ninguém iria
depender de anos de faculdade aprendendo com outros que acumularam experiências
e depois pesquisando para descobrir coisas ainda desconhecidas.
Além de a medicina ser puramente o resultado do esforço humano, o fato de esse ser onisciente ter dito coisas desmentidas pelo
conhecimento cosmológico atual depõe contra a existência de um ser onisciente
que teria orientado aquele povo.
Considerando-se que o
conhecimento vem só com o acúmulo de experiências e transmissão de informações
de uns para outros ao longo do tempo, um ser onisciente que não foi capaz de
mostrar aos mestres do passado o quanto eles estavam enganados é incompatível
com a racionalidade.