"A compreensão como um instrumento para o
entendimento é uma atitude plural, mútua, que tem sua origem, no entanto, na
compreensão que temos de nós mesmos.
Só no respeito às diferenças é que podemos construir comportamentos,
estabelecer planos e mudar atitudes – as nossas e as dos outros.
Compreender o outro não é sinônimo de nos anularmos.
Divergir é um direito de cada um, seja na relação entre pai e filho, entre jovem
e adulto, homem e mulher, ou nas relações entre empregado e empregador,
administrador e servidor.
Os homens não têm pensamentos idênticos, assim como tampouco têm feições
idênticas...
A crença de uma pessoa é influenciada por diversos fatores – temperamento,
hereditariedade, contexto, experiência – e os líderes devem balancear seu
julgamento com paciência e indulgência.
Atitudes agressivas, que não precisam ser necessariamente físicas, acontecem,
infelizmente, nas relações humanas – e em nada contribuem para o bem-estar de
quem as pratica, com prejuízos, às vezes fatais, para o próprio grupo.
Há que se entender a importância de cada atitude pessoal como um fator que
facilite a harmonia e a construção de um grupo.
Gandhi, exemplo de liderança pacifista, conquistou a todos por seu
exemplo e por sua coerência entre ação e discurso.
Sobre os pontos fundamentais para se conseguir a paz, assim ele se expressou: “De que vale a fé se não for convertida em ação”?
“A liberdade individual e a interdependência são essenciais para a vida em
sociedade”.
“A não-cooperação com o mal é um dever tão importante quanto a cooperação com o
bem”.
“A não-violência nunca deve ser usada como um escudo para a covardia. Ela é uma
arma para os bravos”.
O assunto compreensão aparece muito em páginas religiosas, enfatizando que
"Só no respeito às diferenças é que
podemos construir comportamentos, estabelecer planos e mudar atitudes – as
nossas e as dos outros."
Entretanto, ironicamente, são as religiões os grupos que
menos aceitam ou respeitam as diferenças. Olhando para o cenário
bélico das últimas décadas, assim como para as do passado, muito raramente
ocorre uma guerra que não tenha como fator preponderante as crenças das partes
beligerantes. Cada lado pensa estar defendendo a vontade do seu deus mediante a
submissão ou eliminação do lado que pensa diferente. Assim, a
compreensão mundial fica bem difícil.