No dia 24 de junho se comemora o dia
de Xangô (Shango, em Yorùbá), deus cultuado no Candomblé e na Umbanda. Este
Orixá rege a justiça e o equilíbrio, seu elemento é o fogo e seu ponto de força
está nas pedreiras e montanhas. Pelo sincretismo religioso presente na Umbanda,
também é comemorado o dia de São João Batista.
Sauda-se Xangô como “Kaô Kabecilê”, expressão em Nagô que significa “Venham
Saudar o Rei”, quando o orixá desce à terra.
História
A história conta que ele era filho de Bayani (ou Baiani) – orixá do Candomblé –
, marido de Iansã (deusa dos ventos), além de Obá (deusa das águas revoltas dos
rios, as pororocas) e Oxum (deusa das águas doces, das cachoeiras).
Em um determinado momento, seus opositores haviam recebido ordens expressas para
que destruíssem todo o exército de Xangô e o próprio Orixá. Xangô, seus
ministros e soldados estavam perdendo essa batalha e todos os seus homens
estavam sendo executados, corpos sendo destroçados e o poder do inimigo cada vez
mais claro para ele.
Certo dia do alto de uma pedreira, o Orixá Xangô meditava, refletia a situação
que acontecia e elaborava planos para derrotar seu inimigo. Ao observar a
tristeza e a dor dos seus fiéis guerreiros, Xangô foi preenchido pela ira e – em
um rápido movimento – bateu o seu martelo em uma pedra que estava próxima.
Essa atitude provocou faíscas tão fortes que pareciam uma catástrofe, e quanto
mais forte ele batia, mais as faíscas saíram para atingirem seus inimigos. Foram
inúmeras as vezes que Xangô bateu seu machado nessa rocha, e diversos inimigos
foram vencidos, fazendo com que ele triunfasse e saísse vencedor. Foi a força
das faíscas do seu machado que calou os inimigos.
Após prender todos os que haviam sobrevivido à batalha, os ministros de Xangô
clamaram por justiça e pediram a destruição completa dos opositores. Então Xangô
proferiu a frase: “Não! De forma alguma faria isso pois, o meu ódio, não pode
ultrapassar os limites da justiça”.
Em seguida o Orixá da misericórdia afirmou que os soldados apenas cumpririam
ordens, mas que seus líderes mereciam sofrer com a sua fúria e ira. Foi aí que
ele elevou seu machado aos céus e gerou uma sequência de diversos raios que
destruíram os líderes dos inimigos, mas ao mesmo tempo, libertou os guerreiros,
que passaram a servi-lo com lealdade.
Fonte:
iQuilibrio