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ESCRAVIDÃO INDÍGENA NO BRASIL
Afirma-se que a escravidão indígena terminou em 1609.
Todavia, há informações de que ela se perpetuou por muito mais tempo, até a
administração do Marquês de Pombal.
"As barreiras à
escravização dos índios datam do início da colonização, 1530, mas o cativeiro
indígena foi mais tenazmente combatido somente com a chegada dos jesuítas, em
1549, e a implantação do processo de aldeamento. Neste combate, os jesuítas
contaram com o apoio da Coroa. O Padre Antônio Vieira foi figura essencial para
a implantação da lei de libertação dos indígenas. Em 31 de julho de 1609, os
indígenas do Brasil são libertados."
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/julho/dia-da-libertacao-do-indigena-do-brasil.php>
Não obstante essa
afirmação do Portal São Francisco, historiadores afirmam que os índios só
ficaram mesmo livres da escravidão muito tempo depois.
"Com efetivo
início da colonização do Brasil, os portugueses tinham a necessidade de
empreender um modelo de exploração econômica das terras que fosse capaz de gerar
lucro em pouco tempo. Para tanto, precisariam de uma ampla mão-de-obra capaz de
produzir riquezas em grande quantidade e, dessa forma, garantir margens de lucro
cada vez maiores para os cofres da Coroa Portuguesa. Contudo, quem poderia
dispor de sua força de trabalho para tão ambicioso projeto?
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já estabelecido
com os índios na atividade de extração do pau-brasil. Nesse período, os índios
realizavam essa extração por meio de um trabalho esporádico recompensado pelos
produtos trazidos pelos lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o
trabalho nas grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e
disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de boa parte dos indígenas.
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais epidemias
contraídas no contato com o homem branco e ruptura com a economia de
subsistência dos indígenas impedia a viabilidade desse tipo de escravidão. Ao
mesmo tempo, devemos levar em conta que o controle sobre os índios escravizados
era bem mais difícil tendo em vista o conhecimento que tinham do território.
Dessa forma, a vigilância se tornava algo bastante complicado.
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica e social, a
escravidão indígena também foi extensamente combatida pela Igreja no ambiente
colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, os clérigos que aportavam em terras
brasileiras se envolveram em uma série de disputas em que repudiavam o interesse
dos colonos em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava
no
interesse que os clérigos católicos tinham em facilitar o processo de conversão
religiosa dos índios.
Apesar de sua influência e autoridade, muitos padres foram explicitamente
afrontados pela ganância de colonos que saíam pelo território em busca de
índios. Na maioria das vezes, a escravidão indígena servia como alternativa à
falta e o alto custo de uma peça trazida da África. Preferencialmente, os
colonos atacavam as populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, pois
estes já se mostravam habituados à rotina e aos valores da cultura ocidental.
Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a captura de índios
por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 1570. Segundo esse documento,
os
índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra justa.
Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam
sujeitos à condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores
conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período colonial.
A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, momento em que o
marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de transformações na administração
colonial. Primeiramente, ordenou a expulsão dos jesuítas do Brasil mediante a
ampla influência política e econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois,
em 1757, proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas
submetidas ao poderio da Coroa.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
<http://vestibular.hi7.co/escravidao-indigena-no-brasil-56cb69e51e273.html>
Em 1537,
o papa Paulo III,
na bula Veritas Ipsa, considera invenção diabólica a servidão imposta aos
indígenas sob o pretexto de que eles como animais brutos seriam incapazes de
aderir à fé cristã e declara que os ditos índios e demais gentes como homens
verdadeiros estão prontos para aderir à fé e ainda que estejam fora dela, não
estão nem devem ser privados de sua liberdade, nem do domínio de seus bens e
não
devem ser reduzidos à servidão."
< http://www.gptec.cfch.ufrj.br/leis/default.asp>
Conforme informa Rainer Sousa, "Segundo esse documento, os
índios só poderiam ser presos e escravizados em situação de guerra justa.
Ou seja, somente os índios que se voltassem contra os colonizadores estariam
sujeitos à condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores
conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período colonial."
É o "jeitinho", que dizem ser
brasileiro, mas já veio dos portugueses; um meio legal para burlar a própria
lei.
Para os espanhóis,
também católicos, os índios, assim como os negros, não tinham alma:
"Antes da conquista do
México, os Espanhóis só haviam se deparado com populações indígenas Neolíticas,
o que os havia feito pensar que os indígenas eram pouco mais do que macacos.
Sendo assim, a doutrina de Juan Ginés de Sepúlveda, um clérigo Espanhol, havia
se disseminado. Segundo Sepúlveda, os índios, assim como os negros, não
tinham almas, não eram passíveis de salvação, não eram filhos de Deus, o que
permitia sua escravização."
< http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/astecas-uma-republica-confundida-com-teocracia-6.php>
Segundo Juan Ginés
Sepúlveda, os índios, assim como os negros, não
tinham almas, não eram passíveis de salvação, não eram filhos de Deus, o que
permitia sua escravização. Mas, para os católicos
portugueses, parece que desprovidos de alma eram somente os negros. Escravizar
os índios era injusto. Mas escravizar os negros era justo, pois tinha
autorização divina. As escrituras sagradas informam que
um dos homens de deus havia lançado uma maldição
sobre a descendência de um dos filhos afirmando que eles seriam escravos.
Por isso, a igreja era contra escravizar índios e escravizava negros.
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