ESTADO INCHADO É UMA MENTIRA DO GOVERNO
22‎/12/‎2016

 

Ao contrário do alegado pelo governo, os gastos com pessoal no Brasil só têm diminuído nas duas últimas décadas, tendo tido um pequeno crescimento percentual nos últimos anos devido à crise econômica que diminui as receitas.

 

O Estado está “inchado”?
Por Gustavo Machado, economista do Instituto ILAESE.
Artigos, Dívida Pública, Política e economia

Evolução anual dos gastos com pessoal não aumentou, mas caiu de 54,5% para 34,4%

Tornou-se senso comum entre os brasileiros a ideia de que o Estado está inchado. O que seria um dos principais motivos do fracasso econômico atual e um dos maiores entraves ao desenvolvimento de nosso país. Essa ideia encerra algumas concepções verdadeiras e outras falsas, que pretendemos analisar nesse breve artigo.

Em primeiro lugar, é correto que a participação percentual do Estado na economia ocupa, no Brasil, um alargado espaço. Na vida cotidiana, isso é sentido no valor avolumado dos impostos. Não estamos falando unicamente de impostos bem delimitados, como o IPVA e o Imposto de Renda, mas, sobretudo, nos impostos sobre os produtos de consumo. Esse é, sem dúvida, o caso mais grave, pois incide sobre o conjunto da população: consumidora dos produtos e serviços disponíveis.

Mas aqui é necessário esclarecer alguns aspectos pouco conhecidos. A carga tributária foi alavancada no Brasil, não tanto nos últimos anos, nem mesmo nos últimos governos, mas desde o final dos anos 60, quando ultrapassou o percentual de 25% do PIB, em plena ditadura militar. Nas décadas que se seguiram, a carga tributária continuou a crescer, com algumas idas e vindas, até atingir os cerca de 35% do PIB que temos hoje. Qual seria o motivo de impostos tão pesados? Qual seria a razão de uma carga tributária que pesa em mais de um terço no orçamento de qualquer família?

Muitos acreditam se tratar do chamado “inchaço” do Estado, isso é, excesso de funcionários e cargos públicos, com salários avantajados. Definitivamente, essa concepção está equivocada. Ao contrário do que comumente se pensa, a tendência dos chamados gastos com pessoal, custos com os servidores públicos efetuados pelo governo brasileiro nessas últimas décadas, foi de queda. No gráfico abaixo, indicamos o espaço ocupado pelos gastos com pessoal em relação ao PIB e as receitas da União desde 1995.

Evolução anual dos gastos com pessoal não aumentou, mas caiu de 54,5% para 34,4% e de 5,4% do pib para 4,3%
 

Como podemos perceber, apesar de um certo crescimento nos últimos dois anos, em função da crise econômica, os gastos com pessoal ocupam hoje um espaço radicalmente menor no orçamento da União e no PIB do que 20 anos atrás. Em verdade, esse dado não é tão misterioso. Pode ser notado na precarização dos serviços públicos no geral – educação, saúde, justiça – no aumento da terceirização e da intensidade do trabalho. Outro dado interessante é que os gastos com pessoal também estão muito abaixo do teto estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (50% das receitas correntes líquidas da União), como podemos notar no gráfico que se segue:

Ora, como se vê, não apenas é enorme o espaço para gastos com pessoal segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, como sua tendência histórica é de queda. Qual o destino, então, da enorme carga tributária que pesa no bolso do conjunto da população brasileira? A resposta não é difícil. A maior parte da riqueza do Brasil escoa para o bolso do capital financeiro por meio da dívida pública, que atualmente consome quase 50% do orçamento da União.

Não é casual, assim, que o crescimento vertiginoso da carga tributária no Brasil tenha se iniciado entre os anos 1967 e 1970, quando se deu os avolumados empréstimos com instituições financeiras internacionais sob a Ditadura Militar. É urgente uma auditoria da dívida pública no Brasil, de modo a revelar a ilegalidade dessa dívida e os interesses escusos do capital financeiro que por trás dela se ocultam. Eis a verdadeira chaga e o segredo da carga tributária brasileira, com os danos que provocam ao conjunto dos trabalhadores do país.

<http://www.sitraemg.org.br/post_type_artigo/o-estado-esta-inchado/>

09/06/2016

O que afunda o país são os juros pagos aos bancos, que são os principais favorecidos pelas sucessivas políticas econômicas, destacando-se o governo tucano de FHC.

 

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