HISTÓRIA DA IMPRENSA
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Prensa mecânica em uso, xilogravura, 1568 |
A tipografia (do
grego typos — "forma" — e graphein — "escrita") é a arte e o processo de
criação na composição de um texto, física ou digitalmente. Assim como no
design gráfico em geral, o objetivo principal da tipografia é dar ordem
estrutural e forma à comunicação impressa. Por analogia, tipografia também
passou a ser um modo de se referir à gráfica que usa uma prensa de tipos
móveis.
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A tipografia clássica baseia-se em
pequenas peças de madeira ou metal com relevos de letras e símbolos — os tipos
móveis. Tipos rudimentares foram inventados inicialmente pelos chineses. Mas, no
século XV, foram redescobertos, por Johann Gutenberg, com a invenção da prensa
tipográfica. A diferença entre os tipos chineses e os de Gutenberg é que os
primeiros não eram reutilizáveis. A reutilização dos mesmos tipos para compor
diferentes textos mostrou-se eficaz e é utilizada até aos dias de hoje,
constituindo a base da imprensa durante muitos séculos. Essa revolução que deu
início à comunicação em massa, foi cunhada pelo teórico Marshall McLuhan como o
início do “homem tipográfico”.
Mesmo com o advento dos computadores e da
edição eletrônica de texto, a tipografia permanece viva nas formatações, estilos
e grafias. (Wikipédia).
Aprendemos com a nossa
História que o ano de 1808 trouxe para o Brasil novos hábitos. Com a vinda de D.
João VI e a família Real Portuguesa, houve grande mobilização na colônia para
abrigar a corte portuguesa. O Rio de Janeiro, àquela época com um pouco mais de
50 mil habitantes, precisava abrigar os 15 mil que se transferiam e acabou
sofrendo uma espécie de "europeização" para tornar-se a capital do império. Uma
espécie de revolução cultural aconteceu.
É de 1808 o alvará que pôs em funcionamento o Banco do Brasil - é que a
monarquia ia precisar movimentar recursos para se manter. Os portos brasileiros
foram abertos, surgiu a Biblioteca Real (futura Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro), foram criadas a Escola de Ciências Artes e Ofícios (futura Escola
Nacional de Belas Artes) e a Academia Militar, entre outras novidades.
Até 1808, fábricas eram proibidas na colônia. D. João assinou o alvará
permitindo que fábricas pudessem funcionar. Foi então fundada, no Rio de
Janeiro, a "Imprensa Régia".
Nesse momento a informação começaria a circular, a princípio nas mãos da corte.
Logo viria o primeiro jornal, "A Gazeta do Rio de Janeiro", divulgando toda a
informação oficial.
Oficialmente, essa é a data da instalação da primeira tipografia no Brasil.
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O registro do
aparecimento da tipografia no Brasil é pouco preciso, talvez por causa da
proibição que vigorava. A proibição dessa atividade estava ligada à própria
repressão da manifestação livre do pensamento, reinante naquela época. Imprimir
qualquer texto constituía-se num delito grave.
O primeiro produto gráfico a circular no Brasil, o Correio Braziliense, era
impresso em Londres e entrava clandestinamente no Brasil. Ele circularia até
1822, completando 175 edições.
Registros históricos falam de um opúsculo (uma pequena obra, quase um folheto),
intitulado Brasilche Gelt-Sack, que teria sido impresso em Recife, em 1634. E
também de alguém de nome Antonio Isidoro da Fonseca, que, em 1746, teria
inaugurado uma tipografia no Rio de Janeiro, depois fechada pela Carta Régia que
proibiu a impressão de livros ou de papéis avulsos na colônia. Ele teria voltado
para Portugal juntamente com todo o seu material apreendido, e, posteriormente,
em 1750, tentou voltar a abrir a sua tipografia, no Rio de Janeiro.
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Duas novidades de
origem chinesa revolucionaram a história da impressão: o papel e a xilogravura
(e também xilografia), a fase de impressão anterior à tipografia que consiste em
imprimir imagens e textos por meio de pranchas de madeira gravadas em relevo.
Seu emprego na Europa começou no século XV, com a ilustração de cartas de
baralho e manuscritos de origem religiosa.
A tipografia veio logo a seguir, também usando o mesmo método de impressão em
relevo. Enquanto na xilotipia, os caracteres ficam presos ao bloco de madeira
(como num carimbo fixo), na tipografia as letras são soltas, podem ser trocadas
e reutilizadas à vontade.
A tipografia foi rapidamente difundida, pois trouxe mais velocidade na
reprodução. Ao acabarem com a fase de impressão de manuscritos, esses primeiros
tipógrafos foram também os primeiros editores, pois encontraram elementos e
soluções para facilitar a leitura como tamanhos de linhas, letras, paginação,
que vieram a ser padronizados posteriormente.
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Vários autores
registram que, mesmo existindo os equipamentos, depois da criação da Imprensa
Régia, em 1808, somente o governo tinha autorização para imprimir.
A Imprensa Régia começou a funcionar utilizando dois prelos (as prensas, a parte
que faz pressão para imprimir) e 28 caixotes de tipos, apenas para imprimir as
publicações reais.
A primeira publicação oficial impressa, a Gazeta do Rio de Janeiro, falava sobre
a vida administrativa e sobre a movimentação do Reino. Era submetida à censura
do palácio e dirigida por um funcionário do Ministério das Relações Exteriores,
Frei Tibúrcio da Rocha.
Somente bem mais tarde, particulares obtiveram licença para que suas oficinas
gráficas começassem a funcionar, com a criação da Régia Oficina Tipográfica, em
1821.
A primeira publicação produzida pela iniciativa privada de circulação no país de
que se tem notícia foi A Idade d'Ouro do Brasil, publicada em 1821 pela
tipografia de Manuel Antonio da Silva Serva, na Bahia.
Quando D. João VI deixou o Brasil, em 1821, começou a ser elaborado o documento
que traria a liberdade de imprensa, quando um decreto seu acabava com a censura
sobre textos originais, mas ela ainda continuava a existir sobre as provas
impressas.
Foi D. Pedro I quem introduziu no Brasil a liberdade de imprensa, a partir da
primeira lei de imprensa portuguesa. Em 28 de agosto de 1821 expressou num
aviso: "que não embarace por pretexto algum a impressão que se quiser fazer de
qualquer texto escrito"