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A NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA
11/02/2003
atualizado em 01/2009
Nesses conturbados dias de anúncios
de reformas tão deformantes, lembrei-me da reforma ortográfica. Embora contendo
várias atualizações importante, algumas são prejudiciais, aumentando os
problemas ortoépicos.
“Em 1990, os sete países de língua
portuguesa assinam o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, um projeto para
unificar a escrita das palavras em português... Portugal é o primeiro país a
ratificar o acordo, em 1991, seguido do Brasil, em 1995. Os países africanos
ainda não o ratificaram logo de início.
A reforma previu a alteração de 1,6%
do vocabulário de Portugal. No Brasil essa taxa é de 0,45%. Em Portugal
desaparecem as letras mudas “c” e “p” das palavras em que não são pronunciadas acção e Egipto.
“No Brasil e em Portugal
caem os
acentos agudos de paroxítonos que têm “éi” na sílaba tônica, por exemplo
Assembléia. O acento diferencial deixa de existir em palavras homófonas (que têm
o mesmo som, mas significados diferentes). É o que acontece com
pára (do verbo
parar) e para (preposição). Todas as palavras paroxítonas terminadas em “oo”
perdem o acento circunflexo, como abençôo. O uso do trema é abolido. As palavras
escritas e pronunciadas de maneira diferente, embora com o mesmo significado,
continuam com dupla grafia, por exemplo, aspecto (no Brasil) e aspeto (em
Portugal).” (Almanaque Abril, 1998, pág. 106).
“A reforma ortográfica
foi ratificada
pelo Brasil, mas que não entrou em vigor na época por falta do necessário número de
ratificações, elimina o trema, o que é um farto material para a torre de babel,
provocando grave confusão de pronúncia. Muito bom seria que essa reforma nunca
vigorasse, embora em muitos outros pontos seja ela benéfica” (João de
Freitas, em Proteja Sua
Língua, pág. 79, edição de 1999). Infelizmente, não obstante as muitas críticas
surgidas em relação ao trema, agora em 2009, ela entrou em vigor.
Outro problema da reforma, segundo
noticiado na TV à época, seria a eliminação do acento em palavras paroxítonas
terminadas em ditongos crescentes. Isso é um tremendo complicador, como se pode
ver na expressão “informação da secretaria”. Se alguém dissesse: "Eu
recebi a informação da secretaria". Como a eliminação do acento, não
saberíamos se a pessoa recebeu a informação da "secretária" ou se foi de um
funcionário qualquer da "secretaria".
Está certo eliminar alguns acentos,
como no caso de “vôo”, “vêem”, etc. Mas em paroxítonas terminadas em ditongo
crescente é um problema, assim como a supressão do trema. É muito mais simples
termos informação gráfica sobre a pronúncia do que ficarmos obrigados a
descobrir pelo contexto da frase, o que nem sempre é possível, como no exemplo
dado acima. Isso nos aproxima da confusão fonética inglesa, com tantos sons para
uma mesma letra. Embora uma língua de poucas flexões, acho muito complexa a
pronúncia inglesa. Veja-se a preposição “but”: uns dizem “bat”, outros, “bât”,
outros “bur” (Ouça Johnn Lenon em “Mather”).
As palavras “beatle” e “Seatle” têm de diferente apenas a
primeira letra, no entanto “beatle” se pronuncia “bítol” e “Seatle” é “siátol”,
e não “sítol”.
Outros probleminha:
"1. Não se usa mais o acento
dos ditongos abertos éi
e
ói
das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como
era - Como fica
Alcalóide -
alcaloide
Alcatéia -
alcateia
Andróide -
androide
Apóia
(verbo apoiar) - apoia
apóio
(verbo apoiar) apoio
Asteróide -
asteroide
Bóia -
boia
Celulóide -
celuloide
Clarabóia -
claraboia
Colméia -
colmeia" (Novo Guia
ortográfico)
Quando eu estudava o
Segundo Grau, já tinha professor falando
protêico
e nuclêico,
em vez de protéico
e nucléico.
Imaginem agora!!!
Felizmente, a
eliminação do acento
nas paroxítonas terminadas em ditongo crescente, citada acima,
não ficou fazendo
parte da reforma.
Tratando-se da nossa língua, muitos
acham difícil entender o uso do trema (¨), ao passo que eu considero-o bem mais
simples do que a confusão criada com sua eliminação. Estava feliz com o fato de a
reforma não ter entrado em vigor. Todavia, não conseguimos convencer os
"doutores" das letras sobre o problema.
Pára (verbo
parar) perdeu também o acento. Agora, vejam esta manchete: "Previsão do
tempo para Brasília". Isso é apenas uma simples previsão do
tempo, ou a previsão do tempo fez Brasília parar?
A
reforma foi boa em parte. Mas, em relação
ao trema, como muitos especialistas da língua, achei prejudicial.
Ver
NOVO GUIA ORTOGRÁFICO
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AJUDA GRAMATICAL
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