SANDY, AQUELA DOS TRINTA


Chegando aos 30
Dona de si: prestes a entrar para o time das balzaquianas, Sandy lança EP com músicas inéditas e mais madura para a vida e a arte
08/11/2012 - 14h42
Eduardo Gregori
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Sandy está chegando aos 30 anos com uma maturidade que poucas artistas contemporâneas conseguem atingir. O lastro de mais de 20 anos de carreira em disco, palco, televisão e cinema lhe deram alicerce suficiente para assumir a fase balzaquiana sem dramas.

A artista acaba de lançar 'Princípios, Meios e Fins', projeto com cinco músicas inéditas que antecipa parte de seu segundo álbum solo. Produzido pelo marido, o músico Lucas Lima, em parceria com Jason Tarver, o EP (disco com poucas faixas) mostra uma Sandy mais tranquila e eclética, cuja voz cai muito bem em um pop mais comercial e também em composições densas, carregadas de sentimento.

Sandy conversou com Metrópole durante o lançamento do novo trabalho, em que assina quatro das cinco faixas e cujo foco é a internet.


Metrópole –Você diz estar em uma fase mais relaxada. Isso muda a Sandy perfeccionista que o público conhece?

Sandy – Não. O perfeccionismo faz parte da minha personalidade. Sou superdetalhista com o meu trabalho. Participo desde o comecinho do processo, escolho as músicas, a fonte tipográfica que meu nome vai estar no CD, até o tipo do papel com o qual o encarte do CD será elaborado.
 


O que você considera como fase mais tranquila?

Estou menos ansiosa porque agora minha carreira já começou. Eu tenho um disco, uma carreira em andamento, percebi que consigo lidar com ela, tenho um público e gente que começou a me acompanhar e que está conhecendo meu trabalho. Então já tenho um caminho meio definido, o qual estou seguindo. Ter essa definição na cabeça é melhor para trabalhar. É melhor e mais tranquilo.


O EP que você acaba de lançar tem cinco faixas, mesmo número de anos desde o fim da dupla com Júnior. É uma coincidência ou foi algo planejado?

Não, o número de músicas não tem a ver com o fato fazer cinco anos que eu e meu irmão encerramos a carreira como dupla. Conforme o tempo vai passando, e eu e meu irmão vamos consolidamos mais nesse caminho definimos individualmente. Esse trabalho atual é uma continuação do álbum Manuscrito, por isso ele se distancia do trabalho que tinha feito com meu irmão até cinco anos atrás.


Sandy e Júnior ainda trocam figurinhas?

Sim. Ele tem bastante orgulho do meu trabalho e eu tenho muito orgulho do trabalho dele. A gente acompanha a carreira um do outro de alguma maneira. Ele produziu algumas músicas do Manuscrito, o que não aconteceu neste novo trabalho. Mas a gente troca opiniões. É assim que nos relacionamos profissionalmente agora. Eu respeito muito a opinião dele e ele a minha, mas, musicalmente falando, o nosso trabalho não tem relação entre si.


Por que um lançar um EP e não um álbum completo?

Eu estava preparando um álbum com dez, 11 músicas e aí essas cinco ficaram prontas eu achei que tinham a ver com o meu momento e resolvi lançar antes. Falei, porque esperar? Ainda mais a 'Aquela dos 30', que fala de uma maneira bem-humorada da crise dos 30 anos.


Por falar em crise dos 30 anos, você está passando por essa fase?

Estou lidando com isso de uma forma leve e bem-humorada. Surgem alguns questionamentos, algumas reflexões quando a gente chega a essa idade. É aquele momento em que a gente se sente madura e fala: Tá, mas ainda não sou velha e nem muito nova, não sou mais uma mocinha. E a maneira como encaramos é levada mais a sério, então parece que a responsabilidade aumenta em qualquer coisa que façamos. Então resolvi dizer isso de uma maneira brincalhona, divertida de como estou encarando os 30 anos. Não me acho velha, óbvio que não, mas tenho consciência de que o tempo passa rápido e dá uma ansiedade, uma vontade de fazer muitas coisas enquanto sou jovem.


O EP marca sua estreia no mundo virtual. Como você lida com a internet?

Hoje, a gente não tem mais uma fórmula para trabalhar. Não existe um número de faixas que o CD precisa ter, nem época do ano em que precisa ser lançado e nem um tempo de intervalo definido entre um disco e outro. Temos mais liberdade para trabalhar e eu resolvi abraçar essa liberdade. O meio digital faz parte do momento em que vivemos. O mundo digital está tomando conta. Eu percebo que a maioria dos meus fãs é internauta, consome tudo o que está na internet. É uma linguagem muito próxima do público.


Como você se organiza para cumprir uma agenda que tem televisão, cinema, música e ainda ter tempo para sua vida pessoal?

Não é muito fácil conciliar, mas dou um jeito. Eu me organizo. Literalmente abro a agenda no computador e junto com a minha equipe estudamos direitinho como encaixar tudo de maneira que eu consiga preservar a minha vida pessoal, que é mais importante, e tocar a minha carreira porque a minha prioridade é a música.


Como foi sua experiência na televisão como adulta?

Foi uma delícia e um grande prazer participar de 'As Brasileiras'. Eu redescobri a paixão de atuar de uma maneira intensa. Pretendo dar continuidade a isso na medida em que for possível conciliar.


Você costuma ver a reapresentação do seriado Sandy e Júnior que está no ar?

Assisto bastante, quase todo dia. Eu adoro, acompanho e morro de saudade. Foi uma fase maravilhosa que eu recordo com muito carinho.


Como é a relação profissional com seu marido?

Eu e o Lucas trabalhamos muito bem a dois. A gente tem um diálogo artístico grande e que me traduz como pessoa. Me sinto à vontade, confortável. Acho ele muito criativo.


Com tanto trabalho, você planeja ter filhos?

Hoje há métodos para atrasar o relógio biológico e conheço muita gente que foi mãe aos 40, 42 e foi superbem. Não que eu pense em ser mãe aos 40, mas digo que tenho tempo e isso não é uma grande pressão para mim. Eu penso em filho, quero ter filho, mas não é um assunto que pese para mim agora.

http://metropole.rac.com.br/_conteudo/2012/11/capa/9128-chegando-aos-30.html

 

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