UMA SOLUÇÃO CONTRA O EXCESSO DE GÁS CARBÔNICO -- (16/02/2006)
 

Enzima mutante faz plantas converterem dióxido de carbono mais rapidamente

RIO - O aquecimento global pode estar com os dias contados. Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Emory descobriram uma enzima mutante que garante às plantas a capacidade de usar e converter o dióxido de carbono mais rapidamente, reduzindo a quantidade do gás tóxico na atmosfera. A descoberta está na edição de fevereiro da revista "Protein Engineering Design and Selection".

Durante a fotossíntese, as plantas e algumas bactérias, convertem a luz solar e o dióxido de carbono em energia química aproveitável. A enzima responsável por esta atividade é a rubulose 1,5-bisphosphate carboxilase/oxigenase, também chamada de RuBisCO. A RuBisCO é uma enzima abundante, mas pouco eficaz.

- Todas as formas de vida da Terra dependem pelo menos um pouco do funcionamento desta enzima. Acontece que em bilhões de anos a RubisCO evoluiu muito pouco e continua milhares de vezes mais lenta que a maioria das enzimas existentes. As plantas precisam produzir toneladas dessa enzima apenas para se manterem vivas - afirmou o professor de bioquímica da Escola de Medicina da Universidade de Emory, Ichiro Matsumura, um dos autores do estudo.

A baixa eficácia da RuBisCO limita o crescimento das plantas e as impede de usar e assimilar todo o dióxido de carbono presente na atmosfera, mesmo que a quantidade de gás continue a crescer e crescer. O resultado do aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera é o aquecimetno global.

Durante décadas, cientistas tentaram desenvolver uma variante da enzima, capaz de converter o gás tóxico de forma mais rápida, mas a estrutura complexa da RubisCO sempre foi um obstáculo às mutações. Matsamura e seus colegas tiveram sucesso através de um processo chamado de "evolução dirigida", no qual foram usadas bactérias de Escherichia coli (E.coli).

- As mutações levaram a um aumento de 500% na eficácia da RubisCO - afirmou Matsamura. - Estes resultados poderiam levar as plantas a crescerem mais rápido.
GLOBO ON LINE, 16/02/2006.
http://oglobo.globo.com/online/ciencia/plantao/2006/02/15/191866611.asp

 

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