ACREDITA QUE O DEUS DOS JUDEUS FEZ ALGUMA COISA?

 

Yavé, o deus dos judeus, o deus verdadeiro, criador de todas as coisas, o deus zeloso que vinga a iniquidade dos pais nos filho, era um deus implacável, castigando severamente os menores deslizes humanos. E, até nos primórdios do cristianismo, o texto sagrado o mostra matando um casal por uma banalidade, além do que a tradição diz que ele livrou um de seus apóstolos que foi lançado dentro de um tacho de azeite fervente.  Todavia, depois disso, ele não fez mais nada de extraordinário, apenas se supõe ter sido ele o condutor de alguns desastres e atos de humanos estúpidos que pensam estarem fazendo a vontade dele.   Não parece um tanto estranho um ser todo-poderoso a certa altura desistir de mostrar seu poder e abandonar os seus amigos?

 

De início, Yavé já teria mostrado toda sua severidade, todo o seu sadismo, ao condenar a humanidade inteira, ao sofrimento e morte pelo simples fato de a mulher, desejando ter conhecimento, comer uma fruta que ele teria proibido comer.

 

A seguir, recebendo uma oferta de adoração de dois irmãos, ignorou a oferta do que ofereceu legumes, simplesmente porque seu cardápio preferido é carne queimada.

 

Menos de dois milênios depois, já arrependido de ter criado uma espécie à sua semelhança, teria mandado uma inundação geral, para afogar a humanidade inteira, incluindo nessa carnificina todos os animais e aves, de cuja criação deve ter-se arrependido também.   E, para não ter que fazer tudo de novo, deixou um ou sete casais de cada espécie, inclusive uma família humana, porém não solucionou o problema, continuou tudo mal como antes.

 

Logo após toda essa matança, seu homem escolhido se embebedou e tirou a roupa, um de seus filhos achou engraçado sua embriaguez.  Estranhamente, tal como seu deus, esse homem justo não fez nada contra o filho que riu dele, mas amaldiçoou o neto, que nada tinha feito, bem como sua descendência.

 

Depois desses episódio tão absurdo quanto o da fruta proibida, seguiram uma série de coisas bárbaras, até um dia, miraculosamente abrir o mar para uma nação dita predileta passar e escapar de um exército e depois a mandou matar um punhado de outras nações para desocupar uma terra que lhe prometera como possessão eterna.   E, ironicamente, não cumpriu a promessa; deixou esse povo escolhido passar séculos servindo aos adoradores de outros deuses, até um dia ser expulso da terra da promessa.

 

Assim teria dito um profeta:


"Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá. O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá. Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei. A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra. Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme. Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus. Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças, se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos, então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade. Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade. Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi. A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim; será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar." (Salmos, 89: 20-37).

 

Não obstante a promessa incondicional, que prometera cumprir ainda que seu povo se desviasse de seus preceitos, a certa altura dos acontecimentos, as tribos de Israel, que, segundo diz o livro sagrado, haviam formado um reino de Israel separado de Judá, caíram em poder dos assírios.

 

Então, um profeta judeu predisse:

 

Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. E ele permanecerá, e apascentará o povo na força do Senhor, na excelência do nome do Senhor seu Deus; e eles permanecerão, porque agora ele será grande até os fins da terra. E este será a nossa paz. Quando a Assíria entrar em nossa terra, e quando pisar em nossos palácios, então suscitaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Esses consumirão a terra da Assíria à espada, e a terra de Ninrode nas suas entradas. Assim ele nos livrará da Assíria, quando entrar em nossa terra, e quando calcar os nossos termos. E o resto de Jacó estará no meio de muitos povos, como orvalho da parte do Senhor, como chuvisco sobre a erva, que não espera pelo homem, nem aguarda filhos de homens. Também o resto de Jacó estará entre as nações, no meio de muitos povos, como um leão entre os animais do bosque, como um leão novo entre os rebanhos de ovelhas, o qual, quando passar, as pisará e despedaçará, sem que haja quem as livre. A tua mão será exaltada sobre os teus adversários e serão exterminados todos os seus inimigos. Naquele dia, diz o Senhor, exterminarei do meio de ti os teus cavalos, e destruirei os teus carros; destruirei as cidade da tua terra, e derribarei todas as tuas fortalezas. Tirarei as feitiçarias da tua mão, e não terás adivinhadores; arrancarei do meio de ti as tuas imagens esculpidas e as tuas colunas; e não adorarás mais a obra das tuas mãos. Do meio de ti arrancarei os teus aserins, e destruirei as tuas cidades. E com ira e com furor exercerei vingança sobre as nações que não obedeceram.” (Miquéias, 5: 2-15).

 

Apesar dessa promessa de destronar a Assíria e repatriar os israelitas, nada se cumpriu, o rei judeu Josias, que deveria ser o salvador da predição, morreu na guerra, e a Assíria foi derrotada, não por um libertador nascido em Belém, mas pelo rei da Babilônia, e Judá entrou no pacote, tendo fim a monarquia judaica que deveria ser eterna como o sol e a lua.

 

Nesse intervalo de submissão de seu povo escolhido, esse deus fez uma porção de coisas miraculosas, porém nada suficiente para manter seu reino eternamente como prometido; deixou que sua linhagem real desaparecesse em meio aos fracassos contínuos diante dos ditos gentios idólatras.

 

Diz o texto sagrado que um profeta judeu chamado Daniel, que teria recusado a adorar os deuses babilônios, foi lançado numa cova para ser comido por leões, mas esse deus fez com que os leões não o devorassem.  Ainda um pouco adiante, outros três judeus que também não adoravam os deuses babilônios e continuavam louvando a Yavé foram lançado em um forno superaquecido ao ponto de serem queimados os homens que os lançaram, e eles nada sofreram, sobreviveram entre as chamas sem se queimarem.  O poder de Yavé era tão grande para esse feito, todavia não o suficiente para livrar os judeus do poder imperial de Babilônia.

 

Mas outro profeta teria pronunciado novas promessa de Yavé:

 

"E Babilônia, a glória dos reinos, o esplendor e o orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou" (saías, 13:19). "Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor" (Isaías, 65: 17-25).

 

Entretanto, Yavé novamente não cumpriu a promessa do reino eterno.  Babilônia caiu, mas o povo de Yavé ficou servo dos medos e persas. 

 

Passou o império Medo-Persa, veio o Grego, de Alexandre o Grande, depois sua divisão, e, tempos depois, a "grande tribulação", "um tempo de angústia tal qual nunca houve" (Daniel, caps. 8, e 10 a 12), e mais uma vez a promessa era que os reinos do mundo seria "entregues aos santos do altíssimo", ou seja os judeus.   E os fatos até as ações de Antíoco IV e a vitória dos macabeus foram descritos bem detalhadamente, o que torna evidente que quem escreveu essas coisas não foi um vidente que viveu na Babilônia, mas alguém que vivia nos dias da vitória dos macabeus. Tanto é que dali para frente, do seu ponto de vista, os judeus dominariam o mundo, coisa que, como sempre, falhou.

 

Após Antíoco, vieram os romanos e dominaram tudo.  Mais um povo politeísta desfazendo as promessa do deus dito onipotente dos judeus.   E esses, para mostrar que o deus dos judeus não era melhor do que os deuses deles, centralizaram seu ataque arrasador no templo de Yavé, que foi completamente destruído.  E algum tempo depois, expulsaram o dito povo escolhido da dita terra da promessa. 

 

Fracassando completamente as promessas do deus dos judeus, surgiu, de uma forma um tanto obscura, o Cristianismo, uma nova religião dizendo que seus adeptos eram os novos escolhidos de Yavé em lugar dos judeus, que teriam sido rejeitados.

 

Embora ninguém dos historiadores do primeiro século tenha conhecido um Yeshua que teria dito ser o salvador e teria sido crucificado, a história que começou a circular lá pelo segundo século é que Yavé abandonou os judeus e mandou seu filho, ou ele próprio, para ser morto em sacrifício pelos pecados do mundo, e assim seus novos escolhidos são os seguidores desse Yeshua, Jesus na nossa língua.

 

Contam os relatos ditos dos apóstolos de Jesus que eles operavam milagres, curando pessoas doentes, até ressuscitando mortos, e que a ação divina levou à morte um casal chamado Ananias e Safira, por terem vendido uma propriedade para dar oferta aos apóstolos cristãos e terem ficado com parte do valor da venda; coisa bastante absurda para se atribuir a um deus que dizem "é amor".

 

Mais adiante, diz a tradição da igreja, um apóstolo dos que viveram diretamente com esse Jesus, foi lançado pelos romanos em um tacho de azeite, e saiu dali sem nenhuma queimadura.

 

Todavia, passados esses tempos prodigiosos, a história só nos traz informações de que a igreja cristã é que queimavam pessoas vivas nas fogueiras e matava com outros métodos cruéis, e os milagres desapareceram. 

 

Veio um tempo em que o homem dito infalível representante do deus cristão caiu sobre o poder de Napoleão Bonaparte, e a igreja perdeu o poder que tinha sobre os reis da Europa.

 

O que podemos observar é que grandes milagres, como o mar se abrindo para a passagem dos hebreus, exércitos poderosos caindo diante de poucos hebreus, um homem sozinho matando mil homens um osso de um jumento, um menino matando com uma pedra um homem gigante de quase três metros de altura (2,9m, estatura que comprovadamente nunca existiu), só existem no conto do livro encontrado na reforma do templo de Jerusalém.  Dali em diante, quando os judeus entraram realmente para a história, Yavé nunca foi capaz de livrar os judeus dos exércitos dos impérios politeístas, e as sucessivas promessas divinas de dar a eles o domínio sobre todos os reinos do mundo não passaram de fantasias de seus velhos sonhadores.

 

Agora, fica aos cristãos a pergunta: por que esse deus, sendo o criador todo-poderoso, onisciente, perfeito, justo e bom, fez tantas barbaridades no passado, e hoje não se vê nada de concreto feito por ele? Não vemos os ladrões que tiram muito do pouco dos miseráveis para a própria riqueza morrerem por castigo divino, nem cristãos serem salvos prodigiosamente quando atacados por muçulmanos, nem vemos ateus terem as mãos endurecidas para não poderem digitar informações sobre a inutilidade desse deus, como teria tido o braço endurecido instantaneamente o rei Jeroboão ao tentar pegar um profeta desse deus (I Reis, 13: 4).   O que nos admira é ainda haver bilhões de pessoas acreditando nesses contos.  Diante de tudo isso, você ainda acredita?

 

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