AÉCIO PEGO PELA
ARMADILHA DO PRÓPRIO PARTIDO
STF afasta Aécio Neves do cargo e
autoriza prisão de irmã
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em endereços do senador
nesta manhã
18 maio 2017, 07h50 - Atualizado em 18 maio 2017, 08h10
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Aécio Neves: um dos mais afetados na nova safra de revelações da Odebrecht
(Cristiano Mariz/VEJA)
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou o
afastamento do senador Aécio Neves (PSDB) do cargo no legislativo, segundo o
jornal O Estado de S. Paulo. A Polícia Federal cumpre mandados de busca e
apreensão em endereços do senador nesta manhã.
Os mandados são cumpridos no gabinete do presidente do PSDB e na na casa do
parlamentar em Brasília.
De acordo com o jornal, o STF também autorizou a prisão da irmã do senador,
Andréa Neves.
Segundo o empresário Joesley Batista, que fechou acordo de delação premiada com
a Procuradoria-Geral da República, ao lado de seu irmão Wesley Batista e outros
cinco executivos da JBS, Aécio pediu 2 milhões de reais para supostamente
custear a defesa dele na Operação Lava Jato.
De acordo com O Globo, que revelou a delação premiada nesta quarta-feira, o
presidente do PSDB teria dito ao empresário que o valor custearia o trabalho do
advogado Alberto Zacharias Toron. A conversa teria durado 30 minutos e foi
gravada em um hotel em São Paulo.
“Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém
de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, teria dito Joesley ao
tucano. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o
Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá
e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”, teria respondido Aécio,
em uma suposta referência a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros.
Ainda segundo a publicação, o dinheiro foi entregue em quatro parcelas de
500.000 reais a Medeiros pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo
Saud. Uma das entregas teria sido filmada pela Polícia Federal, ocasião em que
Frederico Medeiros teria repassado o dinheiro a Mendherson Souza Lima,
secretário do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
O jornal também informa que a PGR tem indícios de que essa parte do dinheiro não
foi destinada ao pagamento do advogado. A PF teria seguido Souza Lima, que fez
três viagens de carro a Belo Horizonte para levar a propina. Ele teria remetido
os 500.000 reais à empresa Tapera Participações Empreendimentos Imobiliários, de
Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella.