AMALGAMAÇÃO DE HUMANOS COM BESTAS
Incomodada com a incongruência entre a alegada perfeição da
criação divina e as falhas da natureza, Ellen White tirou de seu
espírito santo a descoberta de que Yavé, o deus judaico-cristão
fizera tudo perfeito, mas Satanás, o agente do mal, o anjo
caído, desvirtuara a criação divina por alteração genética e
promovendo o cruzamento de espécies distintas.
"Amálgama – a polêmica dos parágrafos omitidos
Descrevendo um grande pecado, a Sra White relatou:
"Mas se há um pecado acima de todo outro que atraiu a destruição
da raça pelo dilúvio, foi o aviltante crime de amálgama de
homem e besta que deturpou a imagem de Deus e causou
confusão por toda parte." (Spiritual Gifts, Vol. 3, pg.64,
1864).
"Toda espécie de animal que Deus criou foi preservada na arca.
As espécies confusas que Deus não criara, resultantes
da amálgama, foram destruídas pelo dilúvio. Desde o dilúvio,
tem havido amálgama de homem e besta como pode ser visto nas
quase infindáveis variedades de espécies animais e em certas
raças de homens." (Spiritual Gifts, Vol. 3, pg. 75, 1864).
Segundo o artigo de Gordon Sigley e na opinião do escritor
apologista Dirk Anderson, a afirmação da Sra White sobre o
amálgama (mistura, fusão, cruzamento) de homem e besta (animal)
foi uma das mais controvertidas e embaraçosas para seus
seguidores.[10] Na opinião de Dirk, a afirmação da Sra. White
parecia indicar que ela cria que, a
união sexual entre seres humanos e bestas (animais) antes e
depois do dilúvio produziu espécies diferentes, amalgamadas
(e que Deus não criara). A citação dela (Sra White) diz
que os resultados do amálgama podiam ser vistos "em certas raças
de homens." Já na época, esses parágrafos causaram sérias
perguntas, como: Quais raças são resultado da amálgama?
Em 1868, o dirigente adventista Urias Smith publicou sua defesa
de Ellen White. Nesse livro, Smith conjecturava que
a união entre seres humanos e bestas havia
criado raças como os bosquímanos (indígenas) da África, algumas
tribos de hotentotes, entre outras.[11] A Sra White
não fizera qualquer declaração com respeito à defesa de Urian
Smith.[12] Tiago White o marido de Ellen White, revisou o livro
de Smith antes da publicação e o recomendou aos leitores da
revista oficial da igreja, a Review and Herald. E no
mesmo ano, o Sr e a Sra White levaram 2.000 exemplares do livro
de Smith consigo para oferecê-los durante as reuniões
campais.[13] Os parágrafos sobre o amálgama voltaram a ser
publicados em 1870 no livro Spirit of Prophecy, Vol. 1, e
continuaram causando controvérsia.[14] Durante anos, vários
homens haviam oferecido diferentes interpretações das
declarações de Ellen White. "críticos e apologistas de Ellen
White postaram-se em batalha em torno desse assunto de elevada
carga emocional."[15] Em setembro de 1947, houve uma reunião
onde quinze dos mais importantes líderes eclesiásticos
adventistas estavam presentes para ouvir dois biólogos
adventistas, o Dr. Frank L. Marsh e o Dr. Harold W. Clark,
debaterem o sentido de tais declarações publicadas no século XIX
pela profetisa de sua igreja, Ellen G. White. As posições dos
biólogos eram diferentes. O Dr Clark afirmava que a Sra White
realmente referia-se ao cruzamento de seres humanos com animais.
Mas o Dr Marsh defendia a interpretação de cruzamentos
separados: humano com humano, animal com animal. Houve uma
batalha de argumentos, sem haver consenso completo. "a
controvérsia nunca foi totalmente superada.[16]
O Centro de pesquisas Ellen White(CentroWhite), aceitando a
versão defendida pelo Dr Marsh, declara que a Sra. White nunca
sugeriu a existência de seres subumanos ou qualquer tipo de
relação híbrida animal/homem. Ela falou sobre "espécies animais"
e "raças humanas", mas não sobre algum tipo de amálgama de
animais com seres humanos. "Nenhum dicionário jamais usou a
palavra "amalgamação" para descrever a coabitação de homem com
animal. O emprego da palavra no século dezenove incluía a
miscigenação de diversas raças". E acrescentam: "Reconhecemos,
porém que estudantes sérios dos escritos de Ellen White divergem
sobre o que ela queria dizer por amalgamação. A responsabilidade
da prova repousa sobre aqueles que afirmam que a Sra. White deu
ao termo um novo e estranho significado.[17]
Apoiando a tese de Frank L. Marsh, o adventista Dr Francis D.
Nichol escreveu o livro: Ellen White and her Critics, onde
Nichol diz que a amalgamação (humano com humano) referia-se ao
cruzamento da raça (ímpia - dos homens) de Caim, com a raça
(crente - de Deus) de Seth. E os animais ao se cruzarem em
diferentes raças, também estavam cometendo crime, ou pecado
contra a lei natural de Deus.[18] Nichol declarou: "Acreditamos
que o significado da frase-chave em questão é encontrado por sua
compreensão de leitura: "amálgama de homem e [de] besta." Assim,
a passagem seria falar do amálgama de diferentes raças da
humanidade e da fusão de diferentes raças de animais. A
construção gramatical e de uso comum nos permitem compreender
"de" como sendo implícita".[19]
Após 1871, os parágrafos do amálgama foram omitidos das edições
posteriores. E o filho de Ellen White, W.C. White, explicou:
"Quanto aos dois parágrafos que se encontram em Spiritual Gifts
e também em Spirit of Prophecy, relativamente ao amálgama e à
razão por que foram omitidos dos livros posteriores, e à questão
de quem assumiu a responsabilidade de omiti-los, posso falar com
perfeita clareza e convicção. Eles foram omitidos por Ellen G.
White". "A Sra. White não só tinha bom juízo baseado numa
compreensão clara e abarcante das condições e as conseqüências
naturais de publicar o que escrevia, como muitas vezes recebia
instruções diretas do anjo do Senhor em relação com o que devia
ser omitido ou acrescentado nas novas edições." (mensagens
escolhidas vol 3 pg 452).
Para o sr. Dirk Anderson, essa explicação de relação entre raças
(humanos com humanos e animais com animais) criou outras
perguntas, como: "Como poderiam as
relações sexuais entre parceiros humanos casados serem descritos
como "aviltante crime"? Será que Deus não honra o
casamento, independentemente de serem ou não, ambos os parceiros
da mesma raça ou crença?" "Se casar com uma mulher ímpia foi um
"aviltante crime" digno da destruição da raça humana, porque a
Bíblia diz que o casamento de Sansão com uma filistina foi "do
Senhor?" "Como poderiam os resultados
de cruzamento (ou casamento) entre pessoas de diferentes fés,
agora "ser visto" em "certas raças de homens?"
Quais são as raças com visíveis evidências
de fusão entre crentes e não crentes"? e: "Como poderia
união entre as diferentes espécies de animais ser um alvitante
crime? Os animais não têm essa capacidade
moral para cometer tal crime!"[20]
Em seu artigo, Gordon Shigley declarou: "Por anos a
comunidade adventista presumiu que a Sra. White cria que parte
da queda do homem envolveu união sexual de
homem com animal e defendeu seus pontos de vista como
científicos. Depois de 1947, a posição prevalecente mudou e
prosseguiu assim por 35 anos. Incapaz de conciliar a mais óbvia
leitura das declarações de Ellen White com a ciência, e com um
compromisso para com a igualdade genética entre as raças, a
Igreja aceitou a engenhosa interpretação de Marsh sobre o que
Ellen White quisera dizer. Ellen White realmente creu que
amálgama de homem com besta teve lugar[21]
(Fonte: Wikipédia).
Aí está mais um absurdo a que chegou pela fé quem tentou
harmonizar a chamada palavra divina com a realidade. Em
vez de perceberem e admitirem que essa palavra divina é um
equívoco, pessoas criam outros equívocos ainda maiores maiores
na tentativa de encobrir as falhas daquilo que chamam de verdade
e perfeição de um ser onisciente. Não podendo conciliar as
mutações e falhas da natureza com a alegada perfeição de uma
criação divina, tentou passar a idéia de que outro ser
sobrenatural, do lado mau, tenha desvirtuada a criação do deus
perfeito justo e bom.
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ELLEN WHITE.