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O AMOR AO DINHEIRO É
UNIVERSAL
Rebelião em Angola tira igrejas
e TV de Edir Macedo e deve chegar a outros países, diz bispo ao DCM
- abril 29, 2021
POR GILBERTO NASCIMENTO
O bispo Edir Macedo perdeu definitivamente os templos de sua igreja, a Universal
do Reino de Deus, em Angola, e teve também suspensas no país, na semana passada,
as atividades de sua emissora de TV, a Record.
Há um temor entre líderes da instituição de que ações semelhantes possam ocorrer
em outros países.
Em Angola, 51 dos cerca de 90 pastores e missionários brasileiros da instituição
começaram a ser avisados pelo Serviço de Migração e Estrangeiros de que deverão
deixar o país o mais rápido possível.
Os vistos dos religiosos brasileiros, ao vencerem, não deverão ser renovados,
segundo o governo.
A suspensão da TV Record de Angola ocorreu em razão de a emissora ter como
principal dirigente um brasileiro, o também pastor Fernando Teixeira, quando a
lei local exige que seja administrada por um angolano.
O ato não deixou de ser uma retaliação: a Record de Angola, como também a Record
África e a matriz no Brasil vinham fazendo ataques ao governo, à Justiça
angolana e aos novos líderes da igreja no país.
As últimas decisões do governo angolano representaram uma pá de cal na tentativa
de Macedo de conter o movimento de religiosos locais iniciado no final de 2019,
e assim retomar o controle de seus templos.
O quadro para Macedo, a partir de agora, tende a se agravar.
Ouvido pelo DCM na tarde de sábado, dia 24, o bispo Felner Batalha, porta-voz e
um dos líderes da chamada Reforma da IURD em Angola, disse que a reprodução do
movimento iniciado ali começa a dar sinais em outros países, e deve chegar em
breve ao Brasil.
“Eu acredito que a reforma da Igreja Universal
vai acontecer aí no Brasil. Quem
viver, verá. Vai acontecer em Portugal, na Argentina, nos Estados Unidos. Vai
acontecer em Moçambique, na África do Sul, na Alemanha, em
todos os países onde está a igreja”, sentenciou.
Os problemas ocorridos em Angola são os mesmos em todos os países, observou
Batalha.
“As táticas são as mesmas e os pastores estão cansados de viver na opressão, na
humilhação e discriminação. Então, a reforma é irreversível, vai acontecer”.
O bispo angolano diz não poder dar detalhes de movimentos semelhantes iniciados
em outros países, pois “talvez atrapalhe o processo dos locais que eu citar”.
“Durante muito tempo todo o mundo acreditou que o bispo Macedo era intocável e
que ele não perdia nenhuma causa. Mas o que está acontecendo aqui em Angola é
prova de que o bispo Macedo não é invencível. E quando há injustiças e crimes,
quem de direito tem de pagar”, afirma Batalha.
Os bispos e pastores angolanos, após vários protestos contra a direção
brasileira da Universal, romperam definitivamente com Macedo em junho do ano
passado, quando assumiram o controle da maioria dos 400 templos da Universal no
país.
O bispo Batalha, antes, chegou a enviar uma carta a Edir Macedo relatando
problemas no país e pedindo providências ao líder máximo da Igreja. Disse não
ter recebido resposta.
Na Justiça, os novos líderes angolanos acusaram a direção brasileira da IURD de
vários crimes, entre eles racismo,
fraudes, evasão de divisas e
expatriação de
capitais.
As denúncias formalizadas foram encaminhadas à Procuradoria Geral da República
de Angola no ano passado. Bispos e brasileiros envolvidos em supostas
irregularidades devem ser julgados em breve no País.
A Universal arrecada cerca de US$ 80 milhões ao ano em Angola. Esse dinheiro não
ficava no país, segundo os novos líderes angolanos, o que gerou a insatisfação
e, em seguida, a rebelião.
Edir Macedo pediu ajuda ao presidente Jair Bolsonaro para que tentasse
interceder junto ao governo angolano. Bolsonaro enviou uma carta ao colega João
Lourenço, pedindo um “tratamento adequado” aos brasileiros e à Universal.
Mas não adiantou. As decisões do governo de Angola têm sido favoráveis aos
líderes locais. A Universal se diz vítima de “um golpe religioso” e acusa os
novos líderes de serem “ex-pastores afastados por envolvimento em denúncias e
irregularidades”.
<https://universoceticobr.blogspot.com/2021/04/rebeliao-em-angola-tira-igrejas-e-tv-de.html>
A fé, o que se crê não importa. O que
está em jogo aí é aquilo que move todas as instituições, o dinheiro. O
'amor ao dinheiro' É UNIVERSAL.
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