UMA ANÁLISE CIENTÍFICA DAS PREVISÕES DO FIM DO MUNDO
Texto de Mário Giudicelli

07/10/2009


Agora, com o fim do século XX e a entrada do século XXI, surgem por toda parte publicações notícias, comentários, previsões e preocupações noticiadas pela imprensa, sempre ávida em busca de escândalo. Todas anunciando ou procurando saber se realmente o mundo vai acabar, isto é, se a vida em nosso planeta, de uma forma ou de outra, cessará completamente. É claro que disso se aproveitam os eternos exploradores das variadas crendices populares, pois o público, ora desinformado, ora simplesmente de pouca escolaridade, corre de braços abertos para engolir ou absorver toda sorte de vigarices que lhe prometa a salvação, qualquer que seja o perigo imaginário que inventaram esses divertidos adivinhadores do futuro. Tais malandros exploradores já existem desde longas e antigas eras, começando, possivelmente, com Nostradamus e chegando a todos os conhecidos e numerosos exploradores da crendice, que vemos diariamente nos canais de televisão.

É CURIOSO. MAS ACERTAM

Na verdade, a despeito de seu mau caratismo, de sua falta de escolaridade, de nada entenderem de ciência e de terem, apenas, como objetivo explorar o público ingênuo, o que tais adivinhadores preveem tem, curiosamente, um certo grau de verdade, não porque sejam beneficiados com previsões corretas, graças a um comando extra-terrestre, mas por puro acaso, ou então, porque leram algum duvidoso e incorreto artigo pseudo-semi-científico nas páginas de exemplares antigos de determinados órgãos de imprensa, disso tirando algumas conclusões, que deram certo por azarão. E, assim, o leitor curioso indagará: “Em que acertaram ao nos anunciarem o próximo fim do mundo? A resposta é o que procurarei sintetizar, lamentando que minhas habituais 70 linhas de espaço não permitam uma explicação mais completa e clara.

O VASTO DESAPARECIMENTO DAS ESPÉCIES

Desde que se iniciou a vida no universo em que vivemos, coisa de alguns três bilhões de anos, já surgiram e desapareceram mais de 97% de todas as espécies vivas, animais ou vegetais. Um dos bem conhecidos exemplos de vida animal fracassada e, totalmente, desaparecida, foram os dinossauros, que habitaram o planeta terra uns 200 milhões de anos antes da presença relativamente recente dos primatas, e, de cujo grupo, fazemos parte. Entre os próprios primatas, parece certo o igual desaparecimento para breve dos gorilas, uma espécie de animais que não conseguirá sobreviver por muito mais tempo, devido a sua incapacidade no mundo competitivo de seu reduzido espaço, hoje, pouco a pouco, ocupado pelo homo sapiens. O que é igualmente curioso é que, para a própria espécie humana, o destino é também igual, isto é, não escaparemos do mesmo destino final como espécie. A data desse desaparecimento, é claro, não pode ser determinada, porque existem muitos detalhes imprevisíveis, mas esse dia chegará eventualmente. Ele poderia já ter ocorrido (como, aliás, quase sucedeu na década de 60 quando os Estados Unidos e a União Soviética, estupidamente, brigavam pelo poder universal e possuíam bombas atômicas, que acabariam com a vida no planeta). Ou poderá ter lugar, pela impossibilidade biológica dos seres humanos de combaterem um inesperado vírus como o “Ebola” para o qual não existe nenhuma defesa. O Centro de Controle de Doenças do governo americano localizado em Atlanta, na Georgia, informou, recentemente, que, mais dia, menos dia, surgirá eventualmente algum novo vírus, sem a mínima possibilidade de cura. Ou, se não gostarmos dessa probabilidade desagradável, teremos, também, outra forma de aniquilamento mundial. Refiro-me à inexorável lei “malthusiana”, que indica que com a descontrolada super população das enormes massas pobres e deseducadas do Terceiro Mundo (e o Brasil é um belo exemplo disso) cujas mulheres são mal informadas, despreparadas, no que concerne ao controle da natalidade, chegará o dia do caos geral - débil e suavemente demonstrado pelo pequenino e devastador exemplo de uma recente greve geral de camioneiros, que se demorasse apenas mais dez ou quinze dias, teria provocado a morte, pela fome, de um vasto número de pobres.

AS TEORIAS CONFIRMADAS DE DARWIN

Darwin com sua extraordinária obra em que descreve a inelutável e inalterável lei da sobrevivência das espécies, abriu um vasto leque de novas ciências, onde se destacam e colaboram intimamente a antropologia, a paleoantropologia, e a sociobiologia. Essas ciências combinadas nos demonstram que ontem, como hoje, os seres humanos, que sobreviveram como espécie pela singular qualidade de possuírem um neo córtex inteligente, erradamente, caminharam para a criação de crendices, totalmente infundadas e sem valor científico. A ciência, entretanto, vem demonstrando que o destino dos seres humanos tem seus dias contados, como espécie. A despeito de toda inteligência, continuamos, graças ao imenso e incontrolável poder dos nossos instintos animais, localizados no hipotálamo, a destruir o meio ambiente, as terras, as florestas, os rios e o próprio ar que respiramos. E, se isso não bastasse, ainda, inundamos o planeta com um vasto número de seres humanos, que nada respeitam em sua luta pela sobrevivência. Assim, por mais ignorantes, desinformados que sejam os exploradores da crendice popular, que inundam nossos canais de TV, há que se reconhecer ”by default”, conforme dizem os norte-americanos, que eles acertaram de certo modo: "O fim vai chegar”. Diferentemente do discreto e silencioso crocodilo africano, que não pretende nos ensinar formas de salvação, mas que vive tranquilamente há centenas de milhões de anos, os seres humanos, que têm a arrogância de se julgarem diferentes das demais espécies, merecem mesmo desaparecer. E nisso os vigaristas das TV têm razão, ainda que por caminhos errados...

Release para Imprensa:
http://www.comuniquese.com.br/deliverer_homolog/site/preview.asp?id=45689

Informações sobre o autor:

Nascido no Brasil, o Jornalista Mário Giudicelli é Mestre em Sociobiologia (a ciência que estuda as formas de comportamento de todos os seres vivos, inclusive das plantas) – Universidade de Connecticut, 1973.

Trabalhou por mais de 20 anos na Drug Enforcement Administration, a Agência Federal dos Estados Unidos de Controle e Policiamento de Drogas. Funcionário da Casa Branca,durante 12 anos, foi tradutor simultâneo dos Presidentes George Bush (pai) e Ronald Reagan.

Entrevistou inúmeras celebridades como os artistas Kirk Douglas, Clint Eastwood, John Wayne, o diretor Alfred Hitchcock, a atriz Jane Fonda e vários outros; o Presidente Arthur da Costa e Silva, inúmeros deputados, senadores, jornalistas, cientistas de vários países da América Latina; o General Perón (em 1947), Che Guevara, Fidel Castro, Jânio Quadros, Ludwig Erhart da Alemanha Ocidental, Gamal Abdel Nasser, Presidente do Egito, de quem foi tradutor simultâneo durante cinco anos. Foi locutor da Rádio do Cairo ( entre 1957 e 1962 ) e da Voz da América ( entre 1973 e 1974).

Tornou-se amigo do cientista alemão Werner Von Braun com quem gravou uma das mais interessantes entrevistas sobre o destino da humanidade (a entrevista com o Dr, Von Braun está disponível para quem desejar uma cópia ). Giudicelli foi correspondente de guerra no Terceiro Exército do General George Patton, entre dezembro de 1945 e maio de 1946; foi correspondente no Tribunal de Guerra em Nuremberg, durante um ano e meio, sendo o único jornalista, ainda vivo, que esteve presente em todo o julgamento dos criminosos nazistas.

<http://www.internationalvitamins.com.br/forum/sociobiologia/uma-analise-cientifica-das-previsoes-do-fim-do-mundo.html>
 

 

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