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O ARGUMENTO DA IGNORÂNCIA PARA
JUSTIFICAR DEUS
Até hoje, nenhuma pessoa que disse provar a existência de deus apresentou alguma
informação, mas só se baseou na falta de informação. À semelhança daquele
primata que deduziu a existência de um ser invisível por não saber o que produz
um raio e um trovão, religiosos continuam dizendo ter provado a existência de
seu deus com base nas coisas das quais ainda não se têm explicação.
Um cientista chamado Douglas Ell, com conhecimentos em matemática e química,
disse ter encontrado deus com base na matemática.
"Assim, ele chegou à conclusão de que a fé cristã e a Bíblia Sagrada são ligadas
à ciência em sete pontos principais: a evidência do início do universo; a
aparente “excelente sintonia” do universo; a complexidade específica da vida, e
a falta de qualquer explicação razoável por sua origem; a futurista natureza da
vida tecnológica; a evidência contra a evolução neodarwiniana; a natureza única
e especial da Terra; e a linguagem universal da matemática".
<http://noticias.gospelmais.com.br/cientista-ateu-encontra-deus-matematica-converte-81623.html>
"Evidência do início do universo", em vez de provar, nega a existência de um ser
que teria criado tudo seis mil anos atrás. Pois, ante os conhecimentos atuais,
não se pode negar que o universo tem bilhões de anos.
A "aparente 'excelente sintonia' do universo", na realidade, é só aparente
mesmo, uma
vez que o universo é um caos, onde astros se chocam provocando grandes desastres, e não
há nem sincronia entre o número de rotações de um satélite em relação a
translação em torno da estrela. Isso só nos informa que o universo se formou
mesmo sem nenhum planejamento. Se existisse um ser planejador, ele teria criado
uma máquina perfeita, sem os desastres astronômicos que ocorrem constantemente.
A "complexidade específica da vida", longe de dizer que um ser perfeito, justo e
bom como dizem os religiosos tenha criado tudo, nos mostra um panorama bem
contrário: o reino animal é cheio de defeitos e sofrimentos: para uns viverem,
outros têm que morrer e de forma dolorosa; defeitos de formação tornam a vida de
muitos bem pior do que a de outros; por mais saudável que seja um ser vivo, essa
saúde se deteriora, e vem sofrimento até a morte. E, mesmo que alguém não ache
razoável a origem da vida como se supõe com base nos dados científicos, isso não
é nenhum indício da existência de um ser criador, além do que a afirmação de que
esse ser criou tudo isso seis mil anos atrás só nega a sua existência, uma vez
que já não se pode negar que a vida existe há milhões de anos.
A "futurista natureza da vida teconlógica", longe de indicar que existe um ser
onisciente, só mostra que um ser vivo foi capaz de produzir conhecimento que o
suposto ser onisciente nunca teve no passado e
continua ampliando-o.
"evidência contra a evolução neodarwiniana", eu nunca vi em nenhuma matéria
científica. Os que tentam se opor à evolução só mostram dúvidas, nunca
explicações.
A "natureza única e especial da Terra" não parece tão especial, uma vez que a
astronomia já informa ter descoberto muitos planetas semelhantes à Terra, e,
longe de ser a Terra um lugar perfeito, ela é cheia de transtornos mortíferos, como
terremotos, maremotos, furacões, vulcões, além de estar sempre muito fria em
alguns pontos e muito quente em outros.
A "linguagem universal da matemática", essa sim, é perfeita, e não teria
como ser diferente, pois é uma ciência exata, para dimensionar as coisas. E uma
ciência exata não quer dizer que tenha um criador controlando esse
caótico universo.
Um cientista que, no século 21, depois da decodificação do DNA, fala em
"evidência contra a evolução" deve ser olhado com reservas. E evidência do
início do universo e complexidade da vida não remete a nenhum indício da
existência de um ser criador que informa ter feito o mundo seis mil anos atrás;
ao contrário, o nega. A "aparente 'excelente sintonia' do universo", que, na
realidade, é só aparente, sendo um caos, onde corpos chocam provocando grandes
desastres, e não há nem sincronia entre o número de rotações de um satélite em
relação a translação em torno da estrela, só nos diz que isso se formou mesmo
sem nenhum planejamento.
Não é necessário ver o livro do referido cientista. Pelos sete pontos citados,
constata-se facilmente que ele não descobriu nenhum deus pela matemática, mas
sim encontrou uma porção de dúvidas por não conseguir entender a biologia e a
astronomia, e traduziu esse desconhecimento em um deus, assim como fez aquele
homem primitivo de milhares de anos atrás diante dos fenômenos da natureza.
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