Auto da fé foi o ritual de penitência pública de
hereges e apóstatas que ocorreu quando a Inquisição Espanhola,
Inquisição Portuguesa ou a inquisição mexicana
tinha decidido a sua punição, seguido pela execução
pelas autoridades civis das sentenças impostas. Nos autos de fé, os hereges
podiam ou abandonar a heresia que estavam propagando (o que o faria ser relaxado
ao braço secular) ou continuar fiel à sua crença herética (o que levaria a penas
graves, como a prisão perpétua).[1][2]
As punições para os condenados pela Inquisição iam da obrigação de envergar um
sambenito (espécie de capa ou tabardo penitencial), passando por ordens de
prisão e, finalmente, em jeito de eufemismo, o condenado era relaxado à justiça
secular, isto é, entregue aos carrascos da Coroa (poder secular, em oposição ao
poder sagrado do clero). O estado secular procedia às execuções como punição a
uma ofensa herética repetida, em consequência da condenação pelo tribunal
religioso. Se os prisioneiros desta categoria continuassem a defender a heresia
e repudiar a Igreja Católica, eram queimados vivos. Contudo, se mostrassem
arrependimento e se decidissem reconciliar com o catolicismo, seriam absolvidos.
Os autos da fé decorriam em praças públicas e outros locais muito frequentados,
tendo como assistência regular representantes da autoridade eclesiástica e
civil.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Auto_de_f%C3%A9>
Como bem disse Steven Weinberg,
"Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas
más. Mas, para que pessoas boas façam coisas más, é
necessária a religião". Quem não quisesse perder a vida,
podia fingir retornar para a igreja. Mas muitas pessoas, pensando que
poderia ser divinamente punidas ao violar a própria consciência, preferiam ser
mortas pela igreja.