A História do Beijo e as Religiões
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Introdução
O primeiro beijo dado foi o sutil Sopro Vital do Criador; que com amor, através
da Respiração Divina, nos deu o Sublime Beijo criando nossas almas e nossas
vidas (Gn. 2:7).
Na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam
enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Na Antigüidade, o beijo
materno, de mãe para filho, era bem comum. Entre gregos e romanos, era observado
entre todos os membros de uma família e entre amigos bastante íntimos ou entre
guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes, com conotação erótica. Os
gregos, aliás, adoravam beijar. No entanto foram os romanos que o difundiram.
Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum, beijo
na face; basium, beijo na boca; e saevium, beijo leve e com ternura. Beijo na
boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos
persas. Heródoto, no século 5 a.C., listou todos os tipos de beijos e seus
significados entre persas e árabes.
Na Idade Média, séculos 12 e 13, a saudação entre religiosos cristãos tornou-se
o beijo de paz, que simbolizava a caridade e unia os cristãos durante a missa. O
beijo de paz também era utilizado pela Igreja nas cerimônias de ordenação, na
recepção de noviços, na missa etc. Neste mesmo período da história, a Igreja
Católica proibiu o beijo caso este tivesse alguma conotação libidinosa. O beijo,
afirmavam os religiosos, não tinha de ter ligação com o prazer sexual. Os fiéis
passaram a beijar o osculatório e somente os clérigos mantiveram o costume do
beijo nos lábios para as cerimônias.
O beijo na boca passou também a representar uma espécie de contrato entre o
senhor feudal e o seu vassalo. Era algo como "dou minha palavra". Os burgueses
adotaram o beijo na face como sinal de saudação; os nobres usavam o beijo na
boca para o mesmo fim.
Somente no século 17 que os homens deram fim ao beijo na boca, o substituíram,
então, pelo abraço cerimonial. Paralelamente, os religiosos substituíram o beijo
na boca pelo beijo nos pés, o beijo nas mãos, chegando ao aperto de mão e ao
abraço da paz.
No século 19, o surgimento do Romantismo, que dava ênfase ao individualismo,
lirismo, sensibilidade e fantasias, com o predomínio da poesia sobre a razão,
favoreceu aos ardentes romances e tórridas paixões. Conseqüentemente, os beijos
ganharam tremendo espaço e popularidade. Com o feminismo, a mulher, muito mais
liberada, não tem mais vergonha de expor seus desejos. A literatura oriunda
desta época, os filmes produzidos em Hollywood (quem não se lembra da cena
protagonizada por Vivian Leigh e Clark Gable em "...E o Vento Levou"?) mudou
hábitos tradicionais de vários povos. Entre os negros, amarelos, povos árabes e
indianos, entre os quais o beijo não fazia parte dos costumes. (Adaptado do
site: http://www.an.com.br/2001/abr/12/0ane.htm)
Uma Abordagem Teológica do Beijo:
Segundo a Bíblia: Modo de saudação usado no Oriente desde os tempos patriarcais
(século XVIII a.C.), entre pessoas do mesmo sexo, e em casos especiais, entre
pessoas de sexo diferentes. Os pais e as mães beijavam os filhos e pessoas da
mesma família, cf. Gênesis 31:28 e 55; 48:10; II Livro de Samuel 14:33. Os
filhos beijavam os pais; cf. Gênesis 27:26. Irmãos e irmãs beijavam-se
mutuamente – cf. Cantares 8:1. Do mesmo modo faziam outros membros da família;
Gênesis 29:11. Amigos e camaradas beijavam-se reciprocamente – cf. I Livro de
Samuel 20:41. Nos tempos de Jesus Cristo, os convidados a um banquete eram
beijados à entrada da casa – cf. Lucas 7:45. Era assim que os antigos cristãos
se saudavam – cf. Romanos 16:16, como símbolo de fraternidade cristã. O beijo
parecia não ter conotação maliciosa e era encarado como um cumprimento
corriqueiro entre as pessoas e uma expressão de amor fraternal. O beijo de
Judas, o beijo da traição, tornou-se tanto mais vil e odioso devido ao fato de
um ato de amor fraternal ter sido usado como ato de deslealdade – cf. Mateus
26:49. O beijo era um sinal de respeito, beijavam-se os pés dos reis em sinal de
grande honra, ou de humildade e sujeição – cf. Salmos 2:12. A mesma idéia se
ligava aos idólatras que beijavam seus ídolos – cf. I Livro de Reis 19:18. Era
uso atirar beijos com a mão depois de haver beijado – cf. Jó 31:27. (Adaptado do
Dicionário Bíblico de J. Davis, Editora Juerp, 15ª Edição de 1989).
O Beijo na Concepção Islâmica:
O comentário que se segue foi feito pelo líder islâmico Samir El-Hayek tradutor
do Alcorão para o português. Ele comenta sobre o beijo:
“Nós muçulmanos nos beijamos. Beijamos nossos amigos e irmãos... Não na Boca!
Nem a própria mulher a gente costuma beijar na boca. Beijamos no rosto, na
testa. É a nossa cultura. O beijo na boca é invenção do cinema hollywoodiano,
que continua ganhando muito dinheiro com isso”.
(Adaptado do site: www.pucsp.br/rever/rv2_2002/i_rodvan.htm).
O Beijo na Concepção Católica:
Bem, como já vimos acima, o beijo amoroso foi proibido pela Igreja Católica na
Idade Média e em nossas pesquisas não conseguimos a informação se esse decreto
foi extinto ou não. Entretanto, a Igreja Católica Romana tem no beijo uma
maneira de referência e adoração; beijam-se as imagens e abascantos, beija-se a
mão do clérigo, o padre beija o altar, o Papa por várias vezes beijou o solo
onde foi peregrinar, beija-se após fazer o sinal da cruz, beija-se o irmão de fé
em sinal de amor cristão... Enfim, poderíamos dizer que o beijo compõe o culto e
os rituais do catolicismo.
O Beijo nas religiões Orientais:
Para as religiões Orientais, o beijo é um ato muito íntimo, jamais realizado em
público. É algo reservado e que dificilmente será motivo de vexatório.
O Beijo na Ótica Protestante Evangélica:
A Bíblia mostra que os irmãos se saudavam com um beijo no rosto em sinal de
cordialidade e cumprimento (Rm.16:16). Era um costume da época, como o nosso
hoje, de saudar uns aos outros com um aperto de mão. O ósculo não é colocado
como uma doutrina ou ensinamento, mas apenas como um gesto de cordialidade que
deveria e deve haver entre os irmãos. Em nossas igrejas o povo é livre para
saudar, não frisamos o ósculo pelo fato da inconveniência. A Bíblia nos ensina a
evitar a aparência do mal (I Ts.5:22). Na nossa sociedade, homem beijando homem
é um tanto desconfortável, sendo considerada uma prática libidinosa. Não
queremos causar escândalos a ninguém (Rm.14:13) e por isso evitamos a prática do
ósculo. O beijo no culto evangélico não é usado como no caso do catolicismo.
No casamento, na intimidade do casal evangélico, não há restrição no ato do
beijo na boca. Entretanto, no caso do namoro, todo cuidado se faz necessário,
pois a fornicação é um pecado segundo a Bíblia (Ap. 21:8). O beijo caloroso
demais entre o casal de namorados pode sair da esfera de carinho e se tornar
carícia, por isso a necessidade de se ter os devidos cuidados. No meio
evangélico, geralmente, existe um conselheiro que acompanha o casal de namorados
e fornecendo-lhes as devidas orientações e precauções que devem ser aplicadas no
dia a dia.
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