Há hoje uns homossexuais cristãos que tentam encontrar apoio na Bíblia para a
homossexualidade, baseando-se nos relacionamentos homossexuais de Davi e Jônatas e
de Ester e Naomi. Isso seria válido, se não tivesse aparecido aquele
livro dito escrito por Moisés na reforma do templo determinada por Josias.
Os relacionamentos de Davi e Jônatas e de Ester e Naomi, sejam verdadeiros ou
falsos, espelham o pensamento dominante entre os judeus antes do reinado de
Josias. Todavia, o livro sagrado encontrado no templo, dado como escrito
por Moisés séculos antes, trouxe novas e duras regras, entre elas a pena de
morte para quem praticasse relação homoafetiva.
Os criadores da lei mosaica foram bem claros em relação à
homossexualidade:
“Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação”
(Levíticos, 18: 22). “Se um homem se deitar com
outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação;
certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles” (Levíticos,
20: 13). A pena para quem praticasse relação homoafetiva era nada menos que a morte.
Esses escribas de Josias nem fizeram menção à relação homossexual feminina,
talvez devido à insignificância da mulher naquele meio extremamente machista.
Já os cristãos, que formaram a segunda parte da Bíblia, não deixaram de lado as
mulheres, expressando sua reprovação à homossexualidade de ambos os sexos, com
escreveu Paulo aos cristãos romanos:
“Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque
até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é
contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural
da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para como os outros, varão com
varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa
do seu erro... os quais, conhecendo bem
o decreto de Deus, que declara dignos de morte os que tais coisas praticam,
não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam”
(Romanos, 1: 26-28 e 32). A expressão "semelhantemente" quer
dizer que, como disse o apóstolo dos homens, as mulheres também
deixando o uso natural do homem, se inflamaram em
sua sensualidade umas para como as outras, mulher com mulher, cometendo torpeza.
A lei mosaica não falou
da homossexualidade feminina, porque a mulher era uma coisa tão inferior, que
nem mereceu referência.
Para o cristão a prática homossexual feminina é tão abominável
quanto a masculina.
Os cristãos primitivos não matavam seus pecadores, mas os destinavam ao suplício
eterno, dizendo que eles não terão parte no “reino de Deus”: “Não
sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis:
nem os devassos, nem os idólatras,
nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores
herdarão o reino de Deus” (I Coríntios, 6: 9-10). Na
maioria das vezes, a menção é só aos homens, porém não resta dúvida, conforme
vemos na carta de Paulo aos romanos, que a relação homossexual feminina é sob a
ótica cristã tão abominável quanto a masculina.
Davi e Jônatas, Ester e Noemi são coisas anteriores à lei de Yavé, que só veio à
existência no reinado de Josias.
Se os judeus punia com a morte os homossexuais, os cristãos foram um pouco mais
cruéis, destinaram os homossexuais a uma tortura eterna.