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BOLSOGATE, MOVIMENTAÇÕES ATÍPICAS DE
FLÁVIO BOLSONARO
Globo parte para o ataque e JN faz matéria de sete
minutos sobre “Bolsogate”
Telejornal divulgou ampla reportagem sobre o relatório
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), que registrou movimentações financeiras atípicas
de um ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Por Redação
8 dez 2018 - 12:07
Ao que tudo indica, a Globo resolveu partir para o
ataque contra Jair Bolsonaro. A edição desta sexta-feira
(7) do Jornal Nacional dedicou sete minutos para
divulgar uma ampla reportagem sobre o relatório do
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf),
que registrou movimentações financeiras atípicas de um
ex-assessor de Flávio Bolsonaro. O caso está sendo
chamado de “Bolsogate”.
William Bonner faz a introdução da matéria relatando a
descoberta do Conselho. Em seguida, o repórter Paulo
Renato Soares conta que o relatório do Coaf faz parte da
investigação que prendeu dez deputados estaduais do Rio
de Janeiro no mês passado e traz informações sobre 75
servidores da Assembleia Legislativa (Alerj), que
apresentaram movimentação financeira suspeita.
Entre eles está Fabrício José Carlos de Queiroz,
ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo
PSL, Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente
eleito Jair Bolsonaro. Segundo o Coaf, em apenas um ano,
Fabrício de Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em uma
conta. O relatório aponta que Fabrício ganhava R$ 23 mil
por mês.
Ele cumpria a função de motorista de Flávio Bolsonaro e
também tinha vínculo com a PM. O jornal O Estado de
S.Paulo revelou o caso ontem (quinta) e a TV Globo
também teve acesso ao relatório. O documento lista
várias operações bancárias suspeitas e menciona a
possibilidade de que isso tenha sido feito para ocultar
a origem ou o destino do dinheiro.
Primeira-dama
Uma das movimentações de Fabrício tem como favorecida a
futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. O relatório
cita que a ex-secretária parlamentar e
atual esposa de Jair Bolsonaro
recebeu R$ 24 mil.
Hoje (sexta), Bolsonaro explicou o depósito na conta da
mulher. Ele falou com o site O Antagonista. Disse que o
valor se refere a uma dívida do ex-assessor com ele
próprio. O presidente eleito afirmou que eles eram
amigos e emprestou o dinheiro a Fabrício porque o
ex-assessor do filho estava com problemas financeiros.
Bolsonaro contou que não foram só R$ 24 mil e sim R$ 40
mil. Afirmou que se o Coaf pegar dados anteriores vai
chegar a esse valor. O presidente eleito disse que
Fabrício de Queiroz fez dez cheques de R$ 4 mil.
Bolsonaro diz que poderia ter botado na conta dele, mas
foi para a conta da esposa porque ele não tem tempo de
sair.
Sobre a movimentação de R$ 1,2 milhão na conta de
Queiroz, Bolsonaro falou que se surpreendeu com a
identificação do Coaf e que cortou contato com o amigo
até que ele se explique para o Ministério Público.
Na conta de Fabrício de Queiroz, o
Coaf também encontrou saques em dinheiro, que somam R$
324 mil ao longo de um ano; R$ 159 mil sacados de
uma agência bancária do prédio da Assembleia
Legislativa.
Família
Fabrício foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro
no dia 15 de outubro. A mulher de Fabrício, Márcia de
Oliveira Aguiar, e duas filhas, Natália e Evelyn Mello
de Queiroz, também trabalharam no gabinete de Flávio
Bolsonaro, como revelou o jornalista Lauro Jardim, do
jornal O Globo.
Márcia aparece na folha de pagamento da Alerj de agosto
de 2017 como consultora parlamentar e salário de R$
9.200. Natália trabalhou com Flávio Bolsonaro na Alerj
entre 2007 e 2016. Menos de uma semana depois de ser
exonerada, Natália foi nomeada para exercer, no gabinete
do deputado federal Jair Bolsonaro, o cargo de
secretária parlamentar.
Natália deixou o cargo na Câmara Federal no mesmo dia em
que o pai saiu do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj,
15 de outubro deste ano. Natália é citada em dois
trechos do relatório do Coaf.
O documento não deixa claro os valores individuais das
transferências entre ela e seu pai. Mas junto ao nome de
Natália está o valor total de R$ 84 mil.
A outra filha de Fabrício, Evelyn Mello de Queiroz foi
nomeada em dezembro de 2016 como assessora parlamentar
de Flávio Bolsonaro, na vaga da irmã Natália. O nome de
Evelyn está na última folha de pagamento que aparece no
site da Alerj, em setembro, com salário líquido de R$
7.500.
MPF
O Ministério Público Federal, responsável pelas
investigações, diz que nem todos os nomes citados no
relatório foram incluídos nas apurações, porque nem
todas as movimentações atípicas são necessariamente
ilícitas. E não divulgou se deputados da Alerj que não
foram alvo das operações estão sendo investigados ou
podem vir a ser.
Hoje (sexta), jornalistas questionaram dois futuros
ministros do governo Bolsonaro sobre as informações do
relatório do Coaf. Onyx Lorenzoni, que vai ser o
ministro chefe da Casa Civil, se irritou, e Sérgio Moro,
que vai assumir o Ministério da Justiça e da Segurança
Pública, preferiu não responder.
No fim da tarde, Flávio Bolsonaro disse que conversou
com o ex-assessor sobre a informações do Coaf e que
recebeu explicações “plausíveis”. Ao final da
reportagem, Bonner disse que não conseguiu contato com o
ex-assessor Fabrício de Queiroz, a mulher e as filhas
dele.
<https://revistaforum.com.br/politica/globo-parte-para-o-ataque-e-jn-faz-materia-de-sete-minutos-sobre-bolsogate/>
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CRÍTICA DE SILAS MALAFAIA
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