BOLSONARO CRITICA MAIS UMA VEZ
DISTANCIAMENTO SOCIAL
Após 1ª reunião do comitê da Covid, Bolsonaro
diverge
de Queiroga e Pacheco sobre o distanciamento
Presidente voltou a criticar medidas restritivas: 'Não é ficando em casa que
vamos solucionar esse problema'. Ministro da Saúde pediu para a população evitar
aglomerações desnecessárias e usar máscara.
Por Pedro Henrique Gomes e Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília
31/03/2021 11h51 Atualizado há 2 minutos
O comitê formado por governo e Congresso, criado na semana passada para discutir
ações contra a pandemia de Covid-19, teve sua primeira reunião nesta
quarta-feira (31). Após o encontro, o presidente Jair Bolsonaro fez um
pronunciamento no qual voltou a criticar medidas de distanciamento social. Nesse
ponto, o discurso de Bolsonaro divergiu de outros participantes da reunião que
também fizeram pronunciamento: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Primeiro falaram com a imprensa Pacheco e Queiroga. Na fala dos dois, em algum
momento, surgiu a defesa das medidas de distanciamento social para conter a
pandemia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também participou da
reunião.
Pacheco citou o feriado de Páscoa, neste fim de semana, e disse que as pessoas
não devem se envolver em aglomerações. Ele também
pediu uma comunicação uniforme
da Presidência da República para alertar a população sobre o uso de máscaras e o
distanciamento.
“É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da comunicação social
do governo, da assessoria de imprensa da Presidência da República, no sentido de
haver uma uniformização do discurso, de que é necessário se vacinar, usar
máscara, higienizar as mãos, necessário o distanciamento social de modo a
prevenirmos o aumento da doença no nosso país”, afirmou o presidente do Senado.
Segundo o presidente do Senado, foi Queiroga quem sugeriu que os avisos de
prevenção sejam reforçados durante o feriado da Semana Santa.
“Uma sugestão muito rica do senhor ministro da Saúde, de aproveitar o ensejo da
Semana Santa, que é um feriado que tende a estimular a aglomeração, que possa o
povo brasileiro ter a consciência de que precisa fazer o distanciamento social
mesmo no feriado”, completou Pacheco
Queiroga falou em seguida:
"Agradecer a citação do Pacheco em relação ao feriado. No feriado não pode haver
aglomerações desnecessárias. É importante usar máscara, manter o isolamento. É
importante fazer isso. Medidas extremas não são desejadas. Então vamos fazer
isso", disse o ministro da Saúde
Pronunciamento do presidente
Bolsonaro: 'O brasileiro tem que voltar a trabalhar'
Bolsonaro fez o pronunciamento sozinho, depois das três autoridades anteriores.
Como tem feito desde o início da pandemia, disse que isolamento social prejudica
a economia. Ele voltou a criticar medidas de governadores que adotaram restrição
da circulação de pessoas.
"Não é ficando em casa que nós vamos solucionar esse problema. Essa política
[distanciamento social] ainda está sendo adotada, mas o espírito dela era se
preparar com leitos de UTI, respiradores, para que pessoas não viessem a perder
as suas vidas por falta de atendimento", disse Bolsonaro.
"Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com esse tipo de política. E nós
queremos realmente é voltar à normalidade o mais rápido possível. Buscando
medidas para combater a pandemia, como temos feito com a questão das vacinas",
completou o presidente.
O Brasil vive atualmente a fase mais crítica da pandemia, desde que os primeiros
casos de Coovid-19 começaram a ser registrados no país, há pouco mais de um ano.
Os números de mortes e de novos infectados têm registrado sucessivos recordes. A
sobrecarga no sistema hospitalar tem gerado fila nas UTIs e ameaça de falta de
remédios e de insumos.
No estágio de descontrole da pandemia, como é o caso do Brasil, os cientistas e
autoridades sanitárias recomendam a adoção de medidas de restrição de
circulação, para conter a aceleração do contágio.