BOLSONARO E O
AUMENTO DA POBREZA COM IMPOSTO DE RENDA
Mudança no imposto de renda que
planeja economista de Bolsonaro pode agravar a desigualdade e a crise
Proposta de limitar a tributação em 20% aumenta o abismo entre ricos e pobres
Charles Alcantara e Floriano de Sá Neto
20 SET 2018 - 13:52 BRT
Mudança no imposto de renda que planeja economista de Bolsonaro pode agravar a
desigualdade e a crise
Auditores pressionam contra isenção de imposto de até 70% sobre renda de mais
ricos
Paulo Guedes, assessor econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL), apresentou à
sociedade brasileira diversas versões de seu plano de reforma tributária nesta
quarta-feira (19). No início do dia, a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha
de S. Paulo, informou em sua coluna que ele que havia proposto uma alíquota
única de imposto de renda, de 20%. Ao longo da tarde, ele desmentiu a informação
ao jornal O Estado de São Paulo, dizendo que iria “apenas” congelar a tarifa
máxima do IR para 20%.
As duas versões, além de demonstrarem fragilidade nas propostas, têm algo em
comum: aumentam o abismo entre ricos e pobres, pois aprofundam a regressividade
(já alta) do nosso sistema tributário, além de não trazer benefício algum do
ponto de vista fiscal. Se fosse aprovada a primeira proposta, a alíquota de quem
ganha até 2.800 por mês saltaria de 7,5% para 20%, ou seja, seria quase três
vezes maior. Já a segunda não melhora nem piora a vida dos que ganham menos, mas
auxilia quem está no topo da pirâmide. Quem ganha acima de 4.600 reais por mês
teria uma redução de 7,5 pontos percentuais. Essa redução da taxa inclui as
altas rendas, como quem ganha 135.000 por mês.
As duas propostas ferem o princípio da progressividade no imposto de renda, uma
das premissas da Reforma Tributária Solidária –um projeto que analisa
profundamente o sistema tributário brasileiro e dos principais países do mundo,
escrito por 40 especialistas no assunto. Quem ganha mais deve pagar mais, quem
ganha menos, deve pagar menos. Em qualquer uma das duas, quem ganha menos gasta
uma parte proporcionalmente muito maior da própria renda com impostos. Sobrando
menos dinheiro no bolso do cidadão para gastar com alimentação, saúde, educação,
qualidade de vida… Resultado: mais desigualdade para o Brasil e continuidade da
grave crise econômica que vivemos.
<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/20/opinion/1537447119_621795.html>
Se você ganhar
R$15.000,00 (quinze mil reais) ou mais por mês, você ganha em IR com Bolsonaro.
MAS, se você ganha abaixo de R$15.000,00 (quinze mil reais), você leva
prejuízo se ele for eleito.
Já é um malabarismo
viver com um salário mínimo. Já pensou o que seria cortando vinte por cento
dele?
É isso que propõe o
economista de Bolsonaro.
Se, voltando atrás, ele só eliminar o que ultrapassa vinte por cento das faixas
mais altas, ele simplesmente estará fazendo o país perder um montão de tributos,
empobrecendo mais os cofres públicos para favorecer uns poucos mais ricos.
É esse o Brasil que
você quer para o futuro?
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