BRANCO E PRETO - LUZ E TREVAS - DISCRIMINAÇÃO

- 22/02/2003 -

 

Numa visão primária, preto representa as trevas e branco simboliza a luz. Na física, o branco é a combinação de todas as cores e o preto é a ausência total de cor. Tudo estaria muito normal, se esses conceitos físicos não tivessem sido transpostos para o âmbito social separando brancos e negros como se fossem a luz e as trevas. Ao invés de remediar, alguns estão envenenando mais a questão, invertendo a situação, lançando mais escuridão no caso, com o estabelecimento de cotas negras em alguns setores em nosso país multi-racial.

 

O racismo começa quando a pomba branca é da paz e a galinha preta, da macumba

Imagem criticando o racismo no Facebook.  Em nove horas, 626 pessoas havia curtido e 1.031 haviam compartilhado.  Mas Armando Pinto chamou a atenção para o fato:  Foram os próprios pretos que escolheram a galinha preta. 


É comum ouvir-se que “a coisa está preta”, quando as coisas não vão bem. Isso não tem a ver com o preconceito racial. O sentido figurado refere-se à dificuldade que encontramos à noite quando não temos luz artificial. Mas o preconceito contra negros vem de longo tempo, tendo sua raiz social na religião.  Afirmam que os negros são a descendência amaldiçoada de Cão, o filho que riu da nudez de Noé (Veja-se A ORIGEM SAGRADA DO RACISMO

Explica-se no meio científico que o calor dos trópicos, no decorrer na evolução humana, escureceu a pele de seus habitantes, enquanto o homem das regiões frias ficou com a pela alva.  Mas os colonizadores europeus, favorecidos pela lenda da maldição camita, e apoiados pela igreja, escravizaram os africanos.  Até no momento de dar liberdade aos povos dominados, cuidaram de criar estados com duas, três ou mais tribos inimigas, que quase não pensariam em outra coisa que não seja cada um tentar dominar os outros.

Nosso constituinte de 1988, apropriadamente, procurou combater os preconceitos, proibindo distinção de tratamento, entre outras hipóteses, em razão da cor da pele.

Todavia, estranhamente, alguns demagogos, pretensos corregedores de injustiças, decidiram criar uma nova discriminação, desta vez invertendo as situações, estabelecendo cotas para negros em universidades e serviços públicos.

Esse procedimento, além de inconstitucional, porque favorece determinado grupo em razão da cor da pele, tem com principal efeito ressuscitar o ódio racial, uma vez que pessoas são excluídas de algo a que teriam direito por mérito pelo fato de serem brancas. Querem corrigir uma injustiça com outra.

Todos os prejudicados por essa medida retrógrada, mais para veneno do que para remédio, podem argüir a sua inconstitucionalidade.  Se o governo quer fazer justiça aos negros, que o faça dando-lhes oportunidade, não excluindo os brancos.  Um concurso visa a selecionar os mais aptos, não podendo ser desvirtuado por medidas discriminatórias.  Psicologicamente, isso é instituir inferioridade dos negros, como se eles fossem deficientes.

Mediante concurso, fui funcionário do Tribunal de Contas de Minas Gerais, depois do Tribunal de Alçada, passando posteriormente para o Tribunal Regional do Trabalho, onde atualmente, pelo último concurso prestado, sou oficial de justiça.  Eu não iria me sentir nada bem se todos esses cargos me tivessem sido concedidos por critério racial.

Sem se falar na dificuldade de estabelecer a fronteira étnica entre negros e brancos em nosso tão miscigenado país, essa estulta discriminação pró-negro não deverá subsistir por muito tempo, tendo em vista que traz muito mais trevas do que de luz.

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