A Revista Veja de 09/01/2002 fala sobre vida e morte de mais
um vítima voluntária das drogas, Cássia Eller. Digo vítima voluntária, porque,
como outros milhões, ela escolheu as drogas que a destruíram.
Cássia afirmou ter fumado seu primeiro baseado aos vinte anos e começado a
cheirar cocaína aos vinte e cinco. Como os outros dependentes entrevistados, não
revelou quando pela primeira vez fez uso do tabaco, que quase sempre é o começo
da toxicomania. Enquanto o tabaco continuar a ser deixado de lado ao se falar em
drogas, o combate a elas continuará ineficiente; porque é como cortar os galhos
de uma árvore, deixando o tronco para produzir outros.
Uma mulher decidida, que assumia sem máscara tudo que fazia, não deu conta de
que procurara a morte prematura. Ela deveria ser mais um dos muitos exemplos dos
últimos anos, não para a juventude entregar-se às drogas, mas para que os jovens
vejam que esse não é o caminho a ser seguido.
Milhões de pessoas morrem todo ano de overdose de drogas ou destruídos gradativa
mas precocemente pelas drogas que não comportam overdose, como o tabaco e a
maconha. No entanto, só chega ao nosso conhecimento os óbitos de pessoas
socialmente destacadas, como o caso de Cássia, George Harrison e uma série de
outros que foram muito mais cedo do que ele, alguns não chegando a quarenta anos
de idade.
Infelizmente, muitos procuram imitar o modo e vida dessas
pessoas, sem pensarem no fim que elas têm. Mas esperamos que esse quadro se
inverta.
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