Cinco ‘fake news’ que beneficiaram a candidatura de Bolsonaro Na reta final da campanha presidencial, boatos sobre os adversários do
ultradireitista aumentaram nas redes sociais
Almudena Barragán
19 oct 2018 - 10:54 BRT
O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) aparece nas pesquisas como o
favorito para vencer o segundo turno da eleição presidencial, no dia 28, com
mais de 50% das intenções de votos totais.
Sob seus pés, uma bem azeitada máquina de propaganda eleitoral, já descrita pelo
EL PAÍS, trabalha a toque de caixa para difundir informação fabricada contra seu
adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), e seu mentor político, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
À medida que a campanha foi chegando à sua reta final, os boatos nas redes
sociais em favor de Bolsonaro cresceram, especialmente no WhatsApp, como conta
Tai Nalon, diretora da plataforma de checagem Aos Fatos, em entrevista ao EL
PAÍS. Esse grupo de sete jornalistas, distribuídos entre Rio e São Paulo,
verifica diariamente o discurso de políticos e das redes sociais. Analisam
memes, panfletos, vídeos e qualquer conteúdo potencialmente falso.
“Vimos a desinformação contra os adversários de Bolsonaro aumentar, em geral em
torno de duas temáticas: colocar em dúvida, com teorias conspiratórias, a
segurança do voto eletrônico no Brasil, e uma constante relação dos outros
candidatos com pautas das minorias, como a agenda LGBT e o direito ao aborto”,
diz Nalon numa troca de mensagens.
Seis em cada 10 brasileiros têm WhatsApp no seu celular. São 120 milhões de
pessoas a uma mensagem de distância. “Não é possível chegar a tanta gente como
Bolsonaro chegou sem uma estrutura forte, com grande financiamento por trás”,
acrescenta a jornalista. Um filão para difundir fake news em grupos fechados e
gerar o caos entre os eleitores e a opinião pública.
Estas são algumas das informações falsas mais
difundidas através de redes sociais em favor do político radical,
selecionadas pela diretora do Aos Fatos:
1. O “kit gay” para crianças de 6 anos
que foi distribuído nas escolas
2. O homem que apunhalou Bolsonaro
é filiado ao PT e aparece numa foto com Lula
3. A senhora
agredida por ser eleitora de Bolsonaro (que na verdade era Beatriz
Segall).
4. Haddad defende
o incesto e o comunismo em um de seus livros
5. Se Haddad chegar ao poder,
pretende legalizar a pedofilia
Essa informação é importante, todavia não alcançou a tempo muitas das vítimas
das notícias falsas.