COMO SALVAR SEU CASAMENTO
O novo
livro de Elizabeth Gilbert, autora de “Comer, rezar, amar”, afirma que,
apesar do enorme risco de separação, casar é uma aposta que vale a pena
Ivan
Martins e Kátia Mello
O casamento. A boda. O matrimônio. O que essas palavras
evocam são imagens tocantes e cenas de festa. Uma noiva
sorrindo à beira de um lago, radiante em seu vestido
branco de cetim que, embora ela não saiba, foi usado
pela primeira vez pela rainha Vitória, da Inglaterra, em
seu casamento com o príncipe Albert, em 1840. De lá para
cá, as noivas no Ocidente vestem branco. E são rainhas
por um dia.
Mas o casamento, a boda, o matrimônio – e mesmo a forma
laica e informal de compromisso, a coabitação –, não se
resume a uma festa. Depois da noite de núpcias, começa,
para todos os casais, aquilo que o psiquiatra Alfredo
Simonetti, ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo,
descreve como “o sofrimento de viver a dois”: uma luta
diária contra a natureza humana, que, ao mesmo tempo que
atrai as pessoas para a vida conjugal, faz com que elas,
rapidamente, se desapontem com as dificuldades do
cotidiano a dois.
As estatísticas brasileiras são eloquentes a respeito
tanto do fascínio quanto das agruras do casamento. Cerca
de 1 milhão de pessoas se casam todos os anos no Brasil
– e pouco mais de 250 mil se separam no mesmo período.
Logo, de cada quatro casamentos, um termina em
separação. Embora a estatística seja adversa, o risco
não é suficiente para fazer as pessoas deixar de casar.
Os números do IBGE mostram que a quantidade de uniões
por 100 mil brasileiros aumenta um bocadinho a cada ano.
Entre 1998 e 2008, o número de casamentos cresceu 34,8%,
superando em 13 pontos porcentuais o crescimento
vegetativo da população nessa faixa etária. Os divórcios
e as separações, no mesmo período de dez anos, cresceram
menos, 33%. A diferença é pouca, mínima na verdade, mas
sugere que o sonho de casar está mais em alta que a
vontade de se separar.
Há várias maneiras de olhar para essas estatísticas de
casamento e separação. Uma delas é com otimismo: as
pessoas se separam por que estão infelizes, e é bom que
a lei facilite o afastamento. Antes de 2002, a separação
judicial no Brasil, quando não era consensual, estava
condicionada à comprovação de “culpa objetiva e
específica” de uma das partes. Hoje em dia, qualquer
motivo, mesmo fútil, é suficiente para que o juiz aceite
a “impossibilidade de vida comum”. Os juízes entendem
que, se uma das partes não quer, basta. Qualquer que
seja a razão.
Outra forma de olhar para a mesma estatística é com
alarme. Afinal, a cada casamento fracassado corresponde
uma dose imensa de sofrimento humano. O divórcio, diz um
estudo americano, só perde em termos de estresse para a
morte de um cônjuge. É das piores experiências que as
pessoas podem ter na vida. Para os filhos, a separação
também é dolorosa. Cria períodos de terrível ansiedade.
Quando se olha para além da família, a onda de
separações tem como consequência social o empobrecimento
das pessoas. Mães pobres que criam sozinhas seus filhos,
como mostram pesquisas recentes, estão entre os poucos
grupos sociais que não conseguiram se beneficiar da
elevação geral da renda brasileira dos últimos anos.
Parecem estar abaixo da possibilidade de ascensão.
As pesquisas sugerem que o sonho da maioria
continua sendo um único casamento, que dure a vida
inteira
Tudo isso seria mais ou menos irrelevante se homens e
mulheres estivessem perfeitamente confortáveis com a
ideia de casamentos seriais. Eles seriam intercalados
por períodos miseráveis de separação e pelo êxtase da
descoberta de uma nova parceira ou parceiro. Não é isso
que a pessoas querem. Mesmo nos Estados Unidos, país que
tem uma longa tradição de convívio com o divórcio, onde
metade das uniões termina em separação (o dobro da taxa
brasileira!), as pesquisas sugerem que o sonho da
maioria continua sendo um único casamento longo e feliz,
que abarque a existência, produza filhos e dê à vida de
cada um dos cônjuges uma riqueza de sentido que ela não
teria sozinha. As pessoas não se separam por ter
superado essa aspiração romântica. Ao contrário, elas se
afastam amarguradas por não conseguir atingir esse
ideal. Em geral, quem faz isso é a mulher. Nos Estados
Unidos, elas são responsáveis por dois terços dos
pedidos de separação. No Brasil, essa proporção é ainda
maior, 72%. Ao que tudo indica, para essas mulheres o
sonho de felicidade no casamento não mudou. A realidade
é que tem se revelado mesquinha.
Ninguém tem escrito com mais propriedade e mais
aceitação sobre os dilemas do casamento do que a
americana Elizabeth Gilbert, de 40 anos, autora do
superbest-seller Comer, rezar, amar. Nesse
livro de 2006, que vendeu 7,5 milhões de cópias e foi
traduzido em 30 idiomas, ela conta como rompeu um
casamento juvenil desastroso, passou por um divórcio
nauseante, mergulhou em depressão, viajou o mundo para
tentar juntar seus próprios pedaços e, ao final dessa
jornada quase épica, tendo jurado nunca mais se casar,
se apaixonou em Bali, na Indonésia, por um charmoso
expatriado brasileiro, 17 anos mais velho que ela,
apresentado no livro como Felipe – e que, segundo o
jornal The New York Times, chama-se, na
verdade, José Nunes. As memórias de Gilbert venderam 300
mil cópias no Brasil. O filme com o mesmo título, que
será lançado em setembro no país, tem elenco para ser
outro sucesso. Gilbert será interpretada por Julia
Roberts e Felipe-Nunes pelo espanhol Javier Bardem, o
romântico cafajeste de Vicky Cristina Barcelona.
Em janeiro deste ano, pondo fim a uma monumental
expectativa editorial, Gilbert lançou Committed, a
skeptic makes peace with marriage. Na tradução
brasileira, a ser lançada em agosto pela Objetiva, o
título será Comprometida – Uma história de amor.
A história autobiográfica começa onde a outra termina,
apenas 18 meses depois. Ela e o namorado brasileiro,
comerciante de pedras preciosas, chegam aos Estados
Unidos de mais uma viagem ao Oriente, e ele é detido
pela imigração. Motivo: excesso de entrada e saída no
país sem a cidadania americana. Os dois, que já viviam
juntos na cidade de Filadélfia, são informados de que
ele não mais poderá entrar no país, a não ser que os
dois se casem – o que só poderá acontecer, graças às
complicações das leis americanas para imigrantes, depois
de meses de espera e milhares de dólares gastos com
advogados. Felipe é deportado para a Austrália (seu país
oficial de residência) e começa, para o casal, um longo
exílio fora dos Estados Unidos, durante o qual Gilbert
hesita, pesquisa e pondera sobre as possibilidades de
que esse novo casamento, ao contrário do primeiro,
funcione. Committed é o resultado desse período
de incerteza e investigação. Ele encerra um vigoroso
“sim” para o casamento (apesar da incerteza inerente a
ele). “Talvez a única diferença entre o primeiro
casamento e o segundo é que, da segunda vez, você sabe
que está apostando”, diz Gilbert.
NO CINEMA
Elizabeth Gilbert posa em Nova York, em janeiro
deste ano. A autora será vivida por Julia
Roberts no filme que terá Javier Bardem como seu
namorado brasileiro (à dir.)
Além do entretenimento de uma boa leitura, há no
livro informações e ideias úteis para quem
deseja iniciar ou preservar um casamento. A
primeira coisa que ele atira pela janela é o
romantismo. Casamento não é uma questão de
paixão, afirma Gilbert. Bons casamentos não se
ancoram numa erupção hormonal que desliga o
senso crítico e faz do cérebro apaixonado algo
parecido com o cérebro de um dependente químico
(como está demonstrado por estudos de imagens de
ressonância magnética!). Estatísticas americanas
mostram que, quanto mais jovens as pessoas se
casam, maior a chance de separação – e isso
parece estar ligado à urgência e à instabilidade
das paixões juvenis. Só depois dos 25 anos as
estatísticas começam a ficar menos dramáticas.
Tendo casado pela primeira vez aos 24 anos,
depois de uma sequência de paixões
avassaladoras, Gilbert parece saber do que está
falando. Ela está separada desde 2002, mas ainda
paga pensão mensal ao ex-marido, embora ele
tenha se casado novamente, seja pai e vá lançar,
em setembro, seu próprio livro de memórias, do
qual se esperam grandes doses de veneno contra a
ex-mulher e mantenedora. Ninguém com esse fardo
biográfico é capaz de olhar para o casamento sem
justificada má vontade.
Outra ilusão que o livro se empenha em destruir é a
completude. Não há um homem ou mulher, diz ela, que seja
capaz de preencher a vida de cada um de nós. A pessoa
que porá nosso mundo no lugar ou fará com que ele
permaneça à deriva somos nós mesmos. O outro é um
companheiro de viagem, não um pedaço de nosso corpo ou
uma fração de nossa alma. Muito menos um guia. “Eu me
recuso a sobrecarregar Felipe com a tremenda
responsabilidade de me completar”, ela escreve. “Já
lidei o suficiente com minhas falhas para saber que elas
pertencem apenas a mim. Mas foi preciso mais de três
décadas e meia para chegar a isso.”
FEMINISMO PRÁTICO
Mauro e Alexandra com os filhos Diego (à esq.),
Laura e Pablo, na casa onde vivem, em
Teresópolis. Ela aprecia que ele ajude em casa
Embora não sejam realmente revolucionárias, e em alguns
momentos até cortejem o lugar-comum, as conclusões de
Gilbert estão afinadas com as ideias mais recentes dos
especialistas em casamentos. O psiquiatra Simonetti,
autor do livro O nó e o laço – Desafios de um
relacionamento amoroso, é um deles. Ele acredita
que o fator isoladamente mais importante para evitar a
separação dos casais é, justamente, aprender a ser
sozinho. “Se a pessoa aprende que ela sobrevive sozinha,
o outro passa a ser um companheiro de jornada, e não uma
necessidade absoluta”, diz ele. “Caso contrário, ela vai
tentar prender o outro. É um paradoxo.” Outra estudiosa
do assunto, a americana Michele Weiner-Davis, autora de
livros sobre casamento que faz palestras no mundo
inteiro, também diz que o romantismo é um problema, não
uma solução. “Fomos educados a acreditar que o casamento
é romântico, mas ele não é”, afirma. “O casamento é uma
relação de conexão com o parceiro, é educar filhos e
cuidar um do outro, é ser fiel.” O mesmo diz a
antropóloga brasileira Mirian Goldenberg, professora da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. “A fantasia
romântica destrói qualquer possibilidade de casamento”,
ela afirma. “É preciso ter uma visão crítica daquilo que
se vê nos filmes e se lê nos romances. A vida real não
sustenta essas fantasias.”
Se o casamento é menos uma questão de sentimentos
exaltados e mais a expressão de cuidados e atitudes
cotidianos, talvez se possa aprender alguma coisa com a
experiência de casais bem-sucedidos. A atriz Alexandra
Plubins, de 46 anos, está casada há 15 com o engenheiro
Mauro Rodrigues, de 51. Eles têm três filhos (os gêmeos
Pablo e Diego, de 17 anos, e a caçula Laura, de 13) e
vivem em Teresópolis, no Estado do Rio de Janeiro.
Alexandra deu à luz aos 29 anos, seguiu morando com a
mãe e casou-se com Mauro apenas dois anos depois. Eles
têm vivido juntos desde então. “Mauro é supercompanheiro.
Lava, passa, limpa a casa e, se eu preciso trabalhar,
fica com as crianças”, diz. Esse tipo de comportamento
prático e atencioso, que pode ser entendido como
feminista, parece ser imensamente importante do ponto de
vista da preservação do afeto das mulheres. Em seu
livro, Gilbert conta que seu namorado brasileiro faz
jantar todos os dias: ele fica no fogão, ela toma vinho,
e os dois conversam. A escritora diz que em cinco anos
de relacionamento nunca precisou ir ao supermercado
comprar comida. E que isso não tem preço.
INTIMIDADE
Andréa e Alexandre no Iate Clube de Natal. Além
de tirar férias sem os filhos, eles conversam
muito. Estão juntos há 16 anos
Além da divisão das tarefas da casa, parece haver mais
coisas a ser aprendidas com os casamentos sólidos – como
a decisão de criar espaços exclusivos para o casal, que
não incluam os filhos. Todos os especialistas dizem que
isso é essencial para manter a chama do desejo e
reforçar a sintonia. O comerciante Alexandre Cavalcante,
de 36 anos, e a mulher Andréa Cristina, dona de casa,
fazem assim: tiram duas semanas de férias por ano, sem
as crianças. Eles têm Vanessa, de 16 anos, e Mateus, de
10. Vivem em Natal, no Rio Grande do Norte. “Em janeiro
passado, nós dois fizemos um cruzeiro”, diz ele. O
sucesso desse casamento é um desafio às estatísticas. A
união começou com a gravidez de Andréa aos 18 anos e
tinha tudo para acabar rápido. “Todos apostavam que não
duraria seis meses”, diz Alexandre. Já dura 16 anos.
Andréa, que agora tem 35, atribui isso ao fato de os
dois conversarem muito. Ele acha que o essencial é a
consciência de estar casado. “Casar é saber que não é só
você”, afirma.
Coincidentemente, esses dois casais defendem, no campo
do sexo, uma atitude que a americana Michele
Weiner-Davis chama de filosofia Nike: just do it.
Em português, Faça logo. “Mesmo que você não esteja com
muita vontade, comece. E se permita ser estimulado
fisicamente”, diz ela. “Essa é a melhor forma de vencer
o tédio sexual.” Para Andréa e Alexandre, o casal de
Natal, esse truque tem funcionado há anos. “Mesmo que a
gente não esteja com vontade, faz um esforço”, diz ela.
A atriz Alexandra conta algo semelhante. “Se eu me
acomodo, não vou mais sentir desejo. Não quero que Mauro
seja meu ‘amiguinho’. Preciso me sentir cortejada.”
Os homens
casados costumam olhar com ironia para essas “fantasias românticas” de suas
mulheres, mas talvez não devessem. Mirian Goldenberg diz que sentir-se desejada
é um imperativo da cultura feminina brasileira. “As mulheres se separam por isso
e traem por isso”, afirma a professora. “Têm de provar que são desejadas,
sensuais, bonitas. Assim se sentem valorizadas.” A antropóloga diz que em outros
países as mulheres enfatizam aspectos diferentes da relação, como amizade e
companheirismo. Mas aqui o sexo ocupa um papel preponderante. E pode determinar
o fim do casamento.
Como as
mulheres são responsáveis por 72% dos pedidos de separação, é
importante atentar para a subjetividade delas
A VOLTA
Lúcia e Rubens em frente a seu apartamento, em São Paulo. Após duas
separações, decidiram continuar casados
Outra obsessão
feminina à qual os maridos não costumam dar atenção é a intimidade. Para os
homens, essa palavra tem uma conotação quase puramente física, enquanto no
universo feminino intimidade significa um milhão de outras coisas. “Um nível
profundo e psicológico de comunicação e reciprocidade”, por exemplo. Ou “um
jeito de falar sobre si e de ser escutada pelo outro”. Ou, ainda, “um tipo de
conversa especial, de entrega singular, de quem fala e de quem escuta”. Essa
intimidade de atributos quase metafísicos, diz Mirian, está por trás de inúmeros
pedidos de separação no Brasil. “A mulher casada há vários anos diz que não
consegue mais ter intimidade com o marido”, afirma ela.
No livro de
Elizabeth Gilbert, uma passagem sugere que a intimidade não é uma questão apenas
das mulheres brasileiras. Ela relata um estudo americano sobre adultério no qual
se mostra que, antes de trair, a mulher constrói, muitas vezes de forma
inocente, um espaço de intimidade com outro homem. Em geral é um amigo ou colega
de trabalho que, aos poucos, toma o lugar de confidente que o marido deixou de
ocupar. Essa inversão cria cumplicidade, reforça a exclusão do marido e abre a
porta para o sexo extraconjugal, que tem potencial para destruir até o casamento
mais sólido. “No momento em que você se descobre partilhando com um novo amigo
segredos que deveriam pertencer a seu marido, é hora de voltar para casa e falar
abertamente sobre isso”, diz Gilbert.
A lista dos
desafios que cercam o casamento moderno ilustra o óbvio: a instituição está em
crise. Desde o final do século passado, quando as leis começaram a permitir a
dissolução dos casamentos, as separações têm aumentado ano a ano. Gilbert
enfatiza em seu livro que a multiplicação dolorosa das separações tem sido a
outra face de uma das conquistas mais caras à humanidade: o casamento por amor.
“Talvez o divórcio seja uma taxa que nós todos pagamos coletivamente, como
cultura, por nos atrevermos a acreditar no amor – ou, pelo menos, por
vincularmos o amor a um contrato social tão vital como é o casamento”, ela
escreve. Tão logo as pessoas conquistam o direito de casar por amor, passam a
exigir o direito de se separar quando o amor acaba. E conseguem. Isso está
acontecendo na Índia e em outras culturas tradicionais neste preciso instante.
Não há muito o que se possa fazer. A seta da cultura global avança na direção da
liberdade de escolha, e a nós, como pessoas e como sociedade, resta conviver com
a dor de nossos desejos realizados.
Tão logo as
pessoas conquistam o direito de casar por amor, passam a
exigir o direito de se separar quando ele acaba
Lúcia Razera e
Rubens Crispim Jr. sabem como é isso. Eles vivem juntos há 11 anos, desde que
ela tinha 22 e ele 26. Casaram-se oficialmente em 2003 e, recentemente, tiveram
duas separações. Breves. Agora estão juntos novamente, em São Paulo, com os
filhos Vitor, de 10 anos, e Clara, de 6. “Eu sentia falta de ficar apaixonada,
não tinha mais borboletas no estômago”, diz Lúcia. Rubens tinha outra queixa:
“Para mim, separar era ter liberdade. Eu gosto de ficar sozinho”. A distância
não resolveu as insatisfações e criou outras. Eles voltaram, depois de demoradas
negociações, com algumas mudanças. Decidiram que vão falar sem tabus sobre seus
desejos. Acertaram também que cada um deles vai fazer mais coisas sem o outro –
sair, ver amigos, estar. Rubens, diretor de cinema publicitário, tem passado
mais tempo em casa depois da volta. E Lúcia, que é administradora, passou a
trabalhar com o marido. “A gente não tem necessidade, mas tem vontade de ficar
casado e dividir as coisas”, diz ela.
Gilbert, a
escritora que fez fama e fortuna demolindo a instituição do casamento em
Comer, rezar, amar, também descobriu, em seu novo livro, que ainda é
importante dividir a vida com quem se ama. Mesmo que a ameaça de dor e
rompimento paire no horizonte. As garantias acabaram, mas o desejo humano de
partilhar não terminou. É dele que vem o alento sempre renovado dos casamentos.
“Quando comecei a estudar esse assunto, eu via o casamento como algo opressivo e
anacrônico, terrivelmente destrutivo”, diz ela. “Ao terminar, concluí que é algo
complexo e duradouro, que deve estar aqui por alguma razão, talvez porque está
sempre evoluindo.” Como tantos apaixonados antes dela, a cética foi vencida pela
esperança.
SEIS
CONSELHOS QUE PODEM AJUDAR - Psicólogos e estudiosos do casamento
explicam o que se pode fazer no dia-a-dia para evitar o tédio, os conflitos
e o fantasma da separação
(Revista Época, 19/04/2010)
Ver MAIS
|