"A voz do Senhor despede relâmpagos" (Salmos 29:7).
"Com a sua voz troveja Deus
maravilhosamente; faz grandes coisas, que nós não compreendemos."
(Jó 37:5).
Deduz-se daí que os tais patriarcas hebreus criam, como os outros mais
primitivos, que o trovão é a voz do seu deus e o
relâmpago é uma demonstração do seu poder.
Não é o trovão que provoca o relâmpago, mas a energia do relâmpago que produz o
trovão. Mas, o homem primitivo assim pensava, mesmo antes de se tornar homem, e
ainda hoje, mais da metade do mundo não se livrou desse
pensamento primitivo.
Onde existe o leão, todo animal que
ouve um rugido sabem que há um leão por perto, assim como ao ouvir um urro
imagina a proximidade do elefante.
Mas, ao ouvir um trovão, a
imaginação animal traz a presença de um animal
gigantesco, que eles ainda não conseguiram ver. E devem
temê-lo. Assim, aquele animal que aprendeu andar sobre dois pés
também vivia preocupado com essa fera que ruge mais forte do que todos os outros
animais.
O mais provável é que esse primata, ao
ver alguns animais mortos sendo queimados pelo fogo provocado por raios, tenha
deduzido que seja essa fera que tenha lançado aquelas línguas de fogo que eles
viam entre as nuvens e pegado aqueles animais.
Como deveria ser impossível enfrentar
um animal tão poderoso, seria uma boa ideia conquistar a amizade dele. Já
que ele gostava de animais queimados, matar animais e queimar em homenagem a ele
seria o ideal. Estava criado deus e o holocausto,
prática que chegou a todos os pontos da Terra aonde chegou o homem. E o
Cristianismo, a religião que se sobressaiu às outras, apenas substituiu o
sacrifício animal pelo suposto sacrifício de um deus; e a divindade cristã é
apenas a evolução daquela imaginada pelos seres mais primitivos.