Aproveitando o filme A PAIXÃO, produzido pelo católico fundamentalista Mel
Gibson, que está, por um lado aumentando nos judeus a paranóia anti-semítica
e, por outro, deixando os bispos e as freiras em estado de excitação
permanente, retomo uma reflexão já antiga sobre o mito da existência de
Jesus. Rogo aos leitores que não se deixem abater antes do tempo, pois
afinal de contas, se aquilo é apenas um filme, isto é apenas um artigo
ilustrativo sobre as evidências de que Cristo, esse gigantesco mito, nunca
existiu. Para não acharem que digo coisas de outro mundo ou de inspiração
demoníaca, lembrem-se das palavras do velho Papa Pio XII proferidas em 1955,
no Congresso de História em Roma: "Para os cristãos, o problema da
existência de Jesus Cristo concerne à fé e não à História".
Não tenho a mínima intenção de alterar uma vírgula nos tratados de vossa fé
nem nos abismos de vossa ignorância, apenas pretendo transmitir estas
notícias aos poucos estudiosos e pesquisadores que têm soberania de
pensamento e que, desde o alto de suas inquietudes, saberão ler-me sem
pestanejar, sem surtos histéricos e sem grandes escândalos.
Entendo perfeitamente bem que depois de tantos séculos de mentiras e de
desgraças, depois de tantas esperanças frustradas e de terrores introjetados,
depois de tantos anos de conspiração contra a saúde mental das pessoas, a
realidade caia sobre os beatos mais alienados como uma bomba. Mas é só
respirar fundo, tomar uma água com açúcar que tudo volta ao normal. Afinal,
todo mundo sabe que não dá para mentir durante tanto tempo e que a omissão
da verdade vai se tornando cada vez mais insustentável.
1. O ASSUNTO
Foram muitos os pensadores e pesquisadores que dedicaram parte de suas vidas
buscando provas materiais e históricas sobre a existência de Cristo. Tal
fundamento jamais foi encontrado. O que se tem presenciado desde o princípio
do cristianismo até hoje é que a existência de Jesus tem sido obsessivamente
defendida por meio de peças e documentos nada científicos (como a Bíblia) e
de testemunhos forjados por aqueles que sempre tiveram interesse religioso,
econômico e político nessa existência.
Bibliotecas e museus guardam documentos e escritos de autores que foram
"contemporâneos de Jesus", só que neles não há nenhuma referência a esse
multifacetado personagem. Os documentos que a igreja detêm a respeito, não
possuem valor histórico, já que originalmente não mencionavam o nome de
Jesus, e que foram rasurados, adulterados e falsificados, visando suprimir a
ausência de documentação verdadeira. Essa falta de comprovação torna-se
ainda mais significativa quando comparamos Jesus com Sócrates, por exemplo,
que apesar de haver vivido vários séculos antes da lenda cristã, deixou
comprovada sua existência, sua produção filosófica e cultural, seus
pensamentos e inclusive seus discípulos (Aristóteles, Platão, Fédon etc).
Enquanto que Jesus não deixou verdadeiramente nada de palpável, seus
discípulos teriam sido analfabetos que nada escreveram e que também não
foram mencionados em lugar nenhum pelos historiadores da época.
Segundo um estudo realizado por La Sagesse, Jesus Cristo foi apenas uma
entidade ideal criada para fazer cumprir as escrituras, visando dar
seqüência ao judaísmo em face da diáspora e da destruição do Templo de
Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo que então
morria, surgindo uma nova crença, na qual paradoxalmente - os judeus nem
crêem. Tudo foi planejado para que o homem comum, as massas e os rebanhos
continuassem sendo dóceis e fácil de manipular pelas mãos hábeis daqueles
que historicamente sempre aproveitaram as religiões como fonte de lucros e
de poder.
2. PROVAS E CONTRA-PROVAS
Flávio Josefo, Justo de Tiberiades, Filon de Alexandria, Tácito, Suetônio e
Plínio (o Jovem), segundo a igreja católica, teriam feito referências a
Cristo em seus escritos, só que esses documentos quando submetidos pela
ciência a exames grafotécnicos, apresentaram provas de que haviam sido
adulterados, parcialmente alguns e totalmente outros, pela igreja.
Além disso, o nome Crestus, Cristo e Jesus eram nomes muito comuns tanto na
Galiléia como na Judéia e não se sabe a quem eram feitas as referências.
Filon de Alexandria, apesar de haver contribuído muito para a construção do
cristianismo, nega a existência de Cristo. Escrevendo sobre Pôncio Pilatos e
sobre sua atuação como Procurador da Judéia, não faz referência alguma ao
suposto julgamento de Jesus. Fala dos essênios e de sua doutrina comunal sem
mencionar para nada o nome de Cristo. Quando esteve em Roma para defender os
judeus, Filon fez os relatos mais diversos de acontecimentos ocorridos na
Palestina, não dando nenhum dado sobre o personagem Jesus. É importante
lembrar que Filon foi um dos maiores intelectuais de seu tempo, que estava
muito bem informado e que jamais omitiria uma vida tão curiosa e tão trágica
como a de Jesus. E o silêncio de Filón não se refere apenas a Jesus, mas
também aos apóstolos, a José e a Maria.
Flavio Josefo, que nasceu no ano 37 e que escreveu até o ano 93 sobre o
cristianismo, sobre o judaísmo, sobre os messias e os cristos do período,
nada disse sobre Jesus Cristo. Justo de Tiberíades que escreveu a história
dos judeus, desde Moisés até o ano 50, não menciona a Jesus. Os gregos, os
romanos, os hindus dos séculos I e II, jamais ouviram falar da existência
física de Jesus Cristo. Os trabalhos filosóficos e teosóficos dos
professores da Escola de Tubingem demonstraram que os evangelhos e a Bíblia
não possuem nenhum valor histórico e que tudo o que consta neles são
arranjos, adaptações e ficções como o próprio Cristo o foi.
3. CRESTUS E CRISTO
Em 1947, em Coumrã, foram encontrados documentos escritos em hebreu que
falavam em Crestus e não em Cristo. A igreja, ao tomar conhecimento da
descoberta de tais documentos, pretendeu fazer crer que o tal Crestus era o
mesmo Cristo de sua criação, só que as investigações posteriores deixaram
muito claro que se tratava de uma fraude da igreja e que Crestus não era o
Cristo que a igreja pretendia inventar. Tais documentos haviam sido escritos
quase um século antes da novela do Calvário e que Crestus era um líder de
uma comunidade legendária e comunista.
4. OS FILÓSOFOS E OS HISTORIADORES DIANTE DO MITO
Todos os historiadores que conseguiram «historiar» movidos pelas evidências
e não pela fé ou pelo fanatismo negam a existência de Jesus Cristo. Reimarus,
filósofo alemão (1768) chegou a conclusões irrefutáveis que abalaram a
igreja, tanto ou mais que as conclusões de Darwin e de Copérnico. Kant foi o
primeiro filósofo que expulsou Jesus da história da humanidade. Volney, em
"Ruínas de Palmira", nega a existência de Jesus. A. Drews viveu e estudou
durante muitos anos a história da Palestina e constatou que o cristianismo
foi totalmente estruturado sobre mitos e mentiras. Dupuis, Reinach, Kapthoff,
Couchoud etc, todos coincidem em dizer que tudo não passou de uma farsa
aplicada sobre os homens de fé e um jogo político usado para fins de
domínio.
5. OUTRAS FONTES DO CRISTIANISMO
O cristianismo não passa de plágios e de uma montagem de filosofias,
religiões, valores éticos e morais, mitos e preconceitos pirateados de
outras culturas. Como se sabe, antes do mito de Cristo já existiram centenas
de outros supostos «redentores», de outros «messias», outros «enviados»... e
quase todos anunciados e nascidos de virgens, milagreiros e humanitários que
prometiam voltar para redimir o populacho de suas culpas (quê culpa?) e de
seus pecados, blábláblá. Até hoje, entre os mais famosos e com mais status
podemos citar Buda, Vishnu, Krishna, Mitra, Horus, Adonis etc. Inclusive os
preceitos e a moral usada pelo cristianismo e atribuída a Cristo, foi
sugerida e divulgada milhares de anos antes, por filósofos, charlatães e
visionários. Exemplos:
(a). "Não faças aos outros o que não queres que a ti seja feito", pode ser
encontrado no budismo, no bramanismo e nos escritos de Confúcio seis mil
anos antes.
(b). "Perdoar aos inimigos", já havia sido aconselhado por Pitágoras muitos
anos antes de Cristo.
(c). "Fraternidade e igualdade", foi insistentemente preconizada por Filón.
(d)."Tolerância e virtude". bem como o humanismo, a castidade e o pudor
foram sugeridos e recomendados por Platão.
(e). Aristóteles já enchia o saco dos gregos com a idéia de que a
"comunidade deve repousar no amor e na justiça".
(f). Sêneca aconselhava "o domínio das paixões bem como a insensibilidade à
dor e aos prazeres". Ao mesmo tempo em que pedia "indulgência para com os
escravos, já que todos os homens eram iguais". Os homens - segundo Sêneca e
segundo Cristo - deviam amar-se uns aos outros etc. Todos esses clichês e
chavões que os cristãos acreditam ser de seu mestre foram plagiados pelos
inventores e gerentes da nova religião.
Para concluir: os organizadores do cristianismo não fizeram mais que
selecionar, acrescentar e diagramar os pilares da nova e mais popular
religião do planeta, religião que assaltaria o mundo e o tomaria de
surpresa, prometendo-lhe exatamente o que a miséria e a imbecilidade
generalizada de então precisava ouvir.
Não fizeram mais do que aproveitar-se da cegueira e da ignorância dos
rebanhos, inventando novelas e anedotas sem sentido que eram sempre
respaldadas pelo "mistério", pelas "complexidades divinas", pelo
"sobrenatural" e pelo "incognoscível", propagandeando um "paraíso" fora da
terra (lógico) para os debilóides, e a volta do "Salvador".
tempo, as deficiências culturais e mentais, a lingüística, a informática, a
propaganda enganosa, o comércio e muitos outros fatores foram fazendo dessa
mentira pueril do messias uma verdade inquestionável, a ponto de alguns
fanáticos afirmarem como um dos tantos e cômicos personagens Bíblicos:
"CREIO PORQUE É ABSURDO".
Concluindo, como disse no princípio, não pretendo alterar a fé e nem as
crenças de ninguém. Primeiro, porque não sou pastor, nem rabino, nem
sacerdote e nem o Anticristo profetizado; segundo, porque a vida me ensinou
que com alcoolistas, religiosos e políticos o diálogo é impossível. Prefiro,
desde o alto de minha plataforma, ficar assistindo essa vil canalhice
religiosa que segue (com a cumplicidade dos governos, dos exércitos, da
mídia, das universidades e até das putas) contaminando crianças, mulheres,
velhos e todos os tipos de otários. Quando me falta o ar e preciso
purificar-me de toda essa baboseira infecta, recito as 14 palavras do velho
Proudhon: "Os que me falam de religião querem meu dinheiro (que não é muito)
ou minha liberdade (que é inegociável)". Amém!