De revolutionibus orbium
coelestium é o nome original em latim do livro Das revoluções das
esferas celestes, do astrônomo polonês Nikolaus Koppernik (1473 —
1543), mais conhecido pelo nome latinizado Nicolau Copérnico, publicado
em 24 de maio de 1543 em Nuremberga[1]. É uma das obras mais importantes do
período do Renascimento e um marco da Revolução Científica.
A publicação ocorreu durante o ano de sua morte, 1543. Apesar disso, ele já
havia desenvolvido sua teoria algumas décadas antes.
Índice
1 Publicação
2 Conteúdo
3 Recepção
4 Edições
5 Ver também
6 Referências
Publicação
Na primavera de 1539, Georg Joachim (Rethicus), professor de matemática
da Universidade de Wittenberg estudou junto com Copérnico a nova teoria.
Rethicus porém teve que assumir outro posto em Leipzig e deixou a supervisão
técnica do livro para o clérigo luterano local, Andreas Osiander. Osiander
acrescentou um prefácio não assinado que afirmava que o livro não era um retrato
real do universo, mas "um cálculo coerente com as observações"[1].
Conteúdo
O livro marcou o começo de uma mudança de um universo geocêntrico, ou
antropocêntrico, com a Terra em seu centro. Copérnico acreditava que a Terra
era apenas mais um planeta que concluía uma órbita em torno de um sol fixo todo
ano e que girava em torno de seu eixo todo dia. Ele chegou a essa correta
explicação do conhecimento de outros planetas e explicou a origem dos equinócios
corretamente, através da vagarosa mudança da posição do eixo rotacional da
Terra. Ele também deu uma clara explicação da causa das estações: O eixo de
rotação da terra não é perpendicular ao plano de sua órbita.
Em sua teoria, Copérnico descrevia mais círculos, os quais tinham os mesmos
centros, do que a teoria de Cláudio Ptolomeu (modelo geocêntrico).
Do ponto de vista experimental, o sistema de Copérnico não era melhor do que o
de Ptolomeu. E Copérnico sabia disso, e não apresentou nenhuma prova
observacional em seu manuscrito, fundamentando-se em argumentos sobre qual seria
o sistema mais completo e elegante.
Da sua publicação, até aproximadamente 1700, poucos astrônomos foram convencidos
pelo sistema de Copérnico, apesar da grande circulação de seu livro
(aproximadamente 500 cópias da primeira e segunda edições, o que é uma
quantidade grande para os padrões científicos da época). Entretanto, muitos
astrônomos aceitaram partes de sua teoria, e seu modelo influenciou muitos
cientistas renomados que viriam a fazer parte da história, como Galileu
Galilei e Johannes Kepler, que conseguiram assimilar a teoria de
Copérnico e melhorá-la. As observações de Galileu das fases de Vênus produziram
a primeira evidência observacional da teoria de Copérnico. Além disso, as
observações de Galileu dos satélites de Júpiter provaram que o sistema solar
contém corpos que não orbitavam a Terra.
O sistema de Copérnico pode ser resumido em algumas proposições, assim como foi
o próprio Copérnico a listá-las em uma síntese de sua obra mestra, que foi
encontrada e publicada em 1878.
As principais partes da teoria de Copérnico são:
Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de
vários círculos (Epiciclos).
O centro do universo é o Sol[1].
Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter,
Saturno, e as estrelas fixas.
A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de
seu eixo.
O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.
Se essas proposições eram revolucionárias ou conservadoras era um tópico muito
discutido atualmente. O físico norte-americano Thomas Kuhn argumentou que
Copérnico apenas transferiu algumas propriedades, antes atribuídas a Terra, para
as funções astronômicas do Sol. Outros historiadores, por outro lado,
argumentaram a Kuhn, que ele subestimou quão revolucionárias eram as teorias de
Copérnico, e enfatizaram a dificuldade que Copérnico deveria ter em modificar a
teoria astronômica da época, utilizando apenas uma geometria simples, sendo que
ele não tinha nenhuma evidência experimental.
Recepção
Antes mesmo da publicação, a teoria tornou-se conhecida e Martinho Lutero
manifestou sua desaprovação[1]:
“O louco vai virar toda a
ciência da astronomia de cabeça para baixo. Mas como declara o Livro Sagrado,
foi ao Sol e não à Terra que Josué mandou parar.”
Realmente a teoria revolucionava a astronomia. Porém a inquietação de Lutero
referia-se ao fato de, por esta teoria, o homem não estar mais situado no centro
de todas as coisas, como uma imagem de Deus, mas num mero planeta como tantos
outros. Mas na Inglaterra, a recepção foi melhor: Robert Recorde em seu livro
"Castelo do Conhecimento", de 1556 demonstra simpatia pela teoria, o mesmo
acontecendo com John Dee[1].
Nos países católicos, não houve reações imediatas, talvez devido à dedicatória
ao papa Júlio III ou talvez devido ao prefácio de Osiander. A situação mudou na
segunda década do século XVII, devido em parte ao apoio à teoria heliocêntrica
dado por Giordano Bruno[1].
Edições
Nicolau Copérnico
1543, Nuremberga, por Johannes Petrejus
1566, Basileia, por Henricus Petrus
1617, Amsterdam, por Nicolaus Mulerius
1854, Varsóvia, com tradução ao polonês e o autêntico prefácio por Copérnico
1873, Thorn, tradução alemã supervisionada pela Sociedade de Copérnico local,
com todas as correções textuais de Copérnico em notas de rodapé.
Referências
RONAN, Colin A. (1987). História Ilustrada da Ciência. Universidade de
Cambridge. III - Da Renascença à Revolução Científica 1 ed. São Paulo: Círculo
do Livro
<https://pt.wikipedia.org/wiki/De_revolutionibus_orbium_coelestium>
Como sempre, a igreja obstruindo o progresso científico. Tudo que a
Ciência descobre que desmente a chamada verdade divina é combatido pelas
religiões até as últimas consequências.
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