Nada exacerbou a maldade humana mais
do que esse ser imaginário chamado Deus. Em seu nome se travaram a maioria das
guerras e ainda é ele que alimenta as piores atrocidades que vemos no mundo
atual. Primeiramente, o deus faz uma porção
de promessas de recompensas terrenas, como longevidade, riqueza, uma
descendência numerosa como as areias do mar e o domínio sobre uma vasta região,
onde estão vários povos, prometendo também total proteção contra os inimigos e
os males da natureza. Com o total fracasso dessas promessas, o mesmo deus
deixa desamparados seus novos seguidores e promete um reino, com vida eterna e
sem sofrimento em um mundo sobrenatural que deverá substituir este. E, por
outro lado, ameaça com eterno sofrimento os que não acreditarem em sua mensagem.
Mas não para por aí: o pior está por vir. Agora, escolhe outros
representantes a quem encarrega de propagar suas ordem por meio da espada, do
fogo, etc., anunciando que seus fiéis terão um paraíso eterno em troca da luta e
do sacrifício das próprias vidas. Aí está o auge da premiação da maldade humana
para a prática das piores atrocidades em nome de algo impossível de se provar.
Aí está o sucesso da barbaridade.
Inicialmente, surgiu no templo de
Jerusalém um livro, dito escrito por um homem extraordinário que teria falado
face a face com o deus todo-poderoso. Esse super-homem teria operado
assombrosos prodígios, enviando pragas contra o Egito e abrindo o Mar Vermelho
para passagem de seu povo, que vivia em cativeiro naquele país. Pouco adianta
mencionar que a arqueologia e o registros históricos desmentem esse cativeiro,
essa fuga do Egito e uma peregrinação de um numerosa multidão por quarenta anos
pelo deserto. Isso se tornou a verdade incontestável para o povo que
recebeu tal livro, ainda que a maioria de seus relatos sejam comparáveis a muitos contos
infantis. O primeiro homem a receber as grandes promessas de Yavé, o deus
único, onipotente e onisciente, teria sido Abraão, um mercador que teria partido
dentre os caldeus, lá na região onde hoje é o Iraque. Sua descendência seria
muito numerosa e dominaria o Oriente Médio. Algumas gerações depois desse
personagem, o povo teria caído sob o poder do Egito por quase cinco séculos, e
lá teria crescido a ponto de se tornar mais numeroso do que a população egípcia.
Aí é que teria surgido Moisés, o profeta miraculoso que teria libertado o povo
do poderoso império, abrindo as águas do Mar Vermelho como passagem. Morto
Moisés, seu sucessor teria começado a matança, destruindo as nações que ocupavam
a região. Um dos descentes, que teria fundado um poderoso reino na terra
prometida teria sido Davi, a quem esse deus teria prometido um trono inabalável
como o Sol e a Lua: sua descendência dominaria para sempre. Todavia, nos
dias do aparecimento do livro, os Israelitas estavam exilados, e os judeus quase
completamente subjugados. E um profeta chamado Miqueias previu que um rei de
Judá iria destronar a Assíria e estabelecer aquele reino eterno. Esse rei
deveria ser Josias, mas ele morreu na batalha. Quem tirou o poder assírio
foi Babilônia, e os judeus, assim como os israelitas foram dominados, e a
monarquia eterna se foi. Nos dias de Babilônia, outro profeta, Isaías,
previu a queda de babilônia, a construção da nova Jerusalém, onde os judeus
nunca mais seriam molestados. Mais uma previsão frustrada. Babilônia caiu
sob os medos e persas. Medo-Pérsia também caiu sob a Grécia, e o povo
escolhido de Yavé continuou subjugado. Nos dias em que o Império Grego foi
dividido, os judeus ficaram sob o domínio dos Seleucos. Quando sob o governo de
Antíoco Epífanes, quase foram completamente destruídos, mas Judas Macabeu
conseguiu libertar o povo e restaurar o santuário, que havia sido profanado por
Antíoco. Aí surgiu a famosa profecia dos capítulos 8 a 12 de Daniel,
dizendo que os reinos do mundo seriam entregues aos santos do Altíssimo, ou
seja, os judeus. Enganados mais uma vez por seu profeta, os escolhido de
Yavé caíram sob domínio romano. E, não obstante todos esses fracassos,
continuaram acreditando que um dia dominariam o mundo; e um dia, foram expulsos
da terra da promessa. Dispersos pelo mundo, sem a monarquia que deveria
ser eterna, sem a terra prometida, sem pátria, ainda não perceberam a
inutilidade do seu deus; continuaram na esperança de um dia dominar o mundo,
esperança essa que deve ter adquirido um pouco mais de força quando o mundo
resolveu lhes dar um pedacinho de terra onde hoje vivem em guerra com outros que
se consideram donos também.
Paralelamente, nos dias do império
romano, criou-se um pouco misteriosamente o Cristianismo, um grupo religioso
dito seguidor do mesmo deus, mas reivindicando para si a posição de novo povo
escolhido de deus, alegando que Yavé teria abandonado os seus antigos
seguidores. Alegando, ao contrário do que prescreviam as leis sagradas
judaicas, que os sacrifícios de animais foram substituídos pelo sacrifício do
deus filho, prosseguiram anunciando que esse deus filho, que teria sido
executado pelos romanos e teria ressuscitado dentre os mortos, breve deveria
retornar vindo do céu para acabar com o mundo pecaminoso e criar um mundo novo
onde não houvesse sofrimento, nem morte. Dessa vez, o deus não teria
mandado matar os adversários da fé, mas simplesmente pregar as boas novas de
salvação pacificamente. Contudo, quando adquiriram o poder político praticaram a
maior carnificina da história em nome desse Jesus, que teria pregando a mansidão
e humildade. E até hoje, apesar de todas as falhas comprovadas dessa palavra
divina, continuam em grande número por todo o planeta, esperando a volta desse
Jesus, que se tivesse existido, já teria voltado há muito tempo.
Mas o pior estava por vir. O
terceiro grupo, que hoje ameaça o mundo.
Quando os cristãos haviam adquirido
poder e abandonado aquela posição evangélica de submissão, passando a perseguir,
torturar e matar a todos que não aceitassem sua mensagem, surgiu um mercador
árabe dizendo ter recebido uma mensagem divina de um anjo, criando o mais novo
livro sagrado, que determina aos seus seguidores perseguir e matar os
adversários de sua fé até dominar o mundo. Aí estava criada a mais
perversa versão do mesmo deus. Hoje estamos vendo-os proliferar pelo
mundo, e seus grupos mais fiéis ao livro sagrado espalhar o terrorismo no
intuito de dominar o Planeta como seus deus teria determinado: “Deus
cobrará dos fiéis o sacrifício de seus bens e pessoas, em troca do Paraíso.
Combaterão pela causa de Deus, matarão e serão mortos” - Alcorão,
surata 9:111..
Aos judeus, podemos mostrar que
seu deus não cumpriu nada do que prometeu nem cumprirá; pois sua monarquia não
teria fim, e foi eliminada há mais de dois mil anos; que se essa palavra divina
fosse verdadeira, eles teriam dominado o mundo há mais de dois milênios e meio.
Aos cristãos, podemos
esclarecer que, o simples fato de as estrelas não poderem cair sobre a Terra é
uma prova de que não pode ocorrer a volta desse salvador que eles acreditam ter
existido. Podemos mostrar, diante do atual avanço científico, o quanto são
infantis as declarações dessa palavra divina.
Aos muçulmanos, todavia, fica
um pouco mais difícil. O livro sagrado deles encarregou-os de fazer terrorismo até dominar o mundo, em troca
de um paraíso pós-morte. O que podemos lhe dizer para provar que sua
palavra sagrada é a pior versão da maldade humana? Aí está em parte a
razão do crescimento atual deles pelo mundo. Onde não têm poder, eles são
pacíficos; mas onde conseguem dominar, impõem o terror à população, enquanto
grupos radicais vivem aterrorizando o resto do mundo.
Quando será que vamos conseguir acabar
com a maldade divina? Espero que o conhecimento possa suplantar a barbaridade.
Mas o mundo inteiro corre muito risco, pois onde esses religiosos dominam não
existe mais liberdade, e a possibilidade de informação é cada vez mais limitada.
Mas não podemos desistir. Com o aumento da ciência e mais divulgação do
conhecimento poderemos ainda reverter esse quadro de barbarização do mundo em
nome de seres imaginários.