Data: 16 de novembro de 2007
Dia do Não Fumar alerta sobre conseqüências do tabagismo para a saúde
Brasília – Hoje (16) se comemora em todo o país o Dia do Não Fumar, que
tem como proposta mobilizar a população para discutir as
conseqüências do tabagismo para a saúde. Nos últimos anos, o crescente
número de doenças provocadas pelo fumo reforçou os questionamentos sobre os
efeitos do tabagismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vício do
cigarro é considerado a principal causa de mortes inevitáveis em todo o mundo.
Para o pneumologista Celso Antônio Rodrigues, chefe do Núcleo de Prevenção da
Gerência do Câncer do Distrito Federal, a importância de datas como a de hoje é
a possibilidade de promover debates e alertar a população.
“Nunca uma epidemia causou tanta morte quanto está causando o tabagismo, uma
epidemia que alcança o mundo inteiro. Não tem um país em que não se fuma.”
O especialista afirma que, dentre as substâncias presentes no cigarro, as mais
maléficas à saúde humana são o benzopireno e o monóxido de carbono, que alteram
o DNA da célula, transformando uma célula normal em uma célula diferente e,
posteriormente, em um tumor.
Dentre as doenças relacionadas ao uso prolongado do cigarro, o médico destaca os
diversos tipos de câncer, além de problemas vasculares, derrame cerebral e até
mesmo a amputação de membros. “Não tem um órgão do organismo que esteja livre em
função do indivíduo fumar”.
O médico explica que o câncer de pulmão, doença mais associada ao tabagismo,
pode se manifestar de diferentes formas. O adenoma, um tumor benigno, pode ou
não ter relação com o cigarro. Já o adenocarcinoma e o carcinoma espinocelular
são causados diretamente pelo fumo.
Celso Antônio Rodrigues alerta que as pessoas que convivem com fumantes e que
acabam se tornando fumantes passivos estão igualmente ameaçadas.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o chamado o tabagismo
passivo é a terceira principal causa de morte evitável no mundo, depois do
tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
O ar poluído contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais
monóxido de carbono, e até cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas do que
a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.
Outro mal causado pelo tabaco é o enfisema pulmonar, doença caracterizada pela
destruição progressiva dos pulmões. Os sintomas iniciais se resumem à falta de
ar, mas ao final, o paciente não consegue mais respirar sozinho, e sobrevive
apenas à base de oxigênio.
"Algumas pessoas, ao parar de fumar, melhoram muito a condição respiratória, mas
aquilo que o cigarro destruiu não vai mais se recuperar”.
Dentre as dificuldades para largar o vício, o especialista destaca não somente a
dependência química, que pode levar a crises de abstinência severas, como também
o próprio condicionamento provocado pelo ato de fumar. “A pessoa cria aquele
ritual de acordar, tomar um café e fumar, almoçar e fumar”.
Para Rodrigues, o fumante que deseja largar o vício precisa investir em uma
mudança de comportamento. Para os que são considerados dependentes fortes, o
pneumologista recomenda a reposição de nicotina por meio de gomas de mascar e
adesivos transdérmicos, disponíveis no Brasil.
O médico garante que o indivíduo que consegue parar de fumar pelo período de um
ano já pode ser considerado um ex-fumante. Ele afirma que os benefícios de parar
de fumar podem ser percebidos ainda nas primeiras 24 horas sem o cigarro. “A
pessoa já tem uma pressão arterial dentro da normalidade, melhora as suas
condições respiratórias, dorme mais e melhor”.
Rodrigues lembra que a composição química da fumaça do cigarro envolve cerca de
4.720 produtos químicos, alguns deles radioativos, como o Polônio 210 e o Césio.
Ele destaca o fato de que a receita para assistência à saúde no Distrito
Federal, atualmente, é de R$ 20 milhões por mês, dos quais R$ 12 milhões são
gastos com doenças relacionadas ao tabaco.
Fonte: Agência Brasil
<https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=441>
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