DIA DOS NAMORADOS E
SUA ORIGEM ROMANA
Homem exibe tela de tablet com a frase "eu te amo", em chinês, para a
namorada em meio à escultura de coração em praia de Hong Kong. Diversos
casais ao redor do mundo comemoram em 14 de fevereiro o Valentine's Day, o
dia de São Valentim, mas mais conhecido como o Dia dos Namorados
Foto: Reuters
Segundo o psicólogo, pesquisador e
especialista em relacionamentos amorosos Thiago de Almeida, as origens do Dia
dos Namorados estão no século IV a.C., com a festa romana feita em homenagem
ao deus Lubercus, o Festival de Lupercalia. Naquela época, o festival, que
ocorria em fevereiro, servia para que a população pedisse proteção aos pastores
e abundância nas colheitas. Contudo, durante a festa, havia um jarro de cerâmica
com os nomes das moças da região para que os rapazes pudessem escolher quem
seria a companheira para as festividades do dia e de outros eventos até o
próximo ano. Alguns pares, em função da convivência e da proximidade,
apaixonavam-se e acabavam se casando.
"Este festival durou cerca de 800
anos, porém foi alterado com o surgimento do cristianismo:
ao invés dos nomes das moças, a Igreja Católica começou a usar os nomes dos
santos. O deus homenageado também foi trocado. Lubercus era um
deus pagão e, portanto, impróprio para a ideologia cristã. Foi em função disso
que surgiu a ideia de santificar o presbítero Valentim",
explica Almeida.
Porém, a substituição não foi
tranquila. Naquela época (aproximadamente no século II d.C.), o imperador romano
Claudius não suportava e ideia de que São Valentim pudesse ser mais
popular pregando a existência de apenas um Deus, pois, na visão dele, tal
popularidade poderia tirá-lo do poder. Além disso, achava um desrespeito com
os deuses romanos a ideia de haver um único Deus, e proibiu o casamento para
que os soldados não sentissem saudades de casa. As pessoas que negavam o
politeísmo, inclusive São Valentim, eram perseguidas, aprisionadas e torturadas.
Mesmo assim, havia aqueles que não
concordavam com o imperador. "Os apaixonados encontraram refúgio no presbítero
Valentim. Ele havia sido o único no Império que continuava a celebrar
casamentos", conta Almeida. Mas, quando o imperador descobriu a audácia de
Valentim, colocou-o na prisão. Contudo, mesmo encarcerado o presbítero continuou
a realizar conversões e a louvar a Deus, o que levou Claudius a querer
decapitá-lo.
Diz a lenda que,
antes de morrer, no dia 14 de fevereiro de 269 d.C. (na véspera do Festival de
Lupercalia), Valentim se disse apaixonado pela filha do guarda da prisão, que
era cega. A moça levava refeições diariamente para os prisioneiros e foi ela
quem recebeu a última carta de Valentim, que, ao se despedir, fez com que ela
pudesse enxergar. Na carta de despedida estava assinado: "seu
eterno Valentim" (frase que ainda é impressa em cartões do dia de São
Valentim).
Mesmo sendo a data mais reconhecida em
todo mundo para comemorar o dia dos apaixonados, há vários países que comemoram
o amor dos casais em ocasiões diferentes. Afinal, como outras histórias, esta
não chegou a ser difundida em todas as culturas. No Brasil, por exemplo, até
1949 não existia data no calendário para festejar o romance entre namorados,
pretendentes e apaixonados.