O Dia Nacional da Imigração Judaica celebra, a cada 18 de março, a contribuição
do povo judeu na formação da cultura brasileira. A data foi criada por um
projeto de lei de autoria do então deputado federal pelo Rio de Janeiro, Marcelo
Itagiba, e sancionado em 2009 pelo presidente em exercício à época, José
Alencar.
Para marcar a ocasião, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) vai promover
um debate online reunindo ao vivo o ex-deputado federal, Marcelo Itagiba e o
professor Celso Lafer, no dia 18 de março, às 19h. O encontro contará com a
mediação da diretora da Conib, Mirella Radomysler e a abertura será feita pelo
presidente da instituição, Claudio Lottenberg. Acompanhe no Facebook ou no
Youtube.
Atualmente, o Brasil possui a segunda maior comunidade judaica da América
Latina, contando com 120.000 cidadãos.
A relação com o Brasil, entretanto, é antiga. Os judeus estão presentes desde a
época do descobrimento. E o país serviu como sede da primeira comunidade judaica
nas Américas.
A imigração judaica aconteceu aqui a partir do começo do século XVI,
principalmente na região Nordeste do Brasil. A maioria destes imigrantes veio de
Portugal e de outras regiões da península Ibérica.
Foi no Nordeste, durante a ocupação holandesa, que se instalou também a
primeira comunidade judaica organizada do país, em Recife. Nesta cidade foi
erguida a primeira sinagoga das Américas, Kahal Zur Israel, um marco da
presença judaica no país.
Aliás, o dia 18 de março foi escolhido, para celebrar a contribuição judaica no
país porque esta foi a data da reinauguração, em 2002, da Sinagoga Kahal Zur
Israel, conforme explicado no projeto de lei .
Depois, os imigrantes começaram a chegar em solo brasileiro em 1810, oriundos,
em sua maioria, do Marrocos. Eles se estabeleceram principalmente em Belém, onde
fundaram a segunda mais antiga sinagoga do Brasil, que continua ainda hoje em
pleno funcionamento. Neste mesmo lugar, construíram também o primeiro cemitério
israelita do país.
A imigração judaica se intensificou no período que vai do século XIX até a
primeira metade do século XX, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste
do Brasil. Os imigrantes partiram, na maior parte, da Europa e de alguns países
árabes.
Com o passar do tempo, a comunidade judaica cresceu, fincou raízes profundas,
espalhou-se pelos diversos estados da federação e trabalha, integrada, pelo
desenvolvimento e bem-estar da sociedade brasileira, que tão bem acolheu aos
judeus e tantos outros imigrantes.
Muitos imigrantes judeus do século XVI eram fugitivos da Inquisição, que, para
evitar serem encontrados até mudavam os nomes. "Afinal, no Brasil, os
marranos [judeus forçados a se tornar cristãos] foram
perseguidos por 285 anos pela Inquisição portuguesa. Quem demonstrasse
apego à antiga religião poderia ser condenado à morte na fogueira dos “autos de
fé”, as cerimônias de penitência aos infiéis."