DIA NACIONAL DO BOXE
26 de março
O Dia Nacional do Boxe, comemorado em 26 de março, foi criado por lei de autoria
do então deputado federal Acelino 'Popó' Freitas. A data foi escolhida por ser o
dia de nascimento de Eder Jofre, um dos pugilistas de mais renome no esporte. No
início do século XX, o boxe era praticamente desconhecido no Brasil. Os poucos
praticantes existentes na época, eram emigrantes alemães e italianos,
localizados nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo. BOXE POPO A primeira
luta realizada no Brasil foi em 1913, na cidade de São Paulo, entre um pequeno
ex-boxeador profissional que fazia parte de uma companhia de ópera francesa e o
atleta Luis Sucupira, conhecido como o Apolo Brasileiro, em razão de seu físico
avantajado. Embora surrado, Apolo reconheceu que a técnica pode superar a força
e tornou-se um grande entusiasta do boxe e seu primeiro grande divulgador.
Apesar de Apolo ter começado a divulgar o boxe, em 1919 através do marinheiro
Góes Neto, que havia aprendido técnicas de boxe na Europa, que o esporte foi
divulgado de verdade e reconhecido. Após retornar de viagem ao Brasil, Góes Neto
resolveu fazer algumas exibições no Rio de Janeiro, onde, o sobrinho do
Presidente da República, Rodrigues Alves, se apaixonou pelo boxe. Com o apoio de
Rodrigues Alves, a difusão do boxe ficou mais fácil. Neste período, foram
criadas academias e não demorou muito para o boxe ser um esporte regulamentado,
com a criação das "comissões municipais de boxe" em São Paulo, Santos e Rio de
Janeiro. Isso tudo entre os anos de 1920 e 1921. Ditão – O Primeiro Pugilista
Brasileiro Em 1922 o Brasil teve seu primeiro pugilista a ganhar destaque.
Benedito dos Santos, conhecido como Ditão, começou a treinar boxe numa academia
de São Paulo. Era um negro de porte gigantesco com enorme talento para o boxe e
detentor de um direto potente. No início de 1923 estreando como profissional,
derrotou sem nenhuma dificuldade seus três primeiros adversários, todos no
primeiro round. O destaque do pugilista logo despertou o assédio dos
empresários. Foi então organizada uma luta (foto abertura) entre Ditão e o
campeão europeu Hermínio Spalla, pugilista italiano que tinha um cartel com mais
de 60 lutas. Ditão começou o combate derrubando Spalla no primeiro round, porém,
o campeão europeu massacrou o lutador brasileiro no decorrer da luta e Ditão
além de ter sido derrotado acabou sofrendo um derrame, do qual encerrou a sua
carreira para o resto de sua vida. Com este episódio, o boxe brasileiro foi
duramente criticado e passou a ser proibido até meados de 1925.
Foto: Reuters.
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Com a revogação da proibição do boxe
no Brasil, o primeiro clube a receber lutas de boxe foi o Espéria, na cidade de
São Paulo. Começava a primeira época áurea do boxe no país, tendo inclusive a
criação de uma espécie de ranking, algo até então inexistente, e uma nova
cultura de treinos. Eis que surgem os primeiros grandes treinadores de boxe
brasileiro, Batista Bertagnolli e Celestino Caversazio. No Espéria, organizaram
uma escola de formação, que traria grandes consagrações para o esporte nos anos
seguintes. A Profissionalização do Boxe Brasileiro Com a revolução de 1932,
conhecida como “A Revolução de 32”, tudo havia ficado paralisado. O
acontecimento marcante desse período foi a criação das federações de boxe
regionais, das quais, se deu condições aos boxeadores profissionais brasileiros
disputarem oficialmente títulos internacionais e aos amadores poderem participar
de torneios e campeonatos estrangeiros. Em 1933, o Brasil, pela primeira vez,
participou de um campeonato internacional, o Sul-Americano de Boxe Amador,
realizado na Argentina. A seleção brasileira era composta apenas de cariocas,
pois, somente no Rio de Janeiro, o boxe era legalizado através de federação. Na
década de 1930, surgiram alguns lutadores de destaque, entre eles, Ítalo Hugo,
chamado de “Menino de Ouro”. Década de 1940 – O Ginásio do Pacaembu Criado em
1940, o ginásio do Pacaembu foi palco de grandes lutas. Pela primeira vez,
podiam-se ver lutas de brasileiros com nível verdadeiramente internacional. Os
mais destacados deles foram: Atílio Lofredo e Antônio Zumbano ("Zumbanão"), como
era conhecido. Zumbanão foi o primeiro grande astro do boxe brasileiro,
imperando absoluto por um longo período, de 1936 a 1950, no qual realizou cerca
de 140 lutas, dos quais metade delas venceu por nocaute. Era um peso médio de
grande poder de punch e capacidade de esquiva, arrastava multidões ao ginásio do
Pacaembu por ser um ídolo. Década de 1950 – O Grande Momento do Boxe Brasileiro
Na foto acima, Claudio de Barros cantando para Kid Jofre (de camisa branca e
olhando para Claudio Toneli Boxeur), Gibi, Luizão, Ralf Zumbano (à direita da
foto, de calça comprida e sem camisa) e Éder Jofre (abaixado), então no começo
da carreira. A década de 1950 foi marcada pelo importante crescimento popular do
boxe e por revelar grandes boxeadores. Entre eles, nomes como o de Kaled Curi,
Luisão, Ralf Zumbano e o grande Éder Jofre, o maior boxeador da história do boxe
brasileiro. Nesta época Éder Jofre participou dos Jogos Olímpicos de Melbourne,
na Austrália, em 1956, o que fez ele despontar no boxe profissional. Apesar de
não trazer nenhuma medalha das olimpíadas, Jofre foi responsável por vários
títulos importantes. Destaque para o brasileiro dos pesos-galo, em 1958. Porém,
o auge de títulos conquistados por Éder Jofre seria na década de 1960 que é para
onde vamos viajar no próximo capítulo. Décadas de 1960 e 1970 – A Lenda Éder
Jofre Depois de conseguir ficar entre os dez primeiros colocados do ranking da
antiga NBA, atual Associação Mundial de Boxe (WBA), em 1960, Éder Jofre teve a
oportunidade de disputar o título mundial contra o mexicano Eloy Sanchez.
Sagrou-se campeão mundial e mais adiante, em 1962, Jofre enfrentou o campeão da
União Européia de Boxe. A luta valia a liderança do ranking da categoria galo.
Éder Jofre derrotou o adversário irlandês, no Ibirapuera, em São Paulo,
tornando-se o número 1 da categoria. Jofre manteve seu cinturão até 1965, quando
então foi derrotado duas vezes pelo maior boxeador japonês de todos os tempos,
Masahiko “Fighting” Harada, o que fez com que ele se afastasse dos ringues aos
30 anos de idade. Cinco anos mais tarde, já na década de 1970, Jofre retornou
aos ringues, porém, na categoria pena, voltou a ser campeão mundial pelo
Conselho Mundial de Boxe em 1973. Despediu-se definitivamente dos ringues em
1976 com um fantástico cartel de 78 lutas e apenas 2 derrotas. Nos anos 60 e 70,
outros lutadores se destacaram. Entre eles o médio-ligeiro Miguel de Oliveira,
campeão mundial pelo Conselho Mundial de Boxe em 1975 e o peso Mosca Servílio de
Oliveira, um dos poucos boxeadores brasileiros a conquistar uma medalha
olímpica, nos Jogos da Cidade do México em 1968. Década de 1980 – Surge Maguila
No início da década de 1980, pela primeira vez no Brasil, uma rede de Televisão
(TV Bandeirantes), por iniciativa de seu diretor de esportes, na época, Luciano
do Valle, do qual também atuava como promotor de eventos esportivos, resolveu
investir pesado no boxe, transformando-o em um espetáculo de massa. Com 1,86
metros e cerca de 100 Kg, Maguila foi um dos poucos pesos pesados brasileiros.
Tendo enorme carisma aliado à grande valentia, mobilidade e uma direita
demolidora que lhe propiciou nada menos do que 78 nocautes em sua carreira de 87
lutas, a maioria contra lutadores europeus, sul-americanos e norte-americanos.
Maguila estreou como profissional em 1983, tendo Ralph Zumbano como técnico e
Kaled Curi como empresário. Em 1986, já no auge da fama, assinou contrato com a
Luque, empresa do jornalista Luciano do Vale, passando a treinar com Miguel de
Oliveira, do qual, alterou profundamente seu estilo de luta e corrigiu seus
defeitos de defesa. Como consequência, em 1989, chegou a ser o segundo colocado
no ranking do CMB e em rota de colisão com Mike Tyson, na época, o undisputed
champion do mundo. Enfrentou dois dos maiores pesados do século XX, Evander
Holyfield e George Foreman. Perdeu as duas lutas e isso lhe tirou não só a
chance de disputar o título como praticamente encerrou sua carreira. Em 1995,
chegou a campeão mundial pela WBF (Federação Mundial de Boxe), uma associação
que ainda não havia conseguido grande respeitabilidade. Com falta de patrocínio,
Maguila foi destituído do título por inatividade. Década de 1990 em diante –
Acelino Freitas, o Popó No final da década de 1990, vindo de uma família pobre
da periferia da capital baiana, Acelino Freitas, conhecido como Popó, iniciou
sua carreira profissional em 1995, porém, só despontou no cenário internacional
em 1999, conquistando o título dos Super-Pena pela WBO. Em 2002, unificou o
título de Super-Pena pela WBA. Em 2004, Popó subiu de categoria, conquistando o
título dos Pesos-Leves pela WBO. Em 30 de abril de 2006, após perder o cinturão
para o norte-americano Diego Corrales, reconquistou o mesmo título pela WBO dos
Pesos-Leves. Em abril de 2007, Popó perdeu sua segunda luta para o
norte-americano Juan Diaz. Encerrou sua carreira vitoriosa, em 28 de abril de
2008. No boxe profissional, conseguiu uma sequência histórica de 29 vitórias
seguidas por nocaute. Ao todo, foram 40 lutas com 38 vitórias e apenas duas
derrotas. No boxe amador, Popó teve um cartel de 81 lutas perdendo apenas três
vezes.
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