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DIA NACIONAL DO DOCUMENTÁRIO
BRASILEIRO
7 de agosto
Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), 60 obras do gênero estrearam em
2017, frente a 44 em 2016. Obras ganham destaque na TV e no streaming
publicado: 10/08/2018 16h37, ... modificação: 15/01/2019 12h27
Trecho de Os Últimos Cangaceiros, de Volney Oliveira. Para o cineasta, “o
documentário dá voz a quem não tem voz, mostra realidades que não conhecemos e
nos faz refletir sobre a natureza humana” (Foto: Reprodução)
“O documentário dá voz a quem não tem voz, mostra realidades que não conhecemos
e nos faz refletir sobre a natureza humana”. A explicação do cineasta Wolney
Oliveira resume a importância desse gênero audiovisual. No Brasil, o 7 de agosto
foi escolhido para comemorar o Dia Nacional do Documentário Brasileiro.
Definida pela Associação Brasileira de Documentaristas (ABD), a data homenageia
o aniversário do cineasta baiano Olney São Paulo, autor de O profeta de Feira de
Santana (1970) e Ciganos do Nordeste (1976). Olney São
Paulo foi preso e torturado no período da
ditadura militar devido ao filme Manhã Cinzenta (1969), sobre o
primeiro sequestro de um avião brasileiro, por membros da organização MR-8.
“Acredito que o documentário é muito mais difícil de fazer do que a ficção. A
ficção tem roteiro, já o documentário quem vai dar a alma da história é a
edição”, analisa Wolney Oliveira. Autor de Os Últimos Cangaceiros (2011),
vencedor do Festival Internacional do Novo Cinema Latino-americano de Havana, o
documentarista acredita que o gênero ainda sofre preconceito na distribuição nas
salas de cinema. “Ainda é um nó que temos que desatar. Muitos cinemas não
acreditam que o documentário atraia público”, reflete.
Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), instituição vinculada ao
Ministério da Cultura (MinC), 60 documentários brasileiros estrearam no cinema
em 2017, frente a 44 em 2016. Em 2017, 49% dos projetos selecionados para
receber investimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) são de documentário,
alocando 23% dos recursos aportados. Isso significa cerca de R$ 100 milhões
destinados a 223 projetos de documentários. Desses, 73% se destinam ao
lançamento em TV, sendo que 42% são de obras seriadas.
O cineasta Vladimir Carvalho, autor de Barra 68 (2000) e Rock Brasília – Era de
Ouro (2011), observa um interesse crescente dos canais televisivos e de
streaming nesse tipo de obra. “O público assiste em várias plataformas, seja na
frente da televisão ou até mesmo pelo celular. E as condições atuais são
melhores para a produção documental, muito pela digitalização das câmeras, que
possibilitou reduzir os custos desse tipo de equipamento”, pontua Carvalho.
Carvalho acredita que as diversas influências estrangeiras beneficiaram a
produção nacional. “Aqui temos o melhor das experiências, uma mistura do
documentário clássico, a escola francesa, o estilo direto americano. Conseguimos
juntar tudo e criar um produto que é o retrato multifacetado da realidade
brasileira”, analisa.
Incentivo
O Ministério da Cultura abriu, em 2018, três editais para estimular a produção
de documentários, nas temáticas afro-brasileiro e indígena; infância e
juventude; e projetos em homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil.
Juntos, eles somam R$ 11 milhões de reais em incentivos e premiações.
Cinemateca
Na Cinemateca Brasileira, ligada à Secretaria do Audiovisual do Ministério da
Cultura, é possível ter acesso a vários conteúdos on-line e no catálogo físico,
disponível na sede da entidade. No Banco de Conteúdos Culturais, o público pode
assistir a vários documentários, com destaque para a coleção do Instituto
Nacional de Cinema Educativo (INCE).
A Base Filmografia Brasileira reúne informações sobre a produção de
documentários no país, com mais de 15 mil fichas técnicas de obras brasileiras.
Na sede da biblioteca, o catálogo mostra quase 2 mil referências de livros,
catálogos, folhetos e outros produtos sobre o tema. Os materiais podem ser
consultados gratuitamente na Biblioteca Paulo Emílio Sales Gomes da Cinemateca
Brasileira.
Para assistir
1. Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho
2. Jogo de Cena, Eduardo Coutinho
3. Santiago, João Moreira Salles
4. Edifício Master, Eduardo Coutinho
5. Serras da Desordem, Andrea Tonacci
6. Ilha das Flores, Jorge Furtado
7. Notícias de uma Guerra Particular, João Moreira Salles e Kátia Lund
8. Ônibus 174, José Padilha
9. Di, Glauber Rocha
10. Aruanda, Linduarte Noronha
11. O Prisioneiro da Grade de Ferro, Paulo Sacramento
12. O País de São Saruê, Vladimir Carvalho
13. Viramundo, Geraldo Sarno
14. ABC da Greve, Leon Hirszman
15. Jango, Silvio Tendler
16. Garrincha, Alegria do Povo, Joaquim Pedro de Andrade
17. Imagens do Inconsciente, Leon Hirszman
18. Estamira, Marcos Prado
19. Santo Forte, Eduardo Coutinho
20. Janela da Alma, João Jardim e Walter Carvalho
(Fonte: “Os 100 Melhores Filmes Brasileiros”, Editora Letramento, 2016)
<http://cultura.gov.br/dia-nacional-do-documentario-brasileiro-e-celebrado-nesta-terca/>
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