Mostrar a realidade sobre a Bíblia
e seu deus ainda não é tão fácil. Mas chegará o dia em que os
políticos não precisarão mais temer os religiosos.
"Alguém precisava dizer a verdade
sobre a Bíblia.
Os padres não ousariam, pois
seriam expulsos de seus púlpitos.
Os professores nas faculdades não
ousariam, pois perderiam seus salários.
Os políticos não ousariam, pois
seriam derrotados.
Os editores não ousariam, pois
perderiam seus leitores.
Os comerciantes não ousariam, pois
perderiam seus clientes.
Os homens de prestígio não
ousariam, temendo perder seus admiradores.
Nem mesmo os balconistas ousariam,
pois poderiam ser despedidos.
Então, resolvi fazer isso eu mesmo.
Há milhões de pessoas que creem
que a Bíblia é a palavra inspirada por Deus — milhões que pensam que este
livro é um báculo e um guia, um conselheiro e um consolador; que preenche o
presente com paz e o futuro com esperança — milhões que creem que é a fonte
da lei, da justiça e da clemência, e que o mundo deve sua liberdade, riqueza
e civilidade aos seus sábios e benignos ensinamentos — milhões que acreditam
que este livro é a revelação da sabedoria e do amor de Deus ao cérebro e
coração do homem — milhões que consideram este livro como uma tocha que
sobrepuja a escuridão da morte e derrama seu brilho em outro mundo — um
mundo sem lágrimas.
Entretanto,
esquecem-se de sua
ignorância e
selvageria, de seu ódio à liberdade, de sua
perseguição religiosa;
lembram-se do céu, mas esquecem-se
do calabouço da dor eterna.
Esquecem-se de que aprisiona a
mente e corrompe o coração.
Esquecem-se de que é um inimigo da
liberdade intelectual.
A liberdade é minha religião.
Liberdade das mãos e da mente — no pensar e no trabalhar.
Liberdade é uma palavra odiada
pelos reis e amaldiçoada pelos papas.
É uma palavra que despedaça tronos
e altares — que deixa a coroa sem súditos e as mãos estendidas da
superstição sem esmolas.
Liberdade é a consequência, o
fruto da justiça — o perfume da clemência.
Liberdade é a semente e o solo, o
ar e a luz, o orvalho e a chuva do progresso, o amor e a alegria."
Robert Green Ingersoll viveu no Século XIX (11/08/1833-21/07/1899), época em que
a população americana deveria ser quase cem por cento cristã. Em seu
tempo, deveria ser mesmo muito difícil dizer a verdade sobre a Bíblia; pois até
em nossos dias, quando o conhecimento avançou tanto, todas as pessoas por ele
mencionadas continuam aprisionadas pelas garras do poder do pensamento
primitivo, que ainda prevalece em número, e seus arautos ainda perseguem os que
não creem e tentam submetê-los aos seus princípios retrógrados.
No nosso país, um candidato que diga essa verdade ainda não teria chance de se
eleger. Mas, graças aos esforços de pessoas corajosas como Ingersoll, cujo
número aumenta cada vez mais, imagino que não passarão mais muitos anos sem que
essa situação mude. Os evangélicos, que previam ser mais da metade da
nossa população no ano 2020, já não estão crescendo tanto quando em anos
anteriores, e não demora muito sua proporção populacional decrescer o suficiente
para os políticos não os temerem mais. Para isso, procuro contribuir
constantemente transmitindo as informações que tenho. Não podemos nos
calar. Temos que informar o quanto pudermos. Se não aproveitarmos da
liberdade que temos, podemos perdê-la.