Duvidar de Charles Darwin em seus dias era algo até compreensível. Mas, nos dias de hoje, quando o DNA já fornece tantas informações, é difícil é entender como as pessoas duvidam do nosso parentesco com os outros animais.
"Caro João.
Eu acho impossível afirmar que os seres
humanos tiveram origem de uma bactéria
no início do planeta Terra. Alguns
cientistas do século XIX provaram que se
podia criar em laboratório algumas
moléculas de proteínas, que nas
condições da Terra antiga, poderiam ter
dado origem a seres microscópicos
simples, como as bactérias.
No entanto, afirmar que estes seres
simples, através de bilhões de anos
de evolução, chegariam a se tornar
em um ser tão complexo como um homem,
para mim é muito difícil.
O funcionamento do cérebro humano, a
ação dos hormônios, a capacidade de
falar, de escrever, de criar máquinas
complexas, como o computador, dentre
outras capacidades humanas, dificilmente
se conseguiria com a evolução dos
animais, mesmo durante trilhões de anos.
Veja o que eu achei na internet. A
conclusão a que chegou um cientista
sobre seu estudo sobre a molécula de
DNA:
“A molécula de DNA é uma das maiores
descobertas científicas de todos os
tempos. Primeiramente descrita por James
Watson e Francis Crick em 19531, o DNA é
o famoso armazém da genética que
determina as características físicas de
cada organismo. Não foi até meados de
2001 que o "Projeto Genoma Humano" e
Celera Genomics conjuntamente
apresentaram a verdadeira natureza e
complexidade do código digital inerentes
ao DNA. Agora entendemos que a molécula
de DNA é composta de bases químicas
organizadas em cerca de 3 mil
sequências precisas. Até mesmo a
molécula do DNA da bactéria unicelular
E. Coli contém informação
suficiente para encher todo um conjunto
da Enciclopédia Britânica.
O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma
molécula de cadeia dupla torcida como
uma escada/hélice em espiral. Cada
cadeia é composta de uma estrutura de
açúcar-fosfato e inúmeros produtos
químicos de base agrupados em pares. As
quatro bases que compõem os degraus da
escada em espiral são a adenina
(A), timina (T), citosina
(C) e guanina (G). Estas escadas
funcionam como as "letras" do alfabeto
genético que se combinam em sequências
complexas para formar as palavras,
frases e parágrafos que funcionam como
instruções para orientar a formação e
funcionamento da célula hospedeira.
Talvez ainda mais apropriadamente, o A,
T, C e G no código genético da molécula
de DNA podem ser comparados ao "0" e "1"
no código binário do software de
computador. Assim como software a um
computador, o código do DNA é uma
linguagem genética que comunica
informação à célula orgânica.
O código de DNA, assim como um disquete
de código binário, é bastante simples em
sua estrutura básica. No entanto, a
sequência e o funcionamento do código é
que são extremamente complexos. Através
de tecnologias recentes, como a
cristalografia de raios-x, agora sabemos
que a célula não é uma "bolha de
protoplasma", mas sim uma maravilha
microscópica mais complexa do que o
ônibus espacial. A célula é muito
complicada e se utiliza de vastos
números de instruções de DNA
fenomenalmente precisas para controlar
cada uma de suas funções.
É espantoso pensar que esta notável peça
de máquina, a qual possui a capacidade
final de construir todos os seres vivos
que já existiram na Terra, do gigante
pau-brasil ao cérebro humano, pode
construir todos os seus próprios
componentes em questão de minutos e
pesar menos de 10-16gramas. É da ordem
de vários milhares de milhões de milhões
de vezes menor que a menor parte
funcional de uma máquina já construída
pelo homem.2 Com a descoberta, o
mapeamento e o sequenciamento da
molécula de DNA ao longo das últimas
décadas, agora entendemos que a vida
orgânica é baseada em um código de
informação complexo e, assim como os
códigos de software mais complexos de
hoje, tais informações não podem ser
criadas ou interpretadas sem algum tipo
de "inteligência". Para mim, a
verdadeira compreensão da realidade
científica da molécula de DNA foi
suficiente para derrotar a minha
pressuposição de que a vida surgiu de
material morto através de forças
materialistas aleatórias.
Mesmo com trilhões
de anos, o desenvolvimento do DNA é
estatisticamente impossível”.
O que você me diz sobre este relato?
Você acredita mesmo que seres simples
conseguiram evoluir para seres
complexos? Acha isso possível?
A teoria criacionista é difícil de
acreditar, mas a evolucionista, também
é."
(Mensagem recebida por e-mail)
A complexidade da natureza é mesmo fascinante, parecendo muito difícil ter surgido de material inorgânico. Todavia, a paleontologia não nos deixa dúvida de que os organismos, através do acúmulo de pequenas mutações, vieram se aperfeiçoando e dando origem a espécies diferentes. E a microbiologia, observada através dos microscópios, o confirma. O aperfeiçoamento dos microorganismo é tão grande, que dificulta até a criação de de vacinas, por exemplo, vírus da gripe: a vacina que impede a infecção hoje já não funciona no ano seguinte, porque o vírus já não é o mesmo, já sofreu mutações suficientes para não ser reconhecido pelo anticorpo criado em reação à vacina, sendo necessário preparar outra vacina com base no vírus novo. Se em questão de dias, um vírus vira outro, imagine multiplicar esse dias por mil, depois multiplicar esses milhares de dias por mil novamente, depois tornar a multiplicar! É tempo demais! Mesmo que pareça absurdo as falhas aleatórias se acumularem até chegar a essa quase perfeição, os fatos registrados pelas análises arqueológicas e microbiológicas não podem deixar dúvida de que a evolução ocorreu e continua ocorrendo. Uma mutação é uma falha da replicação; quando essa falha desfavorece o novo indivíduo, ele tem menos chances de se perpetuar do que aquele cuja falha resultou em um benefício. Assim, a seleção natural torna os organismo cada vez mais aptos. Surgir do nada um ser onisciente e onipotente para fazer tudo é que acho absurdo. E, quando vejo nas palavras atribuídas a esse criador o simples pensamento retrógrado de homens bárbaros que viveram há cinco mil anos, com um grande número de contradições graves, não tenho dúvida: esse ser sobrenatural foi criado pelo homem. Se ele existisse, ele teria dado alguma informação sobre coisas que o homem não conhecia na época e não teria errado tanto ao falar sobre as coisas que estão distantes dos nossos olhos e só são melhor explicadas com o uso atual de telescópios e sondas espaciais.
Outro leitor questionou também assim:
"Se não existisse um Deus organizador, haveria vários códigos de DNA iguais, pois de acordo com as leis de combinação usadas em matemática, as combinações possíveis, seriam inferiores ao número de habitantes do mundo. A possibilidade maior é que não houvesse nenhuma organização, tendo a possibilidade de haver vários códigos iguais, espalhados pelo mundo."
Parece que meu leitor pegou informação errada. Se conjuntos de 6 números em apenas 60 da Megassena dão mais de cinquenta milhões de combinações, e apenas um número que acrescentarmos aí multiplica essa quantia, imagine três mil sequência do DNA! Como cada novo indivíduo combina metade dos cromossomos do macho com metade dos da fêmea, e cada vez que esse mesmo casal gera novo filho, o código sai bem diferente do dos filhos anteriores, a quantidade de combinações é um número extremamente grande. Se você pegar um litro feijão e derramar junto com um litro de milho e mais um litro de outro tipo de grão, você acha que será fácil eles virem a cair em uma mesma sequência? Assim é o DNA, não é necessário haver um organizador para evitar duas combinações iguais.
Nos dias de Charles Darwin só mesmo um cientista genial como ele podia perceber o parentesco entre os animais e nós. Não se cogitava a existência de um código genético como se descobriu depois. Mas, hoje, com os dados arqueológicos mostrando o aumento da complexidade dos organismo ao longo do tempo, a microbiologia vendo as mutações dos micróbios, a decodificação do DNA mostrando que compartilhamos genes com todos os animais, é bem mais incompreensível as pessoas ficarem tentando provar o contrário.