ELES NÃO PERCEBEM NUNCA QUE SEU DEUS NADA FAZ
- 22/08/2005 -
Quando os
homens criaram deuses, acreditaram piamente que seriam protegidos por eles.
Desde então começaram a lutar pelas suas divindades. Ainda em nossos dias,
homens matam, homens morrem, fazem tudo pelos seus deuses, não obstante a
inatividade destes.
Os homens criaram deuses em suas mentes e imaginaram-se protegidos por esses
seres sobrenaturais. Mas, na prática, eram eles que lutavam, matava e morriam em
defesa de seus deuses.
Josias, o ambicioso rei de Judá, apresentou aos seus súditos o livro sagrado que
dizia ter sido escrito séculos antes e fora encontrado no templo em reforma. No
livro havia a promessa de Yavé: A monarquia da família de Davi permaneceria para
sempre. Um profeta acrescentou que um ungido de Judá libertaria os israelitas,
que estavam sob o jugo da Assíria, e um reino unido de Judá e Israel seria
estabelecido, permanecendo pelos séculos dos séculos.
O povo judeu não duvidou da promessa. Foi à luta. Josias foi morto em combate. O
Egito dominou Judá. Babilônia destronou a Assíria e subjugou Judá e Israel.
A
monarquia judaica, que seria interminável, chegou ao fim.
Com a queda de Babilônia, seria estabelecido aquele reino eterno, e nunca mais o
povo escolhido de Yavé seria oprimido, foi a promessa de outro profeta. Todavia,
Babilônia cedeu o lugar ao império Medo-Persa; esse caiu sob o poder grego, os
judeus quase foram extintos por Antíoco IV, e
posteriormente vieram os romanos, que dispersaram os judeus pelo mundo.
O povo sem pátria não duvidou da promessa. Permaneceu unido, embora espalhado
pelo mundo, até que um dia, por decisão de um organismo internacional, recebeu
parte da terra da promessa de volta. Fortaleceram a fé, a esperança de um dia
serem donos de todo o Oriente Médio e terem o mundo inteiro aos seus pés.
Essa promessa divina continuou impedindo a paz. Yitzhak Rabin foi assassinado
por alguém de seu próprio povo, porque queria a paz entre judeus e palestinos,
coisa contrária à promessa divina. Colonos da faixa de Gaza hoje cometem
assassinatos e se recusam a deixar os assentamentos, porque crêem serem donos de
toda a região por uma promessa divina.
Quando será que esse povo irá perceber que o deus em que acreditam nunca fez
nada, que são eles próprios que fazem tudo? Onde está o messias que livraria
os judeus da Assíria? Onde ficou a monarquia eterna da linhagem de Davi? E o reino
perpétuo após a queda de Babilônia? Não estava errado
Paulo de Tarso quando disse que “a fé é o firme fundamento daquilo que se
espera, a certeza da existência daquilo que se não vê”. A fé é cega; é a certeza
da existência do que não existe. Poucos são
capazes de perceber que seus deuses são imaginários. E muitos continuam matando
e morrendo pelas suas divindades, acreditando que um dia serão donos do mundo e
não vêem que seus deuses nada podem fazer.
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