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O ENGANO DE GALILEU
GALILEI
Galileu Galilei realmente se enganou: pensou que as afirmações
bíblicas pudessem ser harmonizada com a realidade, não percebendo que eram os
autores do livro sagrado que se enganaram também. Seu engano foi simplesmente
esse.
"Desvendando a treta de Galileu
Galilei
Por A Catequista em 10/07/2014
Galileu Galilei é o nome que sai automaticamente da boca de todos aqueles que
desejam apresentar a Igreja Católica como inimiga do progresso científico.
Infelizmente, poucas são as pessoas que se dedicam a estudar os fatos; a maioria
se conforma em crer piamente naquilo que ouviu dizer na escolinha ou na TV. Pior
ainda são os pseudo-sabidos que querem se exibir com base em “conhecimentos”
adquiridos em sites furrecas. São essas pessoas que nutrem um grande preconceito
contra a Igreja, e perpetuam as mentiras sobre o caso Galileu.
Entretanto, os fatos, documentalmente provados, mostram que Galileu teve seus
dias de glória em Roma. Esse católico devoto – que morreu em paz em sua casa,
fiel à Igreja – foi inicialmente aclamado pelo clero por suas descobertas. Mas o
que mudou para que a a relação entre ele o clero se azedasse? É o que veremos
hoje.
Galileu pop-star
Galileu defendia que a Terra girava em torno do próprio eixo e em volta do Sol,
assim como os demais planetas do sistema Solar; o primeiro a propor essa teoria
não foi ele, mas sim o padre Nicolau Copérnico. Então,
você aí que vive dizendo que Galileu queria provar que a Terra era redonda, tome
tento: até o mais analfabeto dos homens medievais estava careca de saber que a
Terra era uma esfera (saiba mais aqui).
Pouco antes de morrer, em 1543, Copérnico foi incentivado por membros do alto
clero a divulgar seus estudos. Publicou, então, o célebre “De revolutionibus”
e o dedicou ao Papa Paulo III. Por mais de 60 anos – reparem nisso –
a teoria heliocêntrica de Copérnico circulou livremente em
toda a Europa, sem qualquer restrição.
Em 1610, Galileu entra em cena. Seu grande mérito foi o de, com seu telescópio,
ter feito observações importantíssimas, que pareciam confirmar as afirmações de
Copérnico sobre o movimento da Terra. Suas descobertas no
campo astronômico foram mais do que reconhecidas pela Igreja: em 1611,
Galileu foi recebido com uma festa no Colégio Romano dos padres jesuítas. Era
uma homenagem pública entusiasmada e sincera; se não o fosse, teriam colocado
veneno na bebida do astrônomo ou teriam chamado Fernanda Takai para cantar,
culminando o show com um solo de guitarra do Chimbinha – aí era morte por
indigestão, na certa!
Pelas ruas de Roma, Galileu era só sucesso. Apesar de suas muitas rugas, por
onde ele passava, as marias-luneta (versão mais sofisticada das marias-chuteira)
gritavam: “Lindo. Tesão. Bonito e gostosão!”. Caio Castro perdia. Mas o grande
homem não estava satisfeito. Galileu estava determinado a fazer com que suas
conclusões fossem aceitas como verdade científica, e não como mera hipótese
astronômica.
Qual foi a treta?
Faltou humildade e bom-senso de ambos os lados. Galileu tentou provar o
movimento da Terra com base nas marés, e nisso mandou muito mal; obviamente, foi
ridicularizado. O fato é que Galileu não tinha elementos
irrefutáveis para comprovar sua tese. Não sei bem se por ansiedade ou por
arrogância, tomou as objeções à sua tese como ofensas pessoais e,
imprudentemente, dizia que a interpretação que os teólogos
faziam da Bíblia estava errada. Aí começou a treta…
Talvez Galileu estivesse muito seguro de si, na sua condição de afilhado do Papa
e amigo de membros do alto clero. Assim, começou uma
campanha para cobrar da Igreja uma interpretação não-literal do trecho da Bíblia
que parece sugerir que é o Sol que gira em torno da Terra.
“O sol se levanta, o sol se põe; apressa-se a voltar a seu
lugar; em seguida, se levanta de novo.” (Eclesiastes 1,5).
Galileu acertou ao dizer que as Escrituras não pretendem
ser um tratado de ciências naturais. Porém, errou ao armar um barraco tão grande
sem ter provas científicas para lhe sustentar (e ele sabia que não tinha).
O astrônomo já era um homem velho, e tinha pressa; talvez não suportasse a ideia
de que não viveria para ver sua tese ser comprovada. De fato,
o movimento de translação da Terra só seria fisicamente
provado no século XVIII, por meio dos estudos de James Bradley sobre a
“aberração da luz”; e a prova definitiva da rotação da Terra só viria no século
XIX, com o pêndulo de Foucault.
Se fosse feita alguns séculos antes, é bem possível que a sugestão de
interpretação não-literal do citado trecho de Eclesiastes fosse melhor aceita
pelo clero. Afinal, a mente dos teólogos medievais era bem mais aberta do que a
dos teólogos do século XVII (quem afirmou isso em uma entrevista foi Annibale
Fantoli, doutor em Matemática e Física, e mestre em Filosofia e Teologia).
Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, os pensadores mais
respeitados da Idade Média, diziam que se evidências irrefutáveis viessem a
contrariar a usual interpretação das Escrituras, essas evidências deveriam ser
acatadas.
Mas Galileu quis cantar de galo sem ter crista, e resolveu dançar lambada em um
campo minado. Naquela época, o protestantismo espalhava pelo mundo seus males e
seus erros, defendendo que qualquer leigo poderia interpretar a Bíblia, sem
precisar se submeter à autoridade da Igreja. Sabendo
disso, podemos entender o zelo da Igreja diante de um leigo que queria impor a
sua interpretação da Bíblia, sem ter ao menos evidências irrefutáveis para isso.
galileu_telescopio
A justa preocupação em combater a livre interpretação das
Escrituras e o excessivo apego ao “argumento de autoridade”* levaram
o alto clero da Igreja a cometer o erro de condenar Galileu (erro este admitido
por São João Paulo II, em 1992). E que fique claro: Galileu NÃO foi
torturado nem morto pela Inquisição. Ele foi condenado à prisão domiciliar e
passou seus últimos dias vivendo em sua luxuosa residência. Ali, continuou a
trabalhar e até mesmo publicou um livro.
Há centenas de exemplos que poderíamos citar – historicamente documentados – de
que a Igreja Católica, desde a Idade Média e até hoje, promove e incentiva
intensamente o avanço científico e o conhecimento em geral. Contra isso, só há
um – UM exemplo negativo, o caso Galileu. Porém, é como se a realidade fosse
invertida. Ao erro da condenação se somaram séculos de calúnias, estupidez e
todo o ódio dos anticatólicos. E o mito se perpetua. Eis a penitência que todo o
povo católico terá que pagar, talvez até o fim dos tempos, por essa falta
cometida há séculos por nossos irmãos de fé.
É importante notar: a condenação de Galileu não compromete
o dogma da infalibilidade papal. Afinal, não foi um ato de magistério
infalível nem definitivo.
<http://ocatequista.com.br/archives/13412>
O artigos desse site
têm por fim desmentir o que fez a igreja na Idade Média. Mas acaba
admitindo que Galileu recebeu uma condenação por afirmar algo do que não tinha
comprovação científica irrefutável. Mas dizer que "a
condenação de Galileu não compromete o dogma da infalibilidade papal"
é um tremendo contrassenso. Pois ele foi condenado por ordem do homem dito
infalível por dizer algo do que a Ciência ainda não tinha comprovação
irrefutável, e essa comprovação irrefutável veio depois. Assim,
ficou provado que o papa não eram infalível, mas um homem
que se engana como todos os outros.
"16 junho 1633
Galileo Galilei, pelas razões acima, como decretado por sua Santidade, deve ser
interrogado no que diz respeito à acusação, mesmo ameaçado com tortura, e se ele
o mantém, proceder a uma abjuração do veemente [suspeito de heresia] ante a
completa Congregação do Santo Ofício, sentenciado
a aprisionamento ao prazer da Santa Congregação, ordenado, tanto na escrita ou
falando, a não tratar mais de qualquer maneira da
mobilidade da Terra ou a estabilidade do Sol; ou
caso contrário ele sofrerá a punição de reincidência.
O livro realmente escrito por ele, cujo título é "Dialogo di Galileo Galilei
Linceo", deve ser proibido. Além disso, que estas coisas possam ser conhecidas
por todos, ele ordenou que cópias da sentença precedente devam ser enviadas a
todos os Núncios Apostólicos, a todos os inquisidores contra a depravação
herética, e especialmente ao Inquisidor de Florença que deve publicamente ler a
sentença para toda a sua congregação e mesmo na presença de tantos quanto
aqueles que ensinam matemática e que ele possa reunir."
O erro de Galileu:
"Talvez Galileu estivesse muito seguro de si, na sua condição de afilhado do
Papa e amigo de membros do alto clero. Assim, começou uma
campanha para cobrar da Igreja uma interpretação não-literal do trecho da Bíblia
que parece sugerir que é o Sol que gira em torno da Terra."
Nesse ponto, sabemos hoje onde estava o grande erro de
Galileu: cobrar da Igreja uma interpretação não-literal do trecho da
Bíblia que não "parece sugerir", mas diz, muito claramente, que é o Sol que gira em torno da Terra."
Não há afirmação mais clara do que esta: "A sua saída é
desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles"
(Salmos, 19:6).
O engano de Galileu foi pensar que estivessem enganados sobre as afirmações da
Bíblia.
Quer o
autor dos artigos do site justificar todas as atrocidades da igreja como "justa
preocupação". Mas hoje sabemos que ela simplesmente persistiu no engano
como sempre persistem os que acham que têm um mestre onisciente. Ao que
parece, Galileu era um homem sincero, mas não duvidava do deus em que foi
ensinado a acreditar, achando que as afirmações do livro sagrado poderiam ser
harmonizadas com a realidade. Aí é que ele se enganava.
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