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ENSINO RELIGIOSO OBRIGATÓRIO AQUI NÃO
Kalil veta ensino religioso obrigatório em escolas públicas de BH
Rayder Bragon
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
04/03/201712h35
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), vetou lei que determinava
ensino religioso obrigatório nas escolas municipais da capital mineira. A
proposta havia sido aprovada em dezembro do ano passado pelos vereadores da
cidade. O veto foi publicado, neste sábado (4), no "Diário Oficial do
Município".
Entre as razões, Kalil cita que a proposta "está maculada com vício de
iniciativa", ou seja, o tema seria de competência do Poder Executivo municipal,
e não do Poder Legislativo.
O prefeito ainda aponta que a lei viola o princípio da prévia dotação
orçamentária. O projeto propunha a criação de cargos [educadores seriam
contratados por concurso público] e a inclusão da disciplina "sem qualquer
estimativa de impacto orçamentário-financeiro, em um aumento substancial de
despesas para a administração pública municipal".
Por fim, Kalil ainda cita que a lei federal 9.394, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional, prevê a introdução do ensino religioso, mas de
maneira facultativa, tendo respaldo no artigo 210 da Constituição Federal.
Assim, a lei municipal, no entendimento da administração local, contraria essa
determinação por estabelecer a obrigatoriedade da disciplina. O gestor ainda
frisou que a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte já atua em
conformidade com as regulamentações federais no tocante ao assunto.
Na lei, está o respeito a todas as manifestações religiosas
A vedação ora feita por Kalil agora segue, com as explicações dadas, para a
Câmara Municipal de Vereadores de Belo Horizonte. O UOL tentou contato com a
assessoria da Casa Legislativa, mas não conseguiu retorno para obter detalhes da
tramitação da apreciação do veto do prefeito que será feita pelos parlamentares.
Aprovada em dezembro de 2016, a lei de autoria do ex-vereador Vilmo Gomes (PSC),
previa que "as aulas de ensino religioso serão ministradas, de forma
transversal, aos alunos do ensino médio, por professores devidamente
capacitados, conforme determinação das atribuições legais".
O documento, no entanto, não deixava claro quais seriam as religiões a serem
apresentadas aos alunos, mas o professor destacado para ministrar as aulas
deveria "promover o reconhecimento e respeito dos valores éticos inerentes a
todas as manifestações religiosas'.
À época, a lei foi motivo de críticas feitas pelo SindRede/BH (Sindicato dos
Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte). De
acordo com Wanderson Gomes, diretor da entidade, a lei havia sido feita de "cima
para baixo", e sem ter ouvido "especialistas ou envolvidos nas salas de aula".
"Como vão lidar, por exemplo, os pais evangélicos diante do ensino de uma
religião africana aos filhos, como a umbanda ou o candomblé? Será que os pais
dessas crianças vão concordar?", questionou
Conforme ele, a formação do professor teria de ser muito abrangente por causa da
complexidade das várias religiões existentes no país.
O UOL também não conseguiu contato com o ex-vereador Vilmo Gomes, mas, após a
aprovação da lei, ele havia revelado que a disciplina não iria privilegiar
nenhuma religião em detrimento das demais.
"Ela só traz o ensino religioso dentro da Bíblia deixada para a gente,
principalmente no âmbito brasileiro. Ela não vai falar se uma religião é boa ou
ruim. Então, vai inserir o conhecimento religioso para preparar esses jovens
para viver num convívio familiar e com a sociedade", afirmou à época.
O parlamentar afirmara ser católico praticante, mas com "bom trânsito" entre os
evangélicos.
"Esse projeto não é do vereador. Foram vários segmentos da sociedade que me
procuraram para inserir isso. Eu valorizo muito a família, e achamos por bem a
colocarmos isso porque temos a esperança de ver a juventude com um comportamento
bem diferenciado do que nós temos hoje", disse.
<https://educacao.uol.com.br/noticias/2017/03/04/kalil-veta-ensino-religioso-obrigatorio-em-escolas-publicas-de-bh.htm>
Será que esse Vilmo Gomes leu bem a Bíblia? Parece que não.
Como se poderia respeitar todas as religiões, se no chamado Velho Testamento, o
deus da bíblia mandava eliminar os que não aceitasse a religião judaica
(Deuteronômio 18:10-12), e, no Novo
Testamento, a ordem é não se unir aos incrédulos, dizendo: "Não vos prendais a
um jugo desigual com os infiéis... saí do meio deles, e apartai-vos, diz o
Senhor"? (II Coríntios, 6:14-17).
Infiéis para os cristãos são todas as pessoas cuja fé seja em outros seres sobrenaturais que não os dos judeus e cristãos
e também os que não acreditarem em nenhum deles.
Ver mais sobre
O RISCO DE UM ESTADO RELIGIOSO
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