21 de setembro de 1761,
o jesuíta Gabriel Malagrida é queimado em Lisboa
denunciado pelo marquês de Pombal
como falso profeta e impostor.
"O suposto atentado de 3 de setembro de 1758, que culminou no processo dos
Távoras, proporcionou a Pombal a ocasião para perseguir Malagrida ainda com mais
rigor, acusando-o de colaboração na tentativa de regicídio e manda-o prender.
Mais tarde, fruto das várias privações nos calabouços, Malagrida com setenta e
dois anos de idade, tornou-se aparentemente demente, continuando a
defender obstinadamente as suas crenças que vinham através de "vozes
de anjos que falavam dentro de sua cabeça.
Em seguida, os agentes policiais encorajaram-no a publicar alguns dos textos com
base nessas transcrições celestiais - A primeira é intitulada "O
Anti-Cristo". O segundo foi intitulado "A
Vida Heróica e Maravilhosa da Gloriosa Santa Ana, mãe da Virgem Maria"
- e como estes continham declarações impróprias, sim de um homem que havia
caído na loucura e delirante, foi facilmente denunciado à Inquisição, pelo
próprio Marquês de Pombal, com a acusação de falso
profeta, impostor e, o mais grave, de ser um herege, o que equivalia à morte na
fogueira.[1]
Assim entregue ao tribunal do Santo Ofício de Lisboa e após um processo,
criticado por vários historiadores, foi acusado de heresia e posteriormente
condenado ao garrote e fogueira, penas
executadas em um auto-de-fé no dia 21 de setembro de 1761, no Rossio, a praça
principal de Lisboa. Na opinião do filósofo francês Voltaire na obra "Cândido,
ou O Otimismo", "(...) ao excesso de absurdo, juntou-se
o excesso de horror".
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Malagrida>
Uma longa vida religiosa já deixa normalmente um humano meio delirante.
Cumulado com uma prisão com muitos maus tratos, entre eles falta de
alimento, não daria outro resultado que não a demência. Aí, os
misericordiosos cristãos não deixavam de aproveitar a ocasião para
proporcionais ao público imbecilizado e insensibilizado mais um espetáculo de horror.
Felizmente a maior parte dos
países do nosso mundo hoje repudia esses atos; mas, infelizmente, ainda
há muita gente que, se tivesse poder, daria vida a esse cenário
novamente. Não podemos descuidar.