A FAMÍLIA FREITAS
Um pouco de história...
* * *
Em Portugal o primeiro do nome foi João [Gonçalves] das Freitas, filho de
Diogo Gonçalves, por volta de 1164 da nossa era cristã. O nome Freitas
surgiu, conforme fontes madeirenses e literatura afins, na época de
D.Affonso Henriques 1º rei de Portugal. Assim se refere a "Documentação
sobre Brazonarios" do Anuário Genealógico Brasileiro ano VI de 1944 à
página 259: "Freitas -Tem por Armas em campo vermelho sinco estrellas de
ouro de seis pontas cada huma. Tymbre: dous braços de Leão de ouro em aspa"
E continua... " Procedem de Diogo Gonçalves que morreo na batalha de
Ourique, filho de Gonçalo Oveques, o que fundou o Mosteiro de Cete, e
de sua mulher Dona Urraca Mendes, irmã de D.Fernão Mendes de Bragança, cunhado
del Rey D.Affonso Henriques da qual houve a D. João de Freitas, que foy
o primeiro que tomou esse appellido, do Julgado de Freitas, junto a
Guimarães, solar desta Familia". Conta a historia que Diogo
Gonçalves era uma vassalo de muita confiança de sua majestade D. Affonso
Henriques; tendo lhe prestado muitos serviços inclusive o livrado da morte
numa das batalhas. (O brasão se refere a esse episódio). Como recompensa
D.Affonso presenteou a Diogo Gonçalves com as boas terras de seu reino. Alguns
autores se expressam da seguinte forma sobre o significado do nome "De
Freitas": "sobrenome de origem geográfica. Do latim fractus,
quebradas (subentende-se: pedras). Leite de Vasconcellos diz que o sentido de
fracta pode não ser propriamente “quebrada ou rachada”, mas metafórico. O
fr. Freitte Longnon, admite o sentido de “brecha, abertura” e por
conseguinte, “desfiladeiro”. Documentaram-se as antigas formas
Frectas e Fleitas [em 1059] (Antenor Nascentes, II, 118;
Anuário Genealógico Latino, I, 46). Diogo se mudou para lá após casar-se. Seu
primeiro filho foi chamado João. João era chamado de João das Freitas e
ao longo do tempo seus descendentes foram assumindo outras formas
desse apelido. Fulano das Freitas, Sicrano de Freitas e assim ficou
definitivamente incorporado o DE FREITAS, como sobrenome familiar. Freitas
é então o que consideramos em genealogia um apelido toponímico, ou
seja, provém de um lugar, de uma terra, de um sítio, etc. cujo nome lhe deu
origem. Encontramos no NIM ( Nobiliário da Ilha da Madeira) às pags.
285 a 290, 291, 301 respectivamente, os títulos Freitas de Santa Cruz e
Freitas D'a Madalena, tendo esses dois grandes troncos dos Freitas
miscigenado com praticamente toda a genealogia madeirense. Podemos encontrar
em outras fontes a citação de pelo menos oito entroncamentos que
derivam desse mesmo apelido.
...
1)FREITAS ABREU
2)FREITAS BRANCO
3)FREITAS
DA MADALENA
4)FREITAS (de Gaula)
5) FREITAS (de Santa Cruz)
6) FREITAS (do Vale da Bica)
7) FREITAS FRANÇA
8) FREITAS LEAL
Todos esses títulos,alguns com entreveros em comum e outros com distinção
sem ligação entre si. Assim formam um caldo de cultura genealógico
complexo e com níveis de dificuldade bastante conflitivos quanto às suas
origens comuns. Vemos que mesmo em Portugal essas diferentes origens
ainda são objeto de estudos, onde linhagistas e genealogistas se debruçam à
espera do ponto de contato.
No Brasil temos que considerar dois períodos:
1) Os Freitas, que vieram com as esquadras de Cabral,no e pós descobrimento
do Brasil (até 1650 mais ou menos) e que portanto deram origem aos Freitas
que se espalharam por todos os Estados brasileiros. Os há à mãos cheias do
"Oiapoque ao Chuí".
2) Os Freitas, que vieram como imigrantes por volta de 1880 e que tambem
aqui proliferaram a contento trazendo e criando inúmeras composições
para o nome original. Encontramos Freitas compondo com Ferreira, Justino,
de Jesus, Fernandes, Gomes, Pacheco, Coutinho, Silva, Candelária...
tornando bastante heterogêneas tais ramificações e criando embaraços
conflitivos para a pesquisa genealógica. Considero portanto 4 hiatos onde
podemos atuar através de pesquisas genealógicas:
1) Primeiro hiato período antes de 1164.
2) Segundo hiato - que vai de 1164 (criação do apelido) até 1419 (fundação da
ilha da Madeira).
3)Terceiro hiato - que vai de 1419 e ou de 1500/1650 (já no Brasil) até 1880
(início da imigração).
4) Quarto hiato - que vai de 1880 até os dias atuais.
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COMENTÁRIOS
Dificílimo restaurar através da memória histórica,a continuidade genealógica passando por esses conflitivos e interrogados hiatos. Fica assim truncada a possibilidade de num "continuum" de descendências organizarmos uma árvore a partir de um tronco único.
Sabemos que lidamos com fatores exponenciais onde as polaridades de nosso
campo de eventos se afastam em progressão geométrica.Sabemos por outro lado que as
nossas pesquisas também evoluem indefinidamente para o encontro desses
limites, rumo a um universo inesgotável de possibilidades.O importante é não
esmorecermos frente aos recônditos mistérios desses horizontes porque cada nome que encontrarmos estaremos não só ampliando nossa árvore mas,também estaremos dando vida ao personagem esquecido pelo tempo.Cada um viverá eternizado pela nossa lembrança e teremos assim a certeza de que amanhã também viveremos na memória histórica de nossas famílias.Viver terá então valido a pena!!!
Infelizes aqueles que sequer deixam um nome para a posteridade.Felizes os que buscam o resgate de seus queridos e não os deixam perecer duas vezes: no momento da partida e no próprio esquecimento.Resgatemos pois seus nomes;contemos um
pouco de suas histórias,de seus momentos de alegria e sofrimentos,fracassos e sucessos, lutas e sentimentos...Não os deixemos à mercê única e exclusivamente
de uma lápide fria; não os matemos duas vezes. É tão difícil essa arte de viver para que percamos os vínculos com o nosso passado! É tão efêmera essa nossa quimera vida que não nos apraz a idéia de partir sem ter a certeza de que um dia seremos lembrados!!! Quem sabe se no retorno tão cantado em prosa e verso pelos místicos, e cultuadores espiritualistas, um dia encontraremos nossos próprios traços e fragmentos do que fomos em algum registro genealógico?Quem poderá saber desses mistérios?Quem?
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Fonte:
De Freitas (http://geocities.yahoo.com.br/kajafreitas/historia01.htm
- página desativada)