Centro-Oeste de SP já teve o maior entroncamento ferroviário do país.
Quando se vê o estrago
que a greve de caminhoneiros deixou na economia do Brasil, é muito comum lembrar
que o país abandonou as ferrovias, e como esse erro saiu caro.
É um cenário desolador. Em Bauru, milhares de vagões, pedaços de locomotivas e
restos de carcaças de trens enferrujam sobre os trilhos. A água da chuva se
acumula nos vagões que viraram criadouros do mosquito da dengue.
"Eu peguei dengue e minha esposa pegou antes de mim. Aconteceu também com a
minha mãe, com meus avós, tudo na mesma época", conta o microempresário Richard
Tenedine.
Em Avaí, há mais de um ano, a linha férrea está sendo engolida por uma enorme
erosão. O transporte nesse trecho está interrompido.
O Centro-Oeste paulista já teve o maior entroncamento ferroviário do país. Por
Bauru passavam as ferrovias Paulista e Sorocabana, que ligavam o interior ao
Porto de Santos. Já a Noroeste do Brasil, com mais de 1.600 quilômetros,
interligava o estado de São Paulo à Mato Grosso do Sul. A Noroeste, fazia
também, a integração do Brasil com os países vizinhos.
A decadência do setor começou no fim da década de 1990,
quando as ferrovias foram privatizadas e passaram pelas administrações de várias
empresas e grupos. Desde de 2015, a Rumo Logística administra o
trecho paulista. A concessão vai até 2028. A Agência Nacional de Transportes
Terrestres já aplicou 97 penalidades contra ela por descumprimento de cláusulas
do contrato. De acordo com o Sindicato dos Ferroviários, a empresa não cumpriu
as metas de investimentos no setor.
"Daquilo que foi privatizado, 60% da malha ferroviária está abandonada. É o
nosso caso”, diz Roberval Duarte Place, coordenador-geral do Sindicato dos
Ferroviários.
A Rumo Logística afirma
que investiu mais de R$ 6 bilhões em equipamentos e novas tecnologias, e que
pretende ampliar a capacidade da malha paulista em 150%. Disse ainda, que os
vagões mostrados estão devidamente alocados em área operacional da ferrovia,
aguardando destinação, que toma todos os cuidados para evitar transtornos à
população, e que o excesso de chuvas provocou a erosão no trecho em Avaí, onde
não há circulação de trens, segundo a empresa, por falta de contratos
comerciais.
"Ficamos com trens só para transporte e em linhas rentáveis. Aquelas que não
eram, como não teve nenhum incentivo, nenhuma estratégia, foram abandonadas",
explica o economista Reinaldo Cafeo."
<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/06/greve-dos-caminhoneiros-expoe-o-quanto-o-pais-abandonou-ferrovias.html>
Aí está um exemplo do que foi dito o artigo
PRIVATIZAR É RUIM:
"Com a privatização, uma empresa pode se negar a oferecer determinado serviço
importantíssimo em determinada localidade por causa de sua baixa viabilidade
econômica. Logo, até os brasileiros com recursos podem ser prejudicados pela
falta de serviços."
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