Ateísmo - A filosofia de vida
independente de religiões.
Realidade é aquilo que não desaparece
quando paramos de acreditar. — Philip K.
Dick
terça-feira, 17 de abril de 2012
Pesquisa de Campo - DANIEL PEREIRA -
ATEA.
http://atea.org.br/
Com base em algumas entrevistas elaboramos essas questões para facilitarmos a pesquisa.
Há quanto tempo você é Ateu?
“Há 40 anos, diz Daniel.” É Ateu desde que nasceu, pois não foi doutrinado por nenhuma religião.
O que o levou a essa escolha?
É Ateu desde sempre e diz que não foi escolha, simplesmente não foi doutrinado em nenhuma outra religião.
Há outras pessoas que não creem em deus em sua família?
“Não.”
Como seus pais encararam sua escolha?
“Nunca tive problemas com eles, encararam normalmente.” Diz Daniel. Seus pais são espiritas.
Você já acreditou na existência de deus em algum momento?
“Não”, diz Daniel. “Mas também conheço um pouco de islamismo, espiritualismo, espiritismo, afro-brasileiras e judaísmo, claro.”
Como é o dia a dia sem deus e sem fé?
“A ausência de fé não muda o dia a dia de ninguém, a não ser que o indivíduo vá todo dia pra igreja.”
Você usa ou já usou expressões como “graças a Deus”, “Deus me livre”, “se deus quiser”, mesmo que por força de expressão?
“Já, mas abandonei todas, de uma vez só, anos atrás.”
Deus é, muitas vezes, uma espécie de suporte para enfrentar as turbulências da vida. Quando não há fé em Deus, o que substitui esse “suporte” nos momentos de dor? Onde você busca consolo/conforto?
“Em nada. Quando descobrimos que papal Noel não existe, de onde você espera que surjam presentes magicamente?” diz Daniel. Pergunto “mas, você busca essa força de onde quando é necessário?” e ele diz “Você busca presentes de natal de onde?” respondo: “Normalmente dos meus pais quando eu ganhava ainda.” E ele diz “pois é, se você quiser ou você pede pra alguém ou você vai e faz.”
Quando se acredita em deus, é possível associar valores éticos e morais à lógica cristã. Quando não se crê em deus, como se fundamentam esses valores? Qual o parâmetro para definir o “certo e o errado”, o “justo e o injusto”, por exemplo?
“Utilizo o ramo da filosofia chamado "filosofia moral", que é o ramo da filosofia que estuda a determinação dos valores morais.”
Como você encara datas festivas religiosas como Natal e Páscoa, por exemplo? Comemora ou não? De que forma?
"Natal, como 99% das pessoas: 3Ps - Papai Noel, presente e peru
.Páscoa, como 99% das pessoas: coelho, ovo e chocolate.” Diz o mesmo.
Você já se sentiu/sente-se discriminado por ser ateu? Em caso afirmativo, como foi/é a situação?
“Não foi nada que eu possa provar, mas acredito ter sido despedido mais de uma vez em parte por causa disso. Já foi hostilizado diversas vezes, ameaçado de morte. Quase todo ateu já passou por situação constrangedora, no mínimo.” diz Daniel.
Qual a sua opinião em saber que o número de brasileiros sem religião já chega aos 12 milhões? Acredita que se a sociedade em geral fosse Ateu, o que no mundo seria diferente? Como que o mundo ia prosseguir?
“A maior parte dessas pessoas sem religião é de teístas, então o número não diz muita coisa. Muita coisa seria diferente. Não teríamos 11/9, Camisinha e métodos contraceptivos seriam mais prontamente disponíveis. Não teríamos mais homofobia e a discriminação contra mulheres tenderia a desaparecer, assim como a contra ateus. As guerras religiosas desapareceriam e haveria paz na Irlanda e no Oriente médio. Todos os Estados do mundo seriam plenamente laicos. A pesquisa com células-tronco seria liberada e mulheres que fazem aborto não seriam mais criminalizadas. Não haveria bancada evangélica e os mais pobres não dariam dinheiro voluntariamente para os mais ricos. Ah, se todo o mundo fosse ateu não teria havido inquisição, cruzadas nem escândalo de pedofilia Acho que tá bom pra começar...” diz Daniel.
Obs: Como descrição do campo e observação desta pessoa a qual nós ajudou para realizar a pesquisa, relatamos que foi observado um certo receio e timidez no começo da pesquisa, mais no decorrer da conversa as respostas ficaram um pouco mais abertas. Talvez seja uma característica dele próprio, pois não são todas as pessoas que gostam de falar abertamente com outras pessoas pouco conhecidas, muito menos sobre religião. Ou talvez seja uma característica dos Ateus, já que os mesmo, sofrem um grande preconceito, mas, podemos afirmar que Daniel foi educadíssimo e nós ajudou muito contando seu ponto de vista, aproveitamos para agradecê-lo.
Postado por Estudantes de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda às 19:54