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IGREJA DECRETA O FIM DO LIMBO – FALTA ACABAR COM
O INFERNO
- 21/04/2007
O limbo
acabou, para sorte das criancinhas. Se pensarem bem, os representantes de Cristo
irão acabar com o inferno também e deixar somente o purgatório. Esse parece mais
justo.
“A Igreja Católica encerrou uma velha disputa teológica: aboliu a
existência do limbo para crianças que morrem sem batismo.
Na interpretação de artistas, o limbo é um local obscuro, indefinido – mas não é
o inferno. É para onde, segundo a teologia católica, iam as almas das crianças
que morriam sem batismo: inocentes, mas sem se verem livres do pecado original.
A Comissão Teológica Internacional do Vaticano divulgou um documento dizendo
haver "sérias razões teológicas para crer que as crianças não batizadas que
morrem se salvarão e desfrutarão da visão de Deus".
A publicação do documento foi autorizada pelo Papa Bento 16, que estudava a
questão desde 1984 e deu a ela prioridade no trabalho pastoral, dado o número de
crianças que nascem de casais de diferentes religiões e não são batizadas. O
então cardeal Ratzinger dizia que o limbo nunca fora considerado um dogma da
Igreja e nem é mencionado no catecismo.
"A exclusão de crianças inocentes do céu não parece refletir o amor especial de
Cristo pelos menores", diz o texto da comissão que eliminou o limbo” (Jornal
da Globo, 20/04/2007).
Como as coisas divinas mudam conforme mudam os povos!
Antes de os judeus viverem sob o império babilônico, o deus deles era um deus
severo, que vingava a iniqüidade dos pais nos filhos, prometia riqueza,
longevidade e descendência numerosa aos que o respeitassem,
mas não prometia
ressuscitar os mortos e não havendo nenhuma esperança para além do fim da vida.
Entretanto, após os judeus viverem no cativeiro babilônico,
o mesmo deus
resolveu ressuscitar os bons mortos para lhes recompensar o bem que fizessem e
decidiu também ressuscitar os mortos maus para lhe dar a mais horrível das
punições. Parece que o deus verdadeiro dos hebreus aprendeu muito de justiça com
os deuses falsos dos caldeus.
Depois de deixar seu povo sob o domínio de vários gentios,
esse deus justo
resolveu punir o seu próprio filho em lugar do povo, e prometeu perdão dos
pecados aos que o seguissem, mas uma punição eterna aos que não cressem nele ou
não observassem as suas ordens.
Alguns séculos depois, apareceu purgatório, surgiu
limbo, uma porção de
novidades; e agora, os atuais representantes divinos, bem mais civilizados do
que os antigos, decidiram intrometer nos negócios do céu e acabar com alguns
absurdos, como esse limbo. Será que um dia acabarão com o inferno também? Como
podem admitir que um deus bom e justo possa punir por toda eternidade uma pessoa
que desobedeceu sua vontade por uns poucos anos? Isso não é pior do que deixar
crianças em um “local obscuro”? O purgatório é o único que poderia ser aceito em
nível de justiça.
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