O GOLPE DOS DOIS OU TRÊS
- 14/02/2003 -
Quando você deparar com engraxates que cobram
“dois reais”, “três”, “três e cinqüenta”, “dois e cinqüenta”, até mesmo “um e
cinqüenta”, cuidado! Você não está ouvindo mal, mas poderá ver-se enganado no
final.
Esse golpe dos “dois” ou “três” é abundante em rua de Belo Horizonte. Imagino
que deva existir também em outras grandes cidades.
Você está passando tranqüilamente pela rua e é cercado por um indivíduo que lhe
oferece até amostra grátis, já querendo pegá-lo literalmente pelo pé. Em
relação ao preço, ele lhe diz “dois real”, “três real”, “três e cinqüenta”,
“dois e cinqüenta”, OU até mesmo “um e cinqüenta”. Você acha ser um bom
preço para pintar e engraxar seu calçado e ele já está começando o serviço.
Quando já está quase no meio do trabalho, que é executado com muita eficiência,
o animado trabalhador começa a lhe oferecer outros serviços e coloca em sua mão
um papel com uma tabela de preços. Você olha na tabela, e não vê nada de
dois ou três reais, mas “doze reais”, “treze reais”, “treze e cinqüenta”, “doze
e cinqüenta”, OU até mesmo “onze e cinqüenta”. Você sabe que não ouviu mal
e que não viu nada escrito antes de começar o serviço; mas a qualquer outra
pessoa que presenciar a discussão final, ele pode informar que você tinha a
tabela escrita na mão, dando a entender que é você que está querendo se
aproveitar daquele que lhe prestou um serviço. Quem nunca viu ou ouviu
falar disso pode ficar em dúvida sobre a veracidade do que você disser, ao cair
nessa.
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