GOVERNO BOLSONARO DEIXA MÃES POBRES SEM
VALE-GÁS
Governo federal deixa sem vale-gás mães pobres que têm filhos com defi
Estadão Conteúdo
30/07/22 - 08h02
Uma vez por semana, Rosane Arruda, de 47 anos, sai com um carrinho de feira pela
comunidade onde mora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mas não é para
colocar frutas ou verduras; e, sim, gravetos, tábuas, restos de obra e o que
mais encontrar pelo caminho. Sem dinheiro para comprar gás, Rosane tem cozinhado
com lenha, embora, por lei, tenha direito a receber um auxílio que subsidia o
botijão.
Ela, porém, nunca viu esse dinheiro,
assim como milhares de outras mães solo que têm filhos com
deficiência e recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Às
vésperas do início do pagamento dobrado do vale-gás, instituído pela PEC
Kamikaze, o governo federal deixou sem o benefício mães
que têm filhos com deficiência e representam a parcela mais pobre da população.
Nas últimas duas semanas, o Estadão conversou com mulheres desassistidas pela
ação que subsidia metade do botijão a cada dois meses – e, a partir de agosto,
passa a subsidiar 100%.
O BPC concede um salário mínimo por mês a pessoas com deficiência ou idosos
acima de 65 anos com renda per capita de até um quarto do salário mínimo (hoje,
R$ 303). Já o vale-gás é pago desde janeiro a famílias inscritas no Cadastro
Único com renda mensal per capita de até meio salário mínimo e a famílias que
possuem integrante que recebe o BPC. No entanto, segundo a Rede Observatório BPC,
de um universo de 13 mil mães solo pertencentes à
associação – com os cadastros atualizados -, apenas uma recebe o vale-gás.
Quando procuram os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), saem sem
respostas. Procurado pela reportagem, o Ministério da
Cidadania preferiu não se manifestar.
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