Grande é pouco. Considerem-me o maior dos matadores.
Muita
gente bonita ganhou milhões para aparecer comigo em público, e isso
lhes custou pouco: era um pouco difícil no início, tornando-se fácil em alguns
dias e necessário em pouco tempo, custando-lhes as vidas um pouco depois. Mas o
mais hilariante é que os imbecis que as viam me usando esforçaram por fazer o
mesmo gratuitamente, e conseguiram, perdendo muito sem ganhar nada.
Você se lembra da Gilda, ou melhor, da Rita Hayworth? Ela ela podia ter vivido
mais e não ter ficado louca. Quantas ingênuas a imitaram lançando fumaça para
cima! Mas parece que restam muito poucas para contar a história. Foram cedo para
o além. E John Ford, Robert Mitchum, Elvis Presley, Humphrey Bogart e Marcello
Mastroianni? São alguns de uma extensa lista, que eu levei. Graças a eles muitos
outros já desceram aos infernos, e não ressurgiram dentre os mortos para
advertir seus familiares.
Você conheceu Wayne MacLaren e David McLean? Estão sob a terra de Marlboro.
Morreram jovens de Câncer de Pulmão, em 1992 e 1995 respectivamente. Causa
mortis: maços e maços nas filmagens dos comerciais de cigarro. O seu deputado
Luiz Eduardo Magalhães praticava muitos exercícios físicos para manter
resistentes o coração e os pulmões. Mas eu fui mais eficiente: consegui enviá-lo
cedo para o outro mundo. A lista seria extremamente grande se fosse mencionar
todos os famosos aqui. Eu consegui, em poucos séculos, eliminar mais gente do
que todas as guerras da história do planeta; sozinho consigo levar para a última
morada mais do que todas as outras drogas reunidas em conjunto com a AIDS, os
acidentes de automóveis e suicídios, além do fedor que espalho por todos os
lados. Por isso é justo quando me chamam de “o maior assassino do planeta”, a
“maior causa de morte” e outras coisas. Orgulho-me disso.
Tabaco de Souza Cruz.
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