OS GRANDES HOMOSSEXUAIS DA HISTÓRIA
17/02/2010
"Não há compatibilidade no cargo com
esse tipo de comportamento. Tem sido provado que o
indivíduo não consegue comandar. A tropa não vai
obedecer. Isso ficou provado na Guerra do Vietnã. Não
sou contra o indivíduo, cada um toma sua decisão. Estou
sendo sincero" RAYMUNDO CERQUEIRA FILHO,
general indicado para o Superior Tribunal Militar, em
resposta na sabatina do Senado sobre a presença de
homossexuais nas Forças Armadas (Época, 08/02/2010)
Diante de tal afirmação, a Revista Época
cuidou de mostrar quantos grandes homens foram
homossexuais.
A declaração foi dada com tamanha
naturalidade que seu teor quase passou despercebido
pelos senadores. Na quarta-feira, durante uma sabatina
na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o
general de exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho
afirmou que gays “não conseguem comandar” nos meios
militares. “A tropa fatalmente não vai obedecer. Isso
foi provado na Guerra do Vietnã”, disse o general, ao
ser questionado sobre a presença de homossexuais nas
Forças Armadas. “Não é que eu seja contra o homossexual,
cada um tem de viver a sua vida.” Para Cerqueira Filho,
as características da vida militar “podem não se ajustar
ao comportamento desse indivíduo (o gay)”. Em seguida,
Cerqueira Filho afirmou que o ideal para o militar gay é
não assumir sua homossexualidade. No jargão popular,
esse tipo de comportamento é conhecido como “ficar no
armário”.
Os 22 senadores presentes à sessão da Comissão aprovaram
por unanimidade Cerqueira Filho para uma vaga no
Superior Tribunal Militar (STM). Mais alta instância da
Justiça Militar, o STM é composto de 15 ministros
vitalícios: dez militares e cinco civis, todos indicados
pelo presidente da República. A efetivação de Cerqueira
Filho no cargo depende agora do aval do
Plenário.“Ninguém (na Comissão de Constituição e
Justiça) rechaçou a afirmação nem votou contra o ataque
aos direitos humanos”, escreve o colunista de ÉPOCA
Fernando Abrucio (leia sua coluna). “Alguém poderia
tê-lo apoiado, gerado uma polêmica. Nada. Somente depois
de algumas horas, nossos representantes perceberam o que
tinha ocorrido.”
A presença de gays nas Forças Armadas é uma questão
delicada no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, homens
que se declaram gays no alistamento não são convocados.
Na campanha eleitoral, o presidente Barack Obama
prometeu mudar isso. Da história, pode-se sacar uma
coleção de militares que se rebelaram contra o
preconceito na caserna. O primeiro levante de que se tem
notícia foi na Alemanha, no fim do século XIX. O Código
Penal alemão daquela época classificava a
homossexualidade como delito. Na Segunda Guerra Mundial,
a Alemanha nazista mandou para os campos de concentração
50 mil homossexuais, a fim de “tratá-los”. Estima-se que
7 mil tenham sido exterminados nos campos.
No Brasil, a homossexualidade ainda é um tabu no
Exército. Na história das Forças Armadas, o primeiro
casal a assumir publicamente a homossexualidade foram os
sargentos e parceiros Fernando de Alcântara Figueiredo e
Laci Marinho de Araújo. O caso dos sargentos gays foi
revelado por ÉPOCA, em 2008. Depois da revelação,
Fernando deixou o Exército e se tornou um ativista do
movimento gay. Ao ouvir a sabatina do general Cerqueira
Filho, ele afirmou: “Trabalhei 15 anos nas Forças
Armadas e nunca fui desrespeitado. Isso mostra que ele
desconhece a história. Alexandre, o Grande, era
homossexual e a tropa inteira lhe obedecia” (leia mais
no quadro à direita).
Vários Exércitos foram comandados
por homossexuais |
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Alcibíades
(450-404 a.C.)
Foi chefe ateniense na Guerra do Peloponeso. De acordo com
Platão, Alcibíades demonstrou interesse por Sócrates, que era
seu instrutor |
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Alexandre, o Grande
(356-323 a.C.)
Um dos maiores comandantes militares da história, teria
sido amante do general macedônio Heféstion. O caso foi retratado
em filme, em 2004 |
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Júlio
César
(100-44 a.C.)
Foi líder militar e político de Roma. Na biografia
feita por Suetônio, Júlio César foi definido como “o homem de
todas as mulheres e a mulher de todos os homens” |
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Ernest
Röhm
(1887-1934)
Era um militar nazista, que atuou como conselheiro de
Adolf Hitler. Consta que costumava pagar para fazer sexo com
jovens alemães |
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Fernando Alcântara de Figueiredo e Laci Marinho de Araújo
(atual)
Primeiro casal de miltares brasileiros a assumir
publicamente a homossexualidade, na capa de ÉPOCA, em maio d |
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